Love to hate it | yoonmin

#1 Fazer uma festa e não deixar Park Jimin dormir antes de uma prova importante

Min Yoongi estava na varanda de seu quarto no segundo andar com um cigarro queimando na ponta dos dedos e observando o jardim abaixo. A grama estava repleta de copos descartáveis azuis e uma sujeira que ele tinha até medo de descobrir o que era. A festa da fraternidade chegou ao fim, mas o estrago ficou para trás. Ele se trancou no quarto impedindo que os amigos bêbados usassem sua cama como se fosse um motel e agora que o som da música estava baixo, ele apreciava o silêncio e a calmaria. Seus amigos dormiam largados pela casa bagunçada, e mesmo tendo digerido altas doses de álcool, sua mente se recusava a descansar. 

Ele deu um sorriso de canto orgulhoso, pois a festa tinha sido um sucesso. A fraternidade que ele e os amigos faziam parte era famosa por suas grandes algazarras. Por isso, eles eram famosos no campus da faculdade de arte. Yoongi passou a mão livre sobre os cabelos curtos e levou o cigarro até a boca para tragar mais uma vez. Quando ele soltava a fumaça, algo chamou a sua atenção no jardim.

Era um dos seus amigos que morava na fraternidade, Jeon Jungkook. Ele era o calouro e o mais novo do grupo. Tinha o corpo grande, largo e os cabelos pintados de roxo. As roupas escuras e o piercing na sobrancelha direita era só uma fachada para esconder o seu coração mole e bondoso. Yoongi ainda considerava chutá-lo da república, mas infelizmente ele tinha um fraco pelo moleque. Não conseguia brigar com ele quando Jeon lhe olhava com seus olhos grandes de cachorro que caiu da mudança.

Ele observou o garoto bêbado andar a passos apressados, com seus olhos ansiosos procurando algo atrás de si, indo em direção ao muro do lado esquerdo do jardim furtivamente e habilmente pulá-lo para o outro lado. Min Yoongi revirou os olhos e xingou baixinho.

Do outro lado do muro, residia a fraternidade rival. Há anos aquela rivalidade existia e cada nova turma tinha a missão de continuar infernizando a vida um dos outros até que o curso chegasse ao fim. Veterano e líder, Yoongi nutria um sentimento odioso pelos vizinhos. Era simplesmente natural.

Quando Jungkook foi iniciado na fraternidade, ele e os melhores amigos, Namjoon e Hoseok, lhe explicaram as regras e a mais proibida delas era confraternizar com os inimigos. Eles estavam ali para transformar a vida dos idiotas do lado em um inferno e não para serem amigos.

– Porra, moleque! - ele deu um último trago no cigarro e observou as janelas apagadas da casa ao lado.

Esperava que aquela noite de música alta, gritaria e bebedeira tivesse incomodado os playboys da turma de artes cênicas o suficiente para que eles não conseguissem dormir e se dessem mal nas provas que teriam de manhã. Ah, o gosto delicioso da implicância!

O foda é que ele sabia (e fingia que não) que o moleque estava se pegando com o otário do atorzinho de meia-tigela, Kim Taehyung. Então, era claro que o álcool entrou e o tesão surgiu para encorajá-lo a fazer besteira. Yoongi fingia que não via o que acontecia embaixo do seu nariz porque assim era mais fácil manipulá-los. Assim como também era de seu conhecimento que o quase formado ator e veterano da casa do lado, Kim Seokjin, tinha um relacionamento estranhamente passional com seus dois melhores amigos. E ele fingia não entender e não ver, sempre foi mais fácil dessa forma. Só não esperava que até o mais novo estava o traindo.

– Malditos... - ele apagou o cigarro no suporte da varanda, dispensou no jardim sujo e entrou de volta no quarto com os pés descalços.

Ele tirou a camiseta e se sentou na cama. A sua varanda dava de frente para uma janela de um quarto específico da república do lado. O quarto do vetereno folgado, Park Jimin. Jimin estava se formando em artes cênicas para atuar em musicais e ele era o demônio em pessoa. Se tinha alguém que Min Yoongi odiava era o babaca do Jimin. Os dois tinham uma forte richa de anos que envolvia pregar peças das leves às mais pesadas entre si. Min não teve um dia de paz sequer depois que Jimin entrou naquela faculdade (e na sua vida).