05. 𝑡ℎ𝑒 𝑏𝑒𝑠𝑡 𝑜𝑓 𝑡ℎ𝑒 𝑤𝑜𝑟𝑠𝑡 𝑑𝑎𝑦 𝑜𝑓 𝑚𝑦 𝑙𝑖𝑓𝑒

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aviso: não romantizo e nem tolero relações abusivas. no contexto seguinte, a protagonista tem uma visão distorcida sobre isso e acha as situações que ela se coloca aceitável, sendo que não é!

prossiga com cuidado e boa leitura :).


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No dia que conheceu Toji, você usava um vestido branco de cetim, quase transparente com babados nas mangas e na gola, totalmente delicada e angelical. Era final de tarde e estava nos fundos de sua própria casa. Seus olhos estavam baixos, turvos e chorosos; como de praxe, teve uma briga com seu pai e havia acabado de terminar com seu namorado, Megumi. Você o amava, mas sempre sentia algo vazio dentro de si, como se faltasse algo. Era muito saudável, e isso te deixava desconfortável. Ainda mais para você, que sempre procurava e precisava de confusão. Uma idealização de paixão sob a sua perspectiva nunca foi a ideial ou a mais saudavel, e você tinha consciência disso.

Então, um barulho a fez sair dos pensamentos. Uma porta sendo aberta com toda força e uma figura masculina constituída por 1,80 metros de puro músculo e um olhar que você não sabia se com ele queria te matar ou te beijar da maneira mais dolorosa possível; algo entre um anjo e um demônio. Ele parecia extremamente irritado. Seu peitoral subia e descia com a respiração raivosa e seus dentes rangiam. Seu punho estava fechado e se contraia cada vez mais, deixando suas veias saltadas. Ele levou as mãos ao rosto, colocando o cabelo para trás e jogando a cabeça. Você viu a cicatriz que ele tinha nos lábios com esse movimento, que parecia ser totalmente nítido para você.

Mas para você, ele não parecia nem um anjo e nem um demônio, apenas uma alma torturada que infecta os outros. E era disso que você precisava. Era isso que queria.

Quando ele te viu, suspirou fundo. Em seguida, sorriu e lambeu os lábios, andando cuidadosamente até você. Seu olhar tinha um brilho sombrio e seu sorriso se tornou prepotente. Você simplesmente não conseguia olha-lo diretamente sem sentir o coração querer pular do peito.

Ao chegar na sua frente, você levantou a cabeça vagarosamente, analisando cada centímetro do corpo do homem, até fixar em sua boca antes da voz grave e seduzente de Fushiguro perguntar te olhando de cima com as mãos no bolso: — Então você que é a garotinha do papai.

Foi ali que você se viu nas mãos dele.

— Por que esse semblante tão triste, pequena? — ele disse mais uma vez.

— Quem é você? — perguntou com a voz falha. Você estava com medo.

Soltando um ar pelas narinas, ele tirou a mão do bolso da calça, junto com um cigarro e o apontou para você: — Quer?

Você sabia que era errado, mas de modo automático, pegou o tabaco e o envolveu com as duas mãos, como se fosse um segredo de criança. Logo depois, Toji acenou com a mão indo embora por onde veio. Você nem fumava ainda.

Olhou o cigarro e ele tinha um cheiro forte, não apenas de tabaco, parecia de licor; álcool e nicotina. Viu que na parte branca do mesmo tinha um número e um nome: Toji.

Você o guardou e esperou.

Sabia que ele era um doente e louco, comprometido com a adrenalina e com a sensação de poder. Que dinheiro era a coisa mais importante para Fushiguro; ele parecia um maníaco, fissurado por sangue e dor. E isso te deixava intrigada, de alguma forma.

Você queria sentir aquela dor.




Duas semanas depois, outra briga. Desesperada por consolo de qualquer forma e sem ninguém, você tentou ser forte, queria ser algo além disso; mas sabia que ele te queria. Era óbvio.

E era óbvio que você sabia que ele queria seu corpo. Então seria uma troca equivalente.

Por isso você decidiu pegar aquele maldito cigarro cigarro que guardou com todo cuidado em um potinho rosa. Encarando ele por dez minutos, pegou o seu celular e ligou para o número.




Mais tarde, naquela mesma noite, Toji te viu chorar pela primeira vez, que nem uma criança.


Naquela mesma noite, Toji te fez chorar pela primeira vez...


... de prazer.




E ele continua te fazendo chorar e te achando linda toda vez que as lágrimas descem pelo seu rosto. Desde que seja ele quem as faz, te mandando calar a boca e dizendo que está no controle.


E você sempre está permitindo, pois ele te deu a confusão e a dor que você mesmo procurou e quis. Você amava aquilo, era o que merecia.


Você está feliz agora, não está? Você o ama...

 Mas amar uma pessoa não te livra da toxicidade dela.





𝐃𝐈𝐄𝐓 𝐌𝐎𝐔𝐍𝐓𝐀𝐈𝐍 𝐃𝐄𝐖 - Toji FushiguroOnde histórias criam vida. Descubra agora