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Depois do Léo tomar quase todos os sorvetes da loja, nós decidimos dar uma volta nesse lugar incrivelmente lindo

— Posso confessar uma coisa? — Léo pergunta enquanto andamos de mãos dadas

— Pode — digo e ele me olha

— Eu ainda estou com fome — ri — É sério, aqueles sorvetes não mataram a minha fome

— Cinco sorvetes não mataram a sua fome, Léo? — ele negou

— Cinco? Não exagera, Renato

— Olha que eu não estou contando a metade do meu que você roubou — ele riu

— Nem é pra tanto — nós paramos de andar e ficamos frente a frente um para o outro

— Eu vou sentir falta desse sorriso — passei meus dedos por sua bochecha e ele suspirou

— Nós podemos nos ver nos fins de semana, pra onde você vai? — ele pergunta me abraçando

— Minha mãe tem uma tia no Texas, ela concordou em deixar a gente morar lá por um tempo, até minha mãe conseguir um emprego — Léo me soltou e arregalou os olhos

— Texas?? Mas isso é no fim do mundo, Renato

— É o único lugar que podemos ir assim tão depressa — explico — Mas podemos nos ver nas nossas férias

— Mas isso está longe — ele fez um biquinho e me abraçou novamente

— Eu sei, baixinho — suspiro e o abraço mais forte — Nós vamos dar um jeito, eu sei que vamos — o abracei mais forte enquanto acariciava seus cabelos

(...)

Cheguei em casa e minha mãe estava na sala com várias caixas no chão e alguns móveis bagunçados

— Que bom que chegou, meu filho — ela veio até mim — Pode me ajudar com essas caixas?

— A senhora vai levar essas coisas para o porão? — perguntei indo até a bagunça

— Não, tenho novidades — ela se sentou no sofá e suspirou — Eu falei com a minha tia do Texas e ela me disse que daqui dois dias o primo Peter vai vir pra cidade, ela me disse que podíamos ir antes para aproveitar a ajuda dele com a mudança

— Dois dias? — Léo veio em minha mente na mesma hora — Mas mãe dois dias está muito encima, e a escola? Como vamos arrumar tudo? Eu... Eu...

— Eu sei, meu filho — ela se levantou e veio até mim — Mas finalmente vamos ficar longe do traste do seu pai

— Mãe, nós precisamos de mais tempo, não podemos abandonar tudo assim de uma hora pra outra, nós tínhamos um prazo, eu... — meus olhos se encheram de lágrimas — Eu não posso deixar o Léo, mãe — Ela veio até mim e me abraçou

— Eu sinto muito, querido, mas vai ser melhor assim

— Mas não é justo mãe, não é justo nós termos que abrir mão das coisas das nossas vidas por causa do meu pai — ela se afastou e levou as mãos em meu rosto

— Eu sei, mas é a nossa melhor escolha, infelizmente vamo ter que deixar algumas coisas para trás e seguir nossa vida… Mas sobre o Léo, vocês podem se ver nas férias, elas não estão tão longe — disse com um pequeno sorriso

— Não é a mesma coisa… Eu não sei se vou conseguir ficar tanto tempo longe do meu baixinho — suspiro

A mais velha dá um beijo em minha testa e sai da sala, eu preciso dar um jeito nisso, não posso deixar que a nossa história acabe assim

Eu vou dar um jeito de manter meu pai longe de nós de uma vez por todas, e já sei por onde começar.

𝐀 𝐚𝐩𝐨𝐬𝐭𝐚 || 𝐀𝐝𝐚𝐩𝐭𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐋𝐞𝐨𝐧𝐚𝐭𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora