capitulo oito: o bebê está mais perto

1.5K 212 74
                                    

— Coelhinho, o que acha de um filho?

O alfa chegou apenas de roupão na cozinha, seus fios loiros estavam despenteados e ele estava descalço, Jungkook que fazia o café da manhã quase derrubou uma xícara ao ouvir aquilo.

— Por que a pergunta?

— A gente tá junto a tanto tempo, você não quer um filho meu?

— E eu vou cagar uma criança? Eu não tenho um útero, não tenho uma fenda, eu sou só um alfa, não posso sequer receber seu nó.

— Eu sei amor, mas e se a gente arranjasse um ômega.

Assim que ouviu aquelas palavras o sangue de Jungkook subiu a cabeça, ele sentiu suas presas aparecerem e atirou a xícara que quase acertou seu loirinho antes de espatifar na parede.

— Calma. Eu só dei uma ideia.

— Sem ômegas! Eu sou seu alfa, você é o meu, eu tô pouco me lixando se tenho que passar os cios longe de você, ou se não posso te dar meu nó, ou não teremos um filhote, mas nada de ômega.

— E se adotassemos uma criança?

— Você é um criminoso, minha ficha não é a das mais limpas também, quem deixaria que a gente cuidasse de uma criança?

— Tem as clínicas onde você pode pagar por isso.

— Olha, vamos pensar nisso depois, agora vem tomar café.

— Com que xícara? A que você jogou em mim?

Mesmo que Jungkook fosse mais novo, e pela hierarquia devesse ser submisso ao outro, seu olhar mortal bastou para que o alfa mais velho pegasse qualquer xícara do armário e sentasse à mesa sem reclamar.

...

— Jin! Eu não vou sair!

— Por que meu bem?

— Eu pareço uma bola, nenhuma camisa tua me serve.

— Abra a porta.

Um clique foi ouvido e então Jin girou a maçaneta, foi impossível não soltar uma risada com a cena que viu, Namjoon estava jogado na cama so de calção e cercado por roupas. O ômega não queria que fossem compradas roupas novas, afinal ele insistia que o cheiro do alfa acalmava o bebê e a si mesmo, diminuindo os efeitos colaterais da gravidez, mas naquele momento era inegável que precisariam de ao menos camisas novas, nenhum das peças de Jin comportava a barriga do rapaz, que por estar próximo ao fim da gravidez já estava bem destacada.

— Nem as roupas que ficam grande pra você me servem mais.

— Você já provou todas?

— Até a última peça.

O alfa suspirou antes de sair do quarto, Namjoon ficou confuso mas não quis levantar da cama, estava em um estado de negação e decepção tão grandes que não queria sair dali, além do cheiro que tanto amava estar o cercando. O ômega sentiu então uma peça ser jogada em si, ao olhar para porta viu Jin de braços cruzados, ao se sentar na cama Namjoon notou que se tratava de uma camisa cinza bem larga, parecia uma daquelas peças que ele havia visto na loja para grávidas.

— Que isso?

— Só vista, depois que fizermos as compras pro bebê eu te explico.

Mesmo desconfiado o rapaz vestiu aquela roupa, o tecido era leve e caia perfeitamente em si, não havia dúvidas que era uma roupa para época de gravidez. Mas como sabia que Jin não explicaria, meses convivendo com ele foram o suficiente para saber que se ele dizia que iria falar depois... ele realmente só falaria depois.

O casal se direcionou para o shopping, nenhum havia feito um pedido propriamente dito, mas ninguém podia negar que estavam em um relacionamento, desde a viagem para praia que dividiam o mesmo quarto, ambos pensavam o que seria depois que o bebê nascesse, já que ele era um dos maiores elos que os unia, mas preferiam não apressar as coisas.

Com muito custo Jin convenceu Namjoon a comprar roupas novas, foi preciso prometer que marcaria todas elas com seu cheiro para o ômega aceitar. Na loja de produtos para bebês era impossível saber qual babava mais sobre aquelas coisas, primeiramente compraram um berço, ele era branco com detalhes em lilás, a vendedora garantiu que era super seguro e o bebê não cairia dali.

A banheira foi um tanto complicada, pois Jin insistia que aquelas coisas de plástico eram perigosas demais pois podiam partir ou deslizar com o bebê, demorou ate acharem uma que o agradasse, o azul da banheira combinava perfeitamente com o lilás do berço, e Namjoon pensava se o quarto do bebê se manteria naquela paleta de cores apenas.

Foi preciso um carrinho para carregar todas as roupinhas e sapatinhos que escolheram, nenhum deles conseguia se controlar ao ver tantas opções delicadas e lindas. Enquanto pegava uma jardineira de um tamanho maior, já que Namjoon pensava que o bebê iria crescer e precisar de roupas, avistou alguém que jamais esqueceria.

As mechas loiras estavam cobertas por um boné, e seu rosto se escondia atrás de uma máscara, mas era inegável que era o pai de seu bebê, desde do modo de caminhar até a ponta da tatuagem que podia se ver pela gola da blusa, Namjoon engoliu em seco quando seus olhares se cruzaram.

Jungkook então apareceu carregando um ursinho de pelúcia e entregando ao outro alfa, ao seguir com o olhar para onde ele olhava fixamente encontrou o amigo e acenou, não se contendo e indo o cumprimentar.

— Namjoon! Que coincidência, e nossa como sua barriga cresceu.

— Talvez por que tem um serzinho crescendo dentro de mim.

— Mal posso esperar pra ele nascer, eu vou ser o padrinho e não aceito não como resposta, prometo fingir surpresa quando você me convidar.

— Você não toma jeito hein.

Uma mão então pousou na cintura de Namjoon e aquele cheiro que tanto amava invadiu suas narinas, ele não pode deixar de sorrir ao olhar pro lado e encontrar Jin sorrindo para si.

— Seu amigo?

— Então Jin, esse é o Jungkook, Jungkook esse é o Jin.

Os dois rapazes trocaram um aperto de mão cordial, pelo canto do olho Namjoon viu o loiro pegar a sacola com o ursinho, não imaginava como havia pago tão rápido, e seguir para a porta.

— Seu ômega também está esperando um bebê?

— Que nada, meu alfa cismou que quer adotar uma criança.

— Seu... alfa?

— Sim, falando nisso, cadê ele?

— Que acho que seu alfa acabou de sair pela porta – Namjoon havia gostado de ver os dois conversando, seu coração se alegrou ao ver duas pessoas tão importantes serem apresentadas – não deve ter ido longe.

— Eu vou esganar ele, eu disse que não era pra ficar fugindo das lojas, foi bom ver você de novo Namjoon, e foi bom conhecer você Jin, até qualquer dia.

Enquanto Jungkook saia pisando firme pela porta o casal continuou suas compras, quase não coube tanta coisa no carro, mesmo que os móveis fossem ser levados pela loja mais tarde.

Assim que chegaram em casa, as compras foram postas no antigo quarto de Namjoon, como já havia um guarda roupa eles ponharam todas as sacolas lá dentro, deixando para arrumar outra hora. Antes que o ômega entrasse no chuveiro sentiu Jin pegar sua mão e o guiar até a porta da sala de tranqueiras.

— Sabe Namjoon, você perguntou da camisa, não é? Acho que está na hora de eu te mostrar uma coisa que tenho guardado por anos.

A porta foi aberta e a luz acesa, mas nada no mundo poderia ter preparado Namjoon para a visão que teve, suas pernas vacilaram e ele sentiu tudo girar, em uma das paredes havia um quadro que parecia olhar no fundo de sua alma, ele já imaginava o que estava acontecendo e foi impossível impedir as lágrimas de rolarem ao ler a data embaixo da moldura .

Operação papais | Namjin | ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora