MINE // Siany Fanfiction (em pausa)

DETALHES

Heyyyy! Como que está esse domingo?

Só para dizer que, se gostarem do capítulo, votem na estrelinha por favor :)

Outra coisa, COMENTEM! Isso melhora meu dia 100%, e me motiva muito a continuar.

E por último, mas não menos importante, me digam com o tempo se gostam da trilha musical, dos capítulos, etc.

Amo vocês d+++

Boa leitura :)

POV Sina

Após uma longa caminhada, chego na biblioteca da escola. Ela era uma típica biblioteca americana. Trilhões de prateleiras produzidas em madeira escura maciça, luzes fracas e aconchegantes, inúmeras mesas para sentar e milhares de vidraças em toda a extensão da parede.

Era meu lar. Meu refúgio quando as coisas estão ruins, meu ponto de paz em meio ao caos. O aconchego do lugar me fazia ficar hipnotizada pela beleza da grande biblioteca. Os livros que lia me fazia esquecer dos problemas, eu me sentia viva. Entro nas histórias e as vivo, como se cada dia eu estivesse em um universo diferente.

Romance, aventura, ficção científica, realeza, piratas, terror, ação, comédia... Como dizem, um leitor vive inúmeras vidas.

Como sempre faço, dou uma volta pelo gigantesco local. Tento prestar atenção em cada detalhe, mesmo que já saiba de cor toda a estrutura da biblioteca. Eu me sentia dentro de um livro para dizer bem a verdade. Clichê né? Sinto-me em um livro quando entro em uma biblioteca.

Mas não estou brincando, seu design modernista e escuro me faz pensar que voltei para o século XVII. Parece que estou em um reino, dentro da maior biblioteca do país, ao lado do grande palácio.

- Olá querida! - uma voz falha pela velhice ecoa pelo local silencioso. - Faz tanto tempo que não te vejo!

Era vovó, cuidadora da biblioteca escolar.

- Oi vó. - digo o mais baixo que posso, a abraçando com ternura. - Como está o dia hoje?

- Perfeito, minha neta. Dá para escutar os passarinhos na mesa onde trabalho.

- Isso é sensacional, vó!

Fico boba com a voz doce da velha. Era impressionante o quanto ela se divertia pelos mínimos detalhes da vida. Seu dia fora perfeito somente pelos passarinhos. Queria eu ser tão otimista e feliz assim. Minha mãe era tão parecida com ela...

- Querida? - acordo de meus pensamentos quando minha vó passa a mão em meu rosto. - Pensando demais, em?

- Oh, desculpe...

- Está tudo bem?

- Sim. Não se preocupe, vovó, só estou cansada.

- Está sempre cansada, querida. Deve estar estudando demais. Sua mãe era idêntica a você.

Sorrio fraco, abaixando meu olhar para meus pés.

- Sina... - vovó percebe meu olhar cabisbaixo e toca em meu rosto, deixando-o em sua direção para que pudesse encara-la. - Sua mãe estaria tão orgulhosa de você, minha filha.

- Como sabe disso? Não sei, nem mesmo, em que vou trabalhar. Já estou no 3º ano do Ensino Médio, vó!

- Sua mãe só descobriu o que queria depois de velha. Fez uma faculdade somente por fazer, não tinha pensado direito. Não coloque pressão em si mesma, você vai descobrir em uma hora ou outra.

Sinto uma lágrima sair de meus olhos, que logo é limpada pelo polegar de vovó. Sorrio com o ato e selamos um caloroso abraço.

- Obrigada. - sussurro, com meu rosto mergulhado em seu pescoço, ainda de olhos fechados. - Te amo.

- De nada, meu amor! Também te amo. - diz com ternura, se separando do abraço e olhando em meus olhos. - Agora vá ler um livro, tirar sua mente dessas coisas complicadas.

- Ok, vó. - beijo sua bochecha. - Bom trabalho.

Saio do local, sentindo o olhar sorridente de vovó caído sobre mim, me fazendo rir inconscientemente.

Vou até o canto da prateleira, sentando no chão e abrindo meu livro. Comecei a lê-lo a pouco tempo, mas já estava bem engajada na história. Era sobre dois melhores amigos que tentam descobrir um dos mistérios mais secretos de sua cidade. Acho que eles vão se apaixonar...

- Se você está se perguntando: sim, eles se apaixonam. - uma voz feminina ecoa pelo local, me dando um leve susto.

Olho para frente e vejo uma menina de cabelos cacheados, vestindo uma toca preta e uma jaqueta de couro, enquanto segurava um cigarro entre seus dedos.

- Confie em mim, já li todos os livros LGBTs possíveis. - ela se apoia na mesa em sua frente, selando o cigarro em seus lábios.

- Sabe que não pode fumar aqui, né? - fecho meu livro e o coloco do lado de meu corpo.

- Sei. - ela dá uma leve tragada na substância, assoprando logo em seguida.

- Bom... Não tem o perfil de uma pessoa que gosta de ler.

- E você não tem o perfil de ficar sozinha em uma biblioteca. Muito bonita para isso. - ela me lança um leve sorriso, me fazendo corar um pouco.

- Nunca te vi na escola...

- Any Gabrielly. - ela senta ao meu lado e se apoia na parede. - Sou nova aqui.

- Ah, legal! - viro para a morena, para a olhar com mais clareza. - Sina Deinert, a nerd.

Estendo a mão para a garota, e ela ri um pouco da minha fala.

- Prazer em conhecê-la, senhorita Deinert. - Any aperta minha mão, me cumprimentando.

- Prazer, senhorita Gabrielly. - a cacheada tenta segurar o riso. - Isso foi bem mais estranho do que pensei que seria.

Rio um pouco da situação, mas por algum motivo fiquei um pouco nervosa. O sorriso brincalhão da cacheada me deixa um pouco mais relaxada.

- Vou deixar a madame ler seu livro, com licença. - Any levanta do chão e rouba um dos livros da bancada. - Shhh... Não conta para ninguém. - ela sela seu dedo indicador nos lábios, saindo do local logo em seguida.

Pego meu livro e tento voltar a lê-lo, mas sem sucesso. Só conseguia pensar em toda a situação entre eu e aquela garota rebelde. Foi bem estranho, mas ela parecia ser uma pessoa bem divertida.

Resolvi escutar música novamente, olhando para o teto, pensando em tudo que humanamente poderia pensar.

O tempo passava devagar, como os raios de sol que lentamente entravam em minha janela, todas as manhãs, iluminando meu quarto por inteiro. Parece doideira, mas mergulhar em meus pensamentos era a única coisa que me fazia sentir viva. Fechar os olhos e sentir o vento bater em meu rosto, o calor do sol aquecendo meu corpo, o cheiro de livro novo adentrando minhas narinas e o aroma do cigarro ficando cada vez mais imperceptível para meu olfato.

Como minha mãe dizia: "Os pequenos detalhes do mundo são o que deixa-o mais colorido".