𝐃𝐈𝐄𝐓 𝐌𝐎𝐔𝐍𝐓𝐀𝐈𝐍 𝐃𝐄𝐖 - Toji Fushiguro

03. 𝑐ℎ𝑒𝑟𝑟𝑖𝑒𝑠 𝑎𝑛𝑑 𝑤𝑖𝑛𝑒

essa musica me lembra muito o toji mesmo sabendo que ele nao me bancaria :(

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a história a partir desse capítulo será contado em primeira pessoa, ou seja, por você leitor(a).

provavelmente, em outros, será contado no ponto de vista de Toji e até mesmo em terceira pessoa.

sei que há pessoas que não gostam desse tipo de narrativa, por isso avisei de antemão.

boa leitura!

tw: slight emotional dependency.

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A sensação de cuidado. Amor. Amor verdadeiro. O sentimento de não sentir medo em se entregar e em nenhum momento, mesmo de frente ao perigo, porque você almeja tanto por aquilo que se submete a coisas perigosas. Mas eu senti medo quando escutei a porta se abrindo e fechando com os passos dele diminuindo o volume conforme ele ia se afastando, sem nenhum beijo de despedida. Eu não queria me sentir assim.

Abri com dificuldade os olhos, tateando a cama na esperança de sentir seu corpo quente ao meu lado. Tola garota. Está vazia.

Mais uma vez.

Desbloqueio meu celular e nele há mensagens dele. Mas ele nem fez questão de se despedir do meu corpo, comigo presente.

"Precisei ir, tenho trabalho."

"Nos vemos hoje a noite?"

Solto um suspiro jogando o aparelho ao lado, cobrindo meu rosto com o lençol. Ainda tinha o cheiro dele.

Eu sei que nossa relação é sempre assim da sua parte. Eu já esperava por isso. Mas mesmo assim me decepciono, porque no fundo, há uma esperança que eu olhe para o lado pela manhã e veja ele dormindo. Uma esperança dele ficar.

Mas nossa relação se resume a isso, não? Aos nossos desejos cada vez mais carnais e impulsivos. E com isso você me despedaça toda vez que eu escuto seus passos diminuindo na medida que você se afasta, Toji.

[...]

— Onde diabos você estava!?

A voz tão familiar de mamãe foi a primeira coisa que escutei quando fechei as portas da nossa casa, orando aos céus ou a qualquer coisa que existisse para não dar de cara com ela. Fui deixada de mão mais uma vez.

Ela descia as escadas de mármore branco com um vestido verde musgo justo, valorizando curvas que um dia já foram naturais. Seus cabelos arrumados e a pele impecável, como sempre. Mamãe sempre foi uma mulher muito bela e vaidosa. Talvez por trás de toda essa maquiagem e vestidos caros, ajude ela a esquecer o casamento fajuta e o quão infeliz ela é quando se acaba no vinho xingando papai às quatro da manhã, dizendo que a pior coisa da vida dela foi ter engravidado de um homem tão egocêntrico e problemático. O único problema, é que ela grita e desconta tudo isso em mim, a "coisa" —segundo ela— que amarra essa relação.

— Você tem noção do quanto eu fiquei...

— Preocupada? — finalmente direciono os meus olhos para ela que já estava à minha frente. Estava fedendo a álcool.

— Sozinha! Você e seu pai não tem consideração nenhuma por mim! Você vive suas noitadas às custas do nosso dinheiro.

— Dinheiro do papai...

— Não trabalha, não estuda... Não faz nada da vida! Fica desperdiçando sua vida...

— Você diz isso por que era igual, não é?