58 | engano

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Thiago_

Paula entrou no quarto ao mesmo tempo que Lívia apertou minha mão e gritou de dor. 

- Paula pelo amor de Deus - choramingou - tira ele de mim logo. 

- Fica quieta aí menina - brincou, o que fez minha irmã fechar a cara. 

- Quanto tempo mais ela vai ficar aqui ? - perguntei. 

- Vamos ver - fez o exame de toque e sorriu - Já dilatou os 10cm, logo uma enfermeira vem para te levar para a sala de parto. 

- Você jura ? - Lívia sorriu com o rosto completamente vermelho e molhado .

- Eu prometo que logo ele vem, espera mais alguns minutos.

Ela saiu, eu segurei seu rosto e limpei com os dedos. Ela sorriu ainda gemendo de dor e eu alisei suas costas.

- Eu não tô pronta para ser mãe Thiago - Lívia choramingou me fazendo gargalhar. 

- Tá doida ? A pessoa mais preparada desse mundo para ser mãe é você. 

- Eu não fiz nem chá de bebê ainda.

- Não precisa, você já comprou tudo - tentei transparecer calma.

- E quando eu voltar a trabalhar ? Vou ter que abandonar ele. 

- Claro que não Lívia.

- Vamos mamãe? - a enfermeira entrou no quarto. 

- Eu não quero ir - soltou um soluço. 

- Se você não for - a enfermeira falava calma - vamos ter que fazer uma cesariana. 

-Tudo menos cesariana - disse rápido. 

Ela desceu da cama com todo cuidado do mundo, me olhou com um olhar pensativo. 

- O pai do bebê deveria estar aqui- abaixou a cabeça. 

-  Ele está - olhei confuso - Lennon. 

-  Tá zoando ? - negou. 

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Livia_

Já estava na sala de parto esperando Thiago se limpar, vestir toda a roupa necessária e voltar. 

Ele voltou rapidamente e se pôs atrás de mim. Segurei sua mão com toda a força que eu tinha. 

- Pronta para empurrar ? - Paula sorriu. 

- Não, tá doendo muito Paula. 

- Quando a dor vier você empurra - ela falou e assim eu fiz. 

A dor veio e eu empurrei, 1 , 2 e por aí foi diversas vezes. Thiago estava o tempo todo calado ao meu lado, o que estava me deixando com muita raiva. 

Tentei olhar para ele, mas a dor veio novamente e eu empurrei, com toda a força que eu pude eu empurrei. 

Senti tudo arder e doer ao mesmo tempo e logo uma sensação de alívio percorrer todo meu corpo.

Sorri com os olhos marejados assim que ecoou o som mais lindo do mundo por toda a sala.

As enfermeiras limparam ele, enrolaram em uma manta e vieram com todo carinho me entregar. 

- Ele é lindo - sorri pegando ele desajeitada. 

- Ele é perfeito - Paula sorriu - Você não acha Thiago?

Virei meu rosto e reparei bem, só aí eu percebi que não era o Thiago ali. 

Os olhos de Lennon estava em um tom avermelhado, ele sorria e fitava o bebê como se fosse a maior preciosidade. E era. 

- O que você está fazendo aqui ? - Indaguei sem tirar a atenção do bebê. 

- Eu não sei - sorriu - ele é tão perfeito, tão pequeno. 

- Não fala isso para alguém que acabou de ter ele . 

- Temos que levar ele - Paula se aproximou - fazer os exames. 

- Me deixa ir junto - ela negou. 

- Por favor Paula - choraminguei. 

- Eu vou com ele - Lennon se pôs a frente. 

- Não deixa ninguém roubar ele - eles riram em saíram da sala. 

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Lennon_

Segui as enfermeiras enquanto levavam o menino, ele sem dúvidas era a maior preciosidade que eu já havia visto em toda minha vida. 

Mantinha meus olhos vidrados nele sem desviar, observei cada parte daquele rosto e sorria muito por ter presenciado o nascimento. 

Fiquei observando todos os procedimentos que eles faziam, depois disso deram banho e colocaram uma roupinha nele. 

- Quer pegar ? - aceitei. 

Ela me ensinou como pegava e ajeitou ele do melhor jeito nos meus braços e eu sorri ainda mais, minha bochechas já estavam doendo. 

Olhei para a frente e estavam todos ali nos olhando encantados. Sorri e me aproximei  do vidro do berçário e mostrei para eles. 

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Xamã_

O menino ali era lindo, a coisa mais linda do mundo e mostravam traços reais da mãe e de outra pessoa que eu não me lembrava. 

Minha mulher estava ao meu lado chorando com as mãos no rosto, ela não sabia se chorava ou se ria. 

- Qual foi preta ? - alisei seu rosto - não tá feliz ? 

- É ele amor - sussurrou. 

- Sim, seu sobrinho e ele é lindo - sorri para ela. 

- Não Geizon, é o Lennon - ela me olhou fazendo cara de óbvia. 

- Como ? 

- Olha bem os traços deles dois - observei melhor - a orelha estranha, os olhos meio puxados, olha bem os traços parecidos. 

 - Tem mesmo os traços, mas pode ser que não seja. 

- Ou eu estou louca, ou o Lennon é o pai do Joaquim. 

Ela se aproximou mais do vidro e eu observei e realmente eles tinham os traços iguais, mas poderia ser só engano, né? 

3/5

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