CULPA

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Aí a culpa. O sensação de decepcionar, de magoar o outro, de agredir o sentimento alheio, de brincar de "para sempre." De repente me sinto absoluta e egoísta, depois frágil e quase uma vítima. Mas não sou, sei que não sou. Pensei que eu estava indo bem, que eu tinha crescido, que a empatia rodeava meu peito. Me vejo humana, falha. Me ouço e nem reconheço o por que de tantos EUs. Tentando aprender que os que erram também tem sentimentos, choram, que pedem pra ficar. Aí a culpa. Vem de um jeito que bate de frente com quem eu sou, porque eu não queria ser assim. Sem promessas vou tentando, mesmo achando que já dei meu melhor, não cheguei nem perto do que esperam de mim. Me olho no espelho e vejo refletido alguém que se parece muito comigo, fecho os olhos e vejo o que eu sou. Uma alma humana que magoa, traduz errado as palavras, que se afoga nos escombros do passado e ainda procura sei lá o que. Aí a culpa. O que nos leva ao inferno. O que nos tira nossas energias ao mesmo se faz impossível dormir. Ainda que não aja prazer nem um em ver sangrar o outro, não diminui o fluxo causado não é? Tento me desprender dessas linhas, elas não acabam nunca. E eu sangro. Escorre quente e me faz entender. Aí a culpa. A maldição que nos aflige e o lembrete que ainda temos alma e coração inteiros, prontos pra aprender a amar, prontos pra um final menos trágico. Mesmo assim ainda sinto arfar, ainda sinto um gelo, uma vontade quase incrível de não existir e as lembranças das promessas ainda estão rodeando minha cama me fazendo lembrar que, a moça magoada também magoa.

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