Operação papais | Namjin | Concluída

Capítulo 1: não preciso disso

🌙 Essa perfeição de capa foi feita por wondercosmic

- O que? Acha que 300 reais da pra se manter por 9 meses? Sabe o que você pode fazer com essa merda?

- Senhor, por favor mantenha a calma.

- Calma o caralho. Tem uma coisa crescendo dentro de mim e você acha que 300 reais resolve minha vida?

A porta da pequena clínica se abriu fazendo o atendente olhar o novo cliente com súplica, o advogado havia ouvido alguns gritos antes de entrar e imaginou o que poderia estar acontecendo, mas jamais passou por sua cabeça que o causador dos problemas poderia ser tão estupidamente lindo que faria seu lobo querer sair do peito.

- Boa tarde doutor Kim.

- Boa tarde Beom, boa tarde senhor...?

- Não te interessa. Eu só quero a porcaria do dinheiro pra eu passar os nove meses até poder entregar esse filhote. Essa merda que eles chamam de auxílio não dá nem pra pagar uma clínica de aborto.

- Senhor Não-te-interessa, o estagiário não tem nada a ver com isso, pode por favor parar de rosnar pra ele?

- Eu vou embora isso sim, não vou gastar mais tempo com essa porra.

O rapaz sequer se despediu, apenas virou as costas e saiu batendo a porta, assim que se viu sozinho com o advogado Beom suspirou aliviado.

- Obrigado Jin hyung, eu achei que ele fosse me bater.

- Não se preocupe, então, algum bebê foi entregue?

- Infelizmente o único que apareceu por aqui e não iria fechar nenhum pedido era ele.

- Normalmente alfas não vem aqui entregar bebês.

- Hyung, ele era um ômega.

Aquelas palavras pareceram cair como um peso nas costas de Jin, ou quem sabe tirar um peso, já que agora quase ronronar pelo delicioso cheiro de grama cortada com chocolate quente que sentira fazia sentido. Algo em seu interior torcia para que aquele ômega tão peculiar voltasse, tanto para poder ter seu filho quanto para reencontrar o rapaz, nunca seu lobo havia se agitado por alguém antes, ao menos não desde Moonbyul.

- Qual o nome?

- Namjoon.

- Namjoon... combina com ele esse nome, Beom se ele aparecer por aqui me ligue imediatamente por favor.

- Claro hyung.

Uma chuva pesada varria as ruas da cidade, poucos eram os que se aventuraram a sair com aquele tempo, Jin era uma dessas pessoas, para sua "sorte" estava sem guarda chuva no carro, o que resultou no alfa correndo tentando se proteger com a pasta de documentos.

O ar condicionado da pequena delegacia parecia uma benção naquele dia frio, assim que sentiu o ar morno vir em sua direção Jin suspirou aliviado, até aceitou o café que lhe fora oferecido, mesmo que não gostasse muito da bebida, mas a sensação reconfortante que o líquido quente trazia ao passar pela sua garganta não poderia ser dispensada.

- Então doutor, o que te traz aqui num dia assim?

- Já disse pra me chamar de Jin, quantas vezes preciso repetir Yeonjun?

- Desculpe, senhor Jin.

- Céus, só Jin por favor. E eu vim buscar as cópias do caso do Min, o Yoongi só falta arrancar os cabelos de tanto stress que o irmão está causando.

- Aquele Agust não toma jeito mesmo, só um momento Jin.

Enquanto o policial ia até a impressora a porta se abriu com violência, o ômega da clínica estava lá, mas dessa vez algemado e com dois policiais o carregando.

- Boa tarde Jin.

- Oi hyung.

- Jackson, Tae, como vão?

- Bem, eu já volto aqui só resolver isso.

Taehyung saiu levando Namjoon, o beta estava com problemas para fazer o ômega obedecer, mas Jin não pode deixar de notar que a marca no rosto do rapaz era nova, ou quem sabe deixara aquele detalhe passar no dia da clínica, mas o modo como aquele rosto ficou gravado em sua memória não lhe deixava enganar.

- Não sabia que um ômega podia ser tão forte. - as palavras de Jackson fizeram Jin voltar a si, o advogado apenas pigarreou e bebeu mais um gole de café.

- Você sabe que a classe não diz nada, mas o que aconteceu?

- Furto simples. Segunda vez esse mês.

Antes que Jin pudesse perguntar algo Yeonjun voltou com seus papéis, o alfa guardou os documentos em sua pasta e deixou os dois betas trabalharem, agora era seu momento de por a mão na massa. Como era conhecido na delegacia foi fácil para poder conversar com o delegado.

Mal havia deitado e a porta da cela já se abriu novamente, Namjoon sequer fez questão de olhar o que era, já imaginava que teria que dividir o lugar com alguém mas também sabia que o máximo que ficaria ali era duas semanas então nem se preocupava.

- Namjoon, levanta!

- Por que eu faria isso? - a paciência de Taehyung estava prestes a se esgotar com aquele ômega problemático, mas o que poderia fazer além de manter a raiva dentro de si?

- Uma pessoa deu um jeito de te tirar daqui, agora anda.

A surpresa era evidente em Namjoon, afinal não tinha nenhum amigo ou família, nenhuma pessoa que se preocupasse caso fosse preso. Qual não foi o choque ao ver o homem da clínica conversando com alguns policiais.

- Senhor Kim Não-te-interessa?

- Me chama só de Namjoon. Senhor Kim era meu pai, se é que tive um.

- Pois bem, Namjoon, por que roubou aquele idoso?

- O que roubei daquele velho sequer vai fazer falta pra ele.

- Por que roubou dele?

- E isso te interessa? Só me diga logo o que quer em troca de me tirar daquele lugar, já vou avisando que não vou dar o rabo pra você se é o que quer.

- Eu só quis ajudar Namjoon.

- Muito obrigado por sua caridade. Mas não acredito mais em Papai Noel.

Sem esperar uma resposta Namjoon pôs o capuz do casaco indo até a porta, assim que tocou o trinco uma mão segurou seu pulso.

- Namjoon, pegue meu cartão, se precisar de alguma coisa, qualquer coisa, só me ligar.

- Obrigado, se eu precisar de algo pode ter certeza que não irei te procurar.

Jin apenas conseguiu por o cartão no bolso do ômega antes que ele saísse pela porta. Pelas ruas gélidas o rapaz caminhou sem rumo, assim que chegou ao bar de um velho amigo Namjoon suspirou aliviado, finalmente um abrigo da chuva. Um copo da bebida mais forte do lugar e um cigarro, apenas duas coisas já foram o suficiente para o corpo do rapaz esquentar, quando foi pegar a carteira notou o pequeno cartão preto com letras brancas em seu bolso, Seok² advocacia, sorriu de canto com cigarro na boca e guardou o objeto na carteira, sabia que não ligaria para aquele idiota nem que estivesse atolado na merda e ela pegasse fogo, mas era bom se prevenir, nunca se sabe o que o destino pode aprontar.