06 - QUENTIN

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Dias atuais

— Vamos, vamos! Porra! Vamos! — começo a gritar, saindo em total velocidade dos escombros da vila abandonada. Ainda há homens vivos e estão armados, vejo alguns saindo ao meu alcance e outros simplesmente entrando em carros fugindo dali. Dois soldados me dão cobertura. As hélices do helicóptero trabalhando intensamente provocando um vendaval de poeira ao redor.

— Rápido, Quentin — Zour berra. — Não estamos em uma gincana.

Não quero nem olhar para trás, sei que estou sendo perseguido e eles podem chegar em segundos até o helicóptero. Dou um pulo para dentro, os soldados já afivelam o cinto nas reféns aterrorizadas, mas Madison está de pé lutando para que Zour a deixe.

— Onde está o Patrick? — indaga, aflita, ao me ver entrar.

— Madison, precisa se sentar.

— Onde ele está, Quentin?

Eu me aproximo dela. Ofegante, escolho o mínimo de palavras. Não é hora de explicações.

— Ele não vem. Sente-se, Madison.

Horror e desespero se encontram em seu olhar, e eu tenho vontade de confortá-la.

— O que você fez? — Agarra em minha roupa, me sacudindo. — O que você fez, Quentin? Você o matou!

— Não! Você precisa se sentar, Madison!

— Seu miserável! Onde está o Patrick? Eu não vou sem ele. — Tenta passar por mim para alcançar a porta, mas eu a seguro.

— Você não vai sair daqui, porra! — rosno entredentes, nossos olhares se encontram e tenho a esperança de que se ela vir a dor em meus olhos, talvez tenha o coração tocado. Eu sei que ainda há algo do meu amor aí dentro. Mas isso não acontece.

— Você o odeia, não é?

— Sente-se, Madison.

— Você o matou, Quentin. — Seu rosto é uma confusão de lágrimas, suor e poeira. — Você o matou porque não consegue suportar o fato de que eu possa amar outro homem que não seja você.

Você não o ama. Eu me convenço em pensamento, ferido por suas palavras. Por fora sou uma pedra de gelo reagindo ao surto dela.

— A sua obrigação é trazer os reféns são e salvos. E você o está deixando porque é mau e quer se vingar.

— Não. Você é a refém aqui. Hodges veio tentar consertar a merda que ele fez e eu precisei vir atrás limpar. Se ele fosse tão bom, não teria deixado te pegarem. Ele ficou para trás porque quis.

Sem que eu esperasse, Madison me ataca violentamente dando um chute entre minhas pernas, que não faz estrago nas minhas partes por causa do protetor. Ainda assim me pega de surpresa e consegue passar por mim pulando para fora do helicóptero quase em movimento.

— Caralho! — berro e praticamente voo atrás dela.

— McBride! — Zour grita ao me ver saltar para fora.

— Não desligue, continue — berro correndo focado, vendo as costas de Madison disparando pelo mato. Eu a alcanço em segundos, e a velocidade é tanta que caímos rolando, mas eu não a largo. Prendo-a com minhas pernas e seguro suas mãos.

— Me larga! Me larga, Quentin.

— Vá se foder! — berro com ela, meu rosto a centímetros do seu. — Quer se matar por aquele bosta, então vá em frente, mas não na minha missão! — E ainda deitado sobre ela, ouço um estrondo. Hodges já era de qualquer forma, o prédio todo vem abaixo, mas alguns terroristas se safaram por já estarem do lado de fora.

(AMOSTRA) EU AINDA TE AMAREI AMANHÃ (único)Onde histórias criam vida. Descubra agora