A última sobre você

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Uma vez te disse que você era minha escrita mais difícil. Realmente é. Você não é uma pessoa convencional, com uma vida sofrida e normal como a de todos. Suas dores foram além do qualquer ser humano podia suportar, isso te causou um dano quase irreversível. Me machuca. Quando terminamos, por escolha minha, eu já não era mais feliz com a nossa vida mas com certeza era feliz com você. Sei que doeu, doeu em mim. Mas você me conhece, alguns abraços, talvez três beijos e eu sigo em frente porque eu já perdi muitas pessoas, sei que o que resta é seguir. Então eu segui, via sua tristeza e sua dor, e eu tentei ajudar. Mas minha presença só causou ainda mais dor. Claro que eu não percebia isso, achei que estar lá feliz e contente ia deixar sua dor menor. Então você me disse que estava com depressão, mas não era. Era dor de amor mesmo, é aquela dor cansada no peito que quanto mais você chora menos diminui e você desiste de chorar e passa horas olhando pro nada e enxergando o vazio do quarto e do seu interior. Eu feri você sabendo que estava ferindo e depois sem querer. Poderia te pedir perdão, mas do que vale isso? Em fim você encontrou alguém, diferente do que eu imaginava. Totalmente fora do seu eixo ou será que na verdade eu é que não combinava com você? Não posso dizer que fiquei feliz, sabe por que? Porque eu sou humana, egoísta e mesquinha as vezes. Você mentiu, escondeu... Até hoje não entendo o por quê. Se era medo de mim? Que pessoa horrível eu sou. Se era medo de me perder? O que aconteceu a seguir foi quase pior. No começo eu senti uma raiva, ódio das mentiras, da farsa. Depois eu conversei com você parecia tão você quanto antes. Então eu cometi um erro, um erro quase honesto, um erro que eu nunca vou conseguir reparar. Eu confundi sentimentos achei que estava apaixonada por você. Sofri por isso 2 semanas inteiras, até agora. Hoje eu descobri o que sinto. Eu sinto falta, abandono, o descarte e a dor de não ter mais minha antes de tudo, amiga. Você não sabe amar, você entrega tudo e se joga. E foi o que você fez com seu novo amor, não importa mais as vezes que a gente riu ou chorou. Só importa quem você ama agora. Isso me destrói e me dá vontade de destruir. Não é que eu queira sua infelicidade é que eu acreditei que seríamos eternas. Achei que tínhamos construído uma ponte que de um jeito ou de outro levava uma a outra. E não, não tem a ver com querer voltar ou querer tentar de novo. Tem a ver com o amor que nunca acaba, dos momentos que não podem ser apagados com outros momentos com outras pessoas. Tem a ver com as músicas, as risadas e as brincadeiras. É isso. Me sinto abandonada e destruída. Como se você pegasse uma borracha gigante e apagasse nossa página, sendo que os livros das nossas  vidas tem milhões de páginas. Não precisa apagar uma história pra escrever outra. Mas se assim que queres, aceito. Não reluto. Não esbravejo mais. Entrego a você a borracha, apague. Faça sua vontade. Que a minha hoje é assistir você errar ou acertar novamente.

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