35. sol

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𝘬𝘪𝘢𝘳𝘢 𝘤𝘢𝘳𝘳𝘦𝘳𝘢

—Meu Deus você é tão linda. — JJ diz pela milésima vez no dia.

  Estamos no The Fish, falei que iria ajudá-lo a preparar o lugar para os novos donos que viriam hoje.

—Você também está lindo, JJ. — dou um selinho em seus lábios.

Ele está sentado só me observando, folgado.

—Você vai me ajudar?

—Claro gatinha. — ele levanta em um pulo.

Organizamos as mesas e limpamos tudo, o lugar estava impecável, não tinha como não gostarem.

—Puta merda... — JJ fala olhando para fora. —Nem fodendo.

—Para de xingar JJ, não quer causar uma boa impressão?

Foco onde seus olhos estão e vejo os novos donos chegando. Nem fodendo.

—A família da Elle comprou o The Fish? — ele fica indignado.

—Pelo jeito.

Eles entram.

—Bom dia. — o loiro fala nervoso.

Eles não falam nada, só acenam com a cabeça.

—Você trabalha aqui também? — a morena me pergunta.

—Não, já estava indo também. Bom trabalho. — falo com um sorriso sarcástico e mando um beijo para JJ.

—Na verdade pode ficar, Kiara — o pai dela diz. — Seu amigo tavez precise de uma carona.

—Carona pra que? — ele pergunta confuso.

—Para ir embora. — a mulher mais velha fala.

—Todos vocês não trabalham mais aqui, podem ir para casa.

—Mas... Por que? — JJ fica confuso.

—Vamos arrumar a equipe com pessoas mais competentes para o trabalho, e se puder sair daqui senhor Maybank nós ficaríamos gratos.

—Merda. — ele sussurra.

—Vem JJ, eu te levo pra casa. — pego em sua mão e o puxo para fora.

—Ela deve ter pedido para ele me demitir, certeza. — ele está bravo demais.

—Não JJ... Vamos pra casa, ok? Resolvemos isso lá.

Dirijo para o apartamento e tentamos descobrir algum emprego.

—Que merda hein. Não tem nada. — ele diz.

—Relaxa, vamos pensar em alguma coisa.

Pego sua mão e vamos até a praia, relaxar para pensar. Conforme andamos percebo o quanto as pessoas estão felizes, vejo famílias fazendo castelos de areia, crianças correndo e brincando, cachorros pulando ondas. Esse futuro feliz que elas tem.

—As ondas tão boas pra surfar hoje. — o loiro fala.

—Ondas! Isso! É isso JJ! — dou um pulo.

—Isso o que?

—Vai surfar! Faz disso a sua profissão! — fico animada.

—Kie...

—Não JJ, eu tô falando sério! Calma aí.

Tenho um contato de um amigo que fiz em Nova York e ele tem alunos de surfe no Brasil, mando para ele.

—Quem é "Rodriguinho"? — ele fica confuso.

—Se tiver interesse em fazer disso a sua profissão, fala com esse cara, e fala seu nome completo.

—Mas como ele vai me ajudar um dia? Esse cara nem me conhece.

—Ele sabe quem você é. — continuo andando.

Tivemos uma conversa longa no meu apartamento de lá, e contei tudo para Rodrigo sobre JJ, como ele era um bom surfista e um bom amigo. E que deveria ver o seu talento.

—Muito obrigada, amor. — ele me beija na bochecha.

—Acho que a gente devia fazer mais passeios na praia assim, sabia? — encosto minha cabeça no seu ombro. — Não só de noite.

—Concordo com você, gosto de sentir o sol.

—Quer entrar no mar? — digo olhando para as pranchas.

Corremos até onde elas estão e pegamos as nossas. Nadamos até um lugar longe das pessoas e ficamos sentados ali.

—Sabia que minhas costas ainda estão doendo por eu ter dormido no chão? — ele diz indignado.

—Desculpa — dou risada. — Eu me mexo muito de noite.

—Você literalmente me chutou da cama.

—Pode ir se acostumando se for dormir comigo todos os dias, vai acordar sempre no chão. — ele se revolta e vira a minha prancha.

Coloco minha cabeça para fora da água e belisco seu pé.

—Ridículo. — mostro o dedo do meio.

—Linda. — ele faz biquinho, querendo beijo.

Jogo água em seu rosto que está inclinado para frente e ele joga de volta.

—Amo você ele diz.

—Também amo você — lhe dou um selinho e logo depois puxo sua cabeça para a água. —E amo a vingança também.

—Ridícula.

—Lindo. — digo sarcástica.

o final ta chegando e o choro também eita

𝐈𝐓 𝐄𝐍𝐃𝐒 𝐀𝐓 𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐄𝐀; 𝐣𝐢𝐚𝐫𝐚 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora