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HOPE CARTER
Eu não iria ter nada com jaden. Nós estávamos bem, ele com Sabs e eu com minhas passarelas. Haviam tantos modelos que queriam apenas sair comigo, tantos caras que eu poderia só pedir e teríamos um relacionamento bom.
Mas eu continuei encarando jaden, mesmo quando ele olhou para todo meu corpo. E eu conseguia até saber o que ele pensava.
— Boa noite. — ele falou para ninguém em particular e se aproximou de Sabs que lhe deu um selinho.
— Vai se foder. — Cooper sussurrou passando a mão pelo cabelo e eu soltei uma risada. — o que ele é? Um modelo?
— Ele não é modelo! — eu falei de volta. — É médico.
— Obrigado pelo conforto, idiota!
Conforto? O quê?
— Você não está...
— Amores, o jantar!
Então apenas balancei a cabeça brevemente. Era ridículo, Cooper não era interessado em Sabs. Tudo bem que eu tinha 24 anos mas eu não reclamaria de ser tratada como criança durante o jantar, não quando havia torta de maçã.
Me sentei ao lado de Cooper e sorri quando vi todas as carnes sobre a mesa. Esperei o senhor Quesada se sentar e colocar seu próprio prato para colocar a minha. Foi engraçado já que Cooper bateu o quadril com o meu quando fui colocar o macarrão.
— Cooper! — eu falei tentando ficar séria.
Olhei séria para ele, pedindo para o crianção parar de me cutucar. Dixie dava uma risada vendo minha irritação e todos os outros da mesa sorriam.
— Você é péssimo! — eu falei para Cooper.
— Eu me esforço. — ele deu de ombros e sorriu.
Eu sentei novamente com toda a comida no prato. Não era tanto e nem tão gostoso quanto as comidas francesas, mas era ótima e eu quase arquejei quando provei a sobremesa. Santa senhora Quesada e sua torta de maçã com sorvete.
— Como a senhora faz isso?! — eu apontei para o prato com o garfo.
Eu havia dado um tempo, sempre tinha de responder entrevistadores taciturna, sem tanta intimidade quanto eu sou acostumada. Eu precisava de uma folga da formalidade.
— Oh querida, receita da minha irmã. — ela fez um gesto modesto com a mão.
Mas óbvio que ela sabia o quanto a torta era boa, ou talvez fosse óbvio pra mim.
— Como vão os desfiles, hope? — Dixie falou se aproximou um pouco mais. — soube que no último que você desfilou aquela loirinha que todo mundo conhece, menos eu, vomitou em um fotógrafo.
Eu abri a boca para falar que havia dado um tempo mas escutei alguém engasgando e tapas. jaden estava vermelho e tossia muito, enquanto Sabs dava tapas nas costas dele. Olhei seu prato e não vi nada, talvez tenha sido o vinho.
— Você é modelo?! — ele falou rouco ainda, eu dei de ombros. — uau!
Eu olhei para ele por mais dez segundos, tentando ler o rosto bonito dele. Ele me encarou mas logo virou para Sabs que sussurrava algo no seu ouvido. Eu virei para Dixie.
— Esse aí foi na Nova Zelândia. Você não faz ideia do quanto eu ri, tadinha estava nervosa com o primeiro desfile de biquíni. Ela foi tirada da equipe. — eu falei meio triste pela Zandy, ela era boa. — Mas ela vai se acostumar, eu estava pensando e resolvi fazer quando estava na casa dos Matarazzo. Deixei as passarelas.
— O quê?! — até Noah virou indignado pra mim, antes conversava com conrrado.
— Vou para o júri por um tempo, estou com saudade do tribunal. — eu dei de ombros e senti o olhar de jaden pesar sobre mim. — uma amiga minha me pediu conselhos com um caso e eu percebi o quanto eu sentia falta de ficar... quieta, eu acho.
— Você não queria engenharia?! — jaden se intrometeu.
Meu rosto foi lentamente até o seu, vendo os sogros dele no caminho e conrrado que franziu a testa.
— Eu queria, realmente. — eu falei leve. — mas aconteceu tudo... isso e eu fui por outro caminho. Fico feliz que pelo menos você tenha seguido no que queria.
Sabs fez uma careta, espetando o frango e eu acordei. Não é assim que funciona.
— E a tatuagem não te atrapalhou? — ele perguntou.
— Não. — eu virei o rosto. — expliquei o que significava e usaram bastante a meu favor.
— Então significa alguma coisa. — Darianka arregalou os olhos pra mim do outro lado da mesa, cutucou conrrado praticamente implorando para que fizesse Jaden calar a boca.
Eu agradeceria. Comi mais um pedaço da torta.
— Vou a um escritório de um velho amigo amanhã.
conrrado sorriu um pouco para mim e voltou a conversar com jaden. Eu olhei para Sabs e seus pais que me encaravam com os olhos cerrados.
— E como vai no escritório, Sabs? — eu falei sorrindo, tentando amenizar a tensão ridícula.
— Vai muito bem, ia comentar com você sobre o caso que Lucas resolveu semana passada, nossa... — ela começou e baixou os talheres, se envolvendo na narrativa. — um jogador de futebol assinou um contrato de patrocínio e descobriu que a empresa usava trabalho infantil...
E engatamos em uma conversa boa. Fomos para a sala de estar, conversando sobre os trabalhos e eu até falei sobre a Inglaterra quando Dixie perguntou, Sabs complementava sobre quando havia visitado o avô e jaden também apontou lugares legais. Ele falou que tinha gostado de viajar para a Rússia, falando que havia assistido a última copa do mundo lá.
— A seleção portuguesa foi uma decepção! — ele falou dando de ombros.
— Eu tinha minhas esperanças na França, fiquei feliz quando ganharam. — eu dei de ombros. — eu conversei com o Mbappé na festa de uma amiga, ele falou que foi ótima a recepção dos russos.
— Ele é um cara legal?! — jaden falou se apoiando sobre os joelhos. — sempre me perguntei se o rostinho sorridente não era uma máscara pra mau humor.
— Ele é um anjo! Tudo bem que eu entendi somente metade do que ele falou em francês, mas ele foi tão legal comigo. — eu sorri. — eu queria ter assistido todos os jogos mas fiquei ocupada com o Richard.
jaden sorriu um pouco mas franziu a testa. Richard era meu cachorro, com nome em homenagem à um tio meu que havia morrido. Meu cachorrinho era meio estranho e também adoentado então era meio que necessário deixar todas as festas.
— Seu namorado não quis te acompanhar? — jaden perguntou confuso.
Cooper explodiu numa gargalhada. Eu o encarei feio e voltei a olhar pra ele, mas minha boca fechou.
jaden não queria conversar comigo já que beijava Sabs. Eu suspirei.
