CHAPTER 20: COMPANY

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" Sinto a manhã no meu rosto

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" Sinto a manhã no meu rosto

Não há uma pílula que eu não tomei

Apenas vivo tentando porque tem

sido um longo dia

Você vai mandar no jogo,

eles nunca vão mandar em você

Quando eles falarem merda de você,

você diz: Vai se foder também"

WHEN I R.I.P} LABRINTH

A minha mãe estava eufórica

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A minha mãe estava eufórica. Mandou montarem um quarto na Pethhouse do Hotel.

— Mãe! — bato com a mão na mesa ao ouvir o entusiasmo com que falava sobre o futuro com a criança. — Isso não é um conto de fadas. É a porra de uma criança da qual eu não estou pronto para lidar. Eu... — enterro os dedos no cabelo e suspiro alto. — Desculpa, não devia ter falado assim contigo. — Odeio faltar-lhes ao respeito. Posso ter uma reputação lá fora mas aqui, eu sou o tipo de filho que respeito os pais, da beijo de boa noite e que gosta de ficar com eles.

— Blake, não é fácil mas tens de assumir a responsabilidade. O teste deixou claro que és o pai. Tens de recuperar o tempo em que a pobre menina ficou sozinha a lidar com tudo. — empurro levemente o prato e arrasto a cadeira para trás, prendendo a cabeça entre as mãos.

—Eu sei. Eu sei que obrigações tenho de cumprir mas não podia simplesmente dar uma quantia exuberante que os deixasse ricos e cuidassem da criança? — o olhar da minha mãe é de reprovação.

— É uma criança não uma mercadoria! Os pais acabaram de perder a filha, não conseguem e nem têm condições para aguentar com a neta. Demos dinheiro suficiente para ajudar nas dificuldades deles mas deixaram claro que não querem a bebê então Blake!Sê o homem que ensinamos a seres. — engulo a seco e elevo os olhos para eles.

— Como é possível lidar com isso?Tenho o Hockey, os jogos, viagens,a universidade e agora um bebê?Que merda. — fecho os olhos cansado. Esse assunto tem esgotado qualquer energia minha

— Uma coisa de cada vez. Quando não puderes, eu e o teu pai estaremos aqui. Mas tens de criar lados com a tua filha. Já se passaram 2 semanas e tu nem sequer olhaste para ela. Tens de decidir um nome, preparar um quarto na Pethhouse. Posso ajudar-te nisso.

— Como é que eu vou ser pai?Eu não sei nada disso...

— Filho, acredita em mim. Ninguém sabe quando é pai de primeira  viagem... — depois da conversa fiquei em casa enquanto o meu pai foi trabalhar e a minha mãe foi as comprar para a...ela nem sequer tem nome. Sem uma ama por perto tive de ficar ao encargo da pequena criança. A deixei na minha cama como a minha mãe mandou e não fui lá até agora. Ela não está a chorar então deve estar ótima.

Arrependo-me desse pensamento. Começa a chorar a plenos pulmões de repente.
Essa pethhouse é uma semi-mansão e mesmo assim consigo ouvir o choro de uma criança minúscula.

Levanto do sofá e vou para o meu quarto. Onde a encontro.

Segundo o médico tem 2 meses. Mas está abaixo do peso. Desidratada e desnutrida. Aproximo-me da cama e a vejo contorcer-se no choro com a face a ganhar uma tonalidade rosa.

Parece magra para um bebê mas segundo a minha mãe é questão de tempo e paciência acompanhado de uma boa alimentação.

— Hum... — olho para ela que se mexia na cama em revolta. Contorcia-se, os olhos semicerrados transmitiam dor ou aflição.  — Eu não sei o que se faz, nesse momento! — ela continua a chorar. — OLGA! — chamo-a. — OLGA, PRECISO DA TUA AJUDA! — grito no corredor. Ela aparece apressada.

— Sim senhor? — o olhar inquieto aparentava medo.

— Cuida dela. — limito a dizer essas palavras antes de sair dali. Pretendo manter ela em segredo de tudo e todos.

Ninguém precisa de saber que tenho uma filha e ninguém precisa de ficar aí a dizer e chamar-lhe de bastarda...
Com um cigarro entre dedos deixo aquele lugar e mando uma mensagem rapidamente para a Winter. Demora alguns minutos mas responde com um 👍. Sim com um emoji ao invés de palavras.

°°°

Estávamos sentados no monte, livre de campas. O cemitério era todo visível daqui de cima. Silêncio, frio e nada.
Winter apoia as costas em mim enquanto encolhida observava todas as campas.
Pelo canto dos olhos vejo os lábios brilhantes com o Gloss.

— Qual foi o sabor de hoje? — ela estreita os olhos confusa por segundos até perceber. — Percebo que usas gloss com frequência e normalmente eles tem um aroma frutado. — ela encolhe os ombros.

— Porque não descobres sozinho? — deixo um riso baixo escapar quando inclino-me para separar os lábios dela. Passo a minha língua pelos lábios macios e não evito puxá-los levemente. — Cereja. — a ponta do nariz dela bate no meu.

— Hmm-mm. — estico a mão e toco no canto da boca dela ferido, no leve inchaço lá perto. Instantaneamente os olhos fecham-se ligeiramente pela dor mas então olhos verdes Hazel. Tão bonitos, se parecem com um lago escondido entre o verde. — Deixa ver, é agora que tiras a guitarra e fazes a tua serenata? —  liberto uma risada rouca e divertida. Sinto-me leve, aqui. Com ela.

— Não. Eu jamais faria uma coisa dessas. — vejo-a deitar-se envolta do meu blusão. — A única coisa que sei tocar é bateria. — ela ri alto. Novamente uma risada genuína.

— Ok. Senhor músico. — Winter olha-me pensativa. — Sabes, tu tens uma vibe de psicopata. — comento.

— Okay, grande elogio. Ravenna. — olho para frente a sentir-me tenso apesar de confortável. O que é mal. Não devia sentir-me confortável com ela. — O quê?

— Os teus olhos. Eles são incríveis. O azul é tão cristal, diferente de muitos olhos azuis que andam por aí. Mesmo com o escuro dá para ver que parecem cristais. São tão translúcidos, posso dizer que são igualzinhos aos do Cillian Murphy.

Olho para as campas diversas. Com essa descrição até parece que eles se comparam ao verde dos dela. Com o sol a bater parece uma obra-prima, Primaveril.

— Então?Qual é o plano agora?"A morte a celebrar a vida"?

— Por muito que eu goste de comer-te. Estou com 0 vontade de fazê-lo agora.

— Ótimo porque agora quero silêncio. — deito-me do seu lado. Sem esperar a sua cabeça para perto do meu ombro e observamos o nada. O aroma cítrico do limão e mais alguma coisa dança pelas minhas narinas com os fios macios dos caracóis a roçarem contra a minha pele.
Ela pode não saber mas só por aqui, está a ajudar-me imenso.

1 | ICE IN BONES [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora