Capítulo quatro: um... lar?

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Jin acordou com o barulho de aparelhos médicos, ao abrir os olhos a primeira coisa que viu foi o teto branco do hospital, o alfa tentou se levantar mas uma dor terrível o atingiu. Ele virou a cabeça e viu Namjoon em um leito ao seu lado, estava prestes a puxar conversa quando a enfermeira entrou.

— Ainda bem que os dois acordaram, céus aquele prédio deixou nossa emergência um caos, o médico vai ficar feliz de ver vocês assim.

— O que aconteceu? – Jin estava confuso, havia ido salvar Namjoon mas não se lembrava do que aconteceu, sua mente parecia um borrão estranho.

— Você, alfa, entrou feito um doido no prédio, quando eu tava saindo você correu por mim gritando meu nome, eu fui atrás de você, por pouco uma viga e um pedaço do teto não caíram em você, sorte que eu te segui e te tirei de lá.

Os olhos dos dois rapazes se cruzaram, algo acendeu em seus peitos mas nada disseram, sustentaram aquele olhar por um tempo até Jin desviar desconcertado.

— Eu fiquei preocupado com você. Você está grávido...

— Eu sei me virar, quem precisa de preocupação é você, que precisou que um ômega grávido te salvasse.

— Obrigado.

Um silêncio tomou conta do local enquanto a enfermeira checava os aparelhos médicos, logo que ela saiu a porta foi aberta e Yoongi entrou seguido por Hoseok.

— Jin! Será que preciso te dar férias ver se sua cabeça volta funcionar? Que ideia foi essa? – mesmo com o jeito irritado, Hoseok correu que o amigo e o abraçou, logo checando se estava tudo bem – você podia ter morrido seu idiota.

— Fico feliz em te ver também.

— O médico disse que vocês precisam ficar em observação por um tempo – Yoongi não deixava transparecer, mas também estava muito preocupado com o amigo – Não se preocupe que eu vou pagar a conta do hospital... – seu olhar recaiu no ômega grávido e ele torceu o nariz, algo nele era familiar, ele lembrava daquele cheiro de algum lugar – dos dois, afinal se não fosse por esse ômega você estaria ferrado.

Foi preciso que Yoongi insistisse muito para que Hoseok concordasse em deixar os dois garotos repousando, o rapaz não queria sair de perto do amigo, mas eles precisavam descansar e daquele jeito não seria possível. Quando Jin estava quase adormecendo algo brilhou em sua mente.

— Ei Namjoon, tá acordado?

— Não.

— Onde você vai morar agora?

— Não quero pensar nisso por enquanto, mas eu já vivi um tempo na rua, não vejo problemas em voltar a isso até encontrar algum lugar pra ficar.

— Você está grávido!

— E daí?

— Olha... você pode morar comigo, ao menos até a gente achar um novo apartamento pra você.

— Não quero dar trabalho.

...

Não foi muito trabalhoso levar Namjoon para casa de Jin, como o ômega havia perdido tudo bastou apenas esperarem o médico dar alta do hospital. A casa do rapaz era razoavelmente grande, com o jardim bem cuidado e uma vizinhança tranquilo, Namjoon ao ver aquilo podia ter certeza que tinha morrido e estava no céu, não que julgasse que merecesse estar em tal lugar.

— Aqui embaixo fica a cozinha, sala, banheiro, dispensa, lá em cima tem meu quarto,  um quarto de visitas que será seu a partir de agora, meu escritório e... uma sala de tranqueiras. Pode ficar a vontade, essa vai ser sua casa agora.

— Obrigado.

— Se quiser dar uma olhada em tudo, eu vou preparar alguma coisa pra gente comer, por enquanto pode usar minhas roupas, caso queira tomar um banho eu tenho um pacote de cuecas novas na primeira gaveta, é um número maior do que uso mas creio que vai cair bem em você. Fim de semana te levo ao shopping comprar roupas novas para você.

— Obrigado.

Um sorriso passou pela face de Namjoon, mas rapidamente desapareceu e o ômega subiu as escadas, mas mesmo breve aquilo foi capaz de desconcertar Jin, as covinhas do rapaz o deixavam mais encantador, mesmo que o alfa pensasse que aquilo era impossível.

Namjoon foi primeiro ao seu novo quarto, era grande e a decoração parecia cara, ao notar uma porta descobriu que havia um banheiro apenas sei agora.

— Riquinho.

O escritório de Jin era cheio de livros e possuía uma janela enorme, como o sol estava se pondo a vista que possuía era deslumbrante, o ômega não conseguia sequer imaginar quão linda deveria ser a cidade a noite vista dali.

O quarto de Jin era maior que o de hóspedes, havia um closet ao invés de um guarda roupas, e uma TV preenchia parte da parede. Aproveitando que estava ali, Namjoon vasculhou as roupas e encontrou um pijama que parecia que serviria para si, pegou também uma toalha e levou consigo, para não precisar voltar ali.

A tal sala de tranqueiras tinha uma maçaneta entalhada assim como a porta, mas diferente de todos os outros cômodos ela estava trancada, não deu muito importância já que deveria apenas estar cheia de caixas e mais caixas, porém enquanto a água morna do chuveiro escorria por seu corpo a curiosidade chegou de mansinho e logo  tomou conta de seu ser

Afinal, se possuía apenas tranqueiras por que estava trancada? Qual a da porta decorada? Até a maçaneta tinha enfeites, o que Jin escondia?

Ao tocar no assunto durante o jantar, o alfa apenas deixou claro que não precisava se preocupar com aquilo e deveria comer logo antes que a comida esfriasse.

Uma boa noite de sono foi o suficiente para fazer Namjoon esquecer da porta, pela manhã o café estava sobre a mesa e havia um bilhete junto com a chave da casa. Sua manhã foi tediosa enquanto passava os canais da TV. Jornais, programas de fofocas, programas de culinária, reality shows... mas nada de interessante, sequer havia algum desenho ou filme. Durante a tarde ele decidiu caminhar um pouco, encontrando um velho amigo pelo caminho o tempo passou mais rápido que o imaginado.

Quando chegou em casa novamente, Jin estava na porta esperando Namjoon chegar com a chave, o alfa se repreendeu e falou que faria uma cópia do objeto para que o rapaz tivesse liberdade de sair sem se preocupar em chegar antes de si.

Não demorou para o delicioso aroma de comida caseira invadir os sentidos de Namjoon, mesmo no segundo andar aquele cheiro estava lhe dá do água na boca, com pressa ele pegou uma muda de roupas do Jin e foi tomar banho.

A camisa cheirava a menta e café igual o alfa, aquele cheiro estava impregnado, como se ele a usasse bastante, normalmente Namjoon se negaria a vestir algo que cheirasse a outra pessoa, mas naquele momento ele sequer se importava, o cheiro era tão bom que não via problemas em a usar daquele jeito.

— Minha camisa favorita fica bem melhor em você.

Assim que Namjoon entrou na cozinha o alfa reconheceu de imediato a camisa que ele vestia, já o rapaz entendeu o motivo do cheiro estar tão forte nela.

— Qualquer coisa fica melhor em mim.

— Infelizmente não poderei negar.

O sorriso e olhares que trocaram foi intenso, como se tentassem ler a alma um do outro. Sequer notaram quando aumentaram a procuração de ferormonios, algo estava acontecendo mas eles se neganam a enxergar. Aquela bolha que eles criaram só foi interrompida pela campainha tocando, na porta estava Hoseok com uma garrafa de vinho.

— Boa noite... céus eu atrapalhei algo? O cheiro de vocês está tão forte, credo. Qualquer coisa posso deixar o casal aí e voltar outra hora.

Os dois rapazes responderam em uníssono que não eram um casal, Jin deu uma desculpa qualquer para a situação e deixou o amigo entrar, Hoseok não notou, mas Jin viu perfeitamente quando um brilho dourado e azul passou pelos olhos de Namjoon.

Operação papais | Namjin | ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora