(AMOSTRA) EU AINDA TE AMAREI AMANHÃ (único)

07 - MADISON

Um capitulozinho para alegrar o feriado. kkkkk Espero que estejam gostando do livro.

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Passado

— Eu vi você chegando acompanhada de um homem, Madison. — Charlene está recostada no batente da porta do consultório, me observando enquanto arrumo a sala, em uma tentativa de fugir do seu questionário. O expediente começa em breve, e gostaria que ela não me pressionasse. Eu nem sei o que dizer, nem mesmo sei o que está acontecendo na minha vida. — E, se não me engano, parece o bonitão que estava espiando a vitrine ontem — ela continua.

Paro de arrumar e sopro.

— O Quentin voltou.

— O quê? Tipo, o Quentin McBride?

Arrumo o armário de curativos, que já está em ordem, um pretexto para dar as costas a ela.

— Como assim? Quando ele voltou? Por que essa fofoca não está em todo lugar da cidade?

— Quentin aprendeu a se esquivar. — E a escalar. — Acho que as pessoas ainda não se deram conta.

— Espera um pouco, se o seu Quentin voltou... aquele espião era ele?

— Sim. — Acaricio meu coque bem arrumado, com uma faixa amarela servindo de tiara. — Ele invadiu meu apartamento essa noite e não precisou de muito para me convencer a fazer sexo com ele. — Viro para Charlene, que me assiste boquiaberta. — Na verdade, eu nem tentei dizer "não" uma única vez sequer.

— Caramba! Você não tem um pingo de dignidade.

— Não mesmo.

— E agora?

— Marcamos de transar de novo hoje à noite. O que eu faço, Charly? — Solto os braços, desanimada.

— Você já deve saber muito bem o que fazer. Tire a roupa e ataque o maldito, afinal jogou mesmo toda a determinação no lixo. — Ela se vira e volta para a recepção dizendo: — Não quero choro na minha mesa, Madison.

— Mais um sermão de Charlene? — Peter entra na sala e guarda a bolsa no quartinho que usa para descansar.

— Dessa vez, ela tem razão. — Resfolego.

Eu me tranco no banheiro e ligo para Dana antes que ela saiba por outra pessoa.

— Tudo bem, quando eu terminar meu serviço por aqui, vou até aí te dar uma surra — ela diz quando eu narro os últimos acontecimentos. — Poxa, Madison! Nem tentou resistir?

— Ele está um gato. — De cabeça baixa, massageio a testa. — E o olhar intenso me desarmou.

— Ele te enganou e te abandonou na faculdade, lembra?

— Eu sei.

— Ao menos falou do aborto?

— Xiu! Não vamos falar sobre isso. Em algum momento vou contar para ele.

— Já deveria ter contado. Ele ao menos tem alguma patente boa?

— Capitão.

— Merda. O desgraçado também não ajuda. Gostoso, olhar intenso, militar com patente alta? Às vezes, eu quase te entendo. Boa sorte com seu ex-atual-namorado.

— Tchau, Dana. — Desligo, rindo, porém sentindo uma leve pena de mim.

O expediente é tranquilo durante a parte da manhã. Consigo até usar alguns momentos para me distrair e falar com minha mãe, que liga para contar a novidade sobre Quentin. Não sei se ela queria me ferir com a novidade, mas estranhei que ela ligasse para isso. Mamãe nunca foi fã da minha vida, nunca se inteirou profundamente sobre minhas dores.