11 - MADISON

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Olha mais um capitulo para assanhar. hahahah Espero que gostem. 

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DIAS ATUAIS

Volto arrasada para casa. Eu fui maldosa e adorei mais uma vez ferir Quentin. Porém toda vez que eu enfio um pouco mais a lâmina no seu coração, uma parte me fere também. Vê-lo desperta coisas em mim que nenhum outro homem conseguiu. Eu amei Patrick, mas era um amor diferente, e meu inconsciente sempre me aflige com um questionamento silencioso: eu amei Patrick ou tive apenas gratidão por tudo que ele fez?

Só agora, vendo Quentin tão perto e com a vida destruída, eu consigo diferenciar os sentimentos. Patrick jamais provocou essa loucura de emoções em mim.

Eu quero matar Quentin. Eu desejo muito bater nele até vê-lo sangrar. Eu juro que pensei em contratar homens para bater nele, porque talvez vendo sua carne sangrar, a dor que eu sinto diminuiria. A dor do amor.

Quando vou superá-lo? Quando eu vou poder puxar o ar em uma respiração limpa e feliz sem esse peso terrível que deixa minha caixa toráxica pequena demais para o coração?

Subo para o quarto onde Jasper dorme tranquilo na minha cama. Eu me sento ao seu lado e acaricio seus cabelos encaracolados e pretos. Tenho certeza de que quando for adulto será uma cópia de Quentin. E isso me maltrata também.

— Me perdoe — sussurro para o garoto, mesmo que ele não esteja ouvindo.

Eu faria tudo contra Quentin, até chegaria ao limite da baixaria de pagar para alguém o agredir. Mas jamais usaria meu próprio filho para uma vingança pessoal. Jasper sairá ileso da batalha entre nós dois.

***

Pela manhã, antes do sol nascer, visto uma roupa de corrida e saio, me deparando com Quentin sentado na escadaria da minha porta. Uma onda de mil emoções me atinge. Como sempre, se levanta, espana o pó da roupa e me olha sem dizer uma palavra.

Pego-o desprevenido. Quentin usa jeans, que não é apropriado para correr. Dou tchauzinho para ele e saio de casa já correndo pela rua colorida pelos primeiros raios de sol e pelas folhas secas do outono, que caem aos montes pelas ruas.

Olho para trás e rio ao perceber que ele não vem. Corro até o próximo quarteirão, cumprimento uma senhora que cuida do jardim, o carteiro, o leiteiro e, por fim, ouço respiração e passadas rápidas bem próximas de mim. Viro-me, encontrando Quentin de moletom, tênis e boné me seguindo sem nenhum esforço. Ele se trocou e conseguiu me acompanhar? Que merda!

Eu tinha esquecido como o moletom lhe cai bem. Revoltada, aumento o passo e corro até meu limite, ele se mantém na minha cola tranquilamente. Paro de correr e o encaro.

— Será que pode... pelo menos... me... dar... espaço?

— Não — diz, a metros de mim.

— Certo... — Passo a mão no meu rosto. — Nós não nos damos bem... Eu não consigo suportar sua presença.

— Não estou aqui para ser seu amigo.

— Não? — Rio, querendo sair por cima, mas surpresa com sua resposta. — Então você simplesmente não quer ser meu amigo? Anos atrás você acabou comigo, e é essa a resposta que me dá?

— O que você quer ouvir de mim? Quer que eu implore para algo que já sei a resposta?

Tenho vontade de arrancar meus cabelos, dominada pela raiva que Quentin provoca.

— Esse é o seu problema! Você nem mesmo consegue se responsabilizar pelo que fez.

— Eu não vou assumir uma culpa que não é minha. — Ele ainda aparenta calma. Eu estou pegando fogo de raiva, e Quentin com essa cara de boneco de cera.

(AMOSTRA) EU AINDA TE AMAREI AMANHÃ (único)Onde histórias criam vida. Descubra agora