10.2 (continuação) [HOSEOK P.O.V.]

24 6 4
                                    

Como o capítulo anterior ficou enorme, eu cortei essa parte. Só que eu acabei gostando dela e resolvi publicar como continuação.

✳✳✳

[​HOSEOK P

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

[​HOSEOK P.O.V.]

Jimin entrava em pânico em hospitais pois lá havia a regra do silêncio, que o proibia de assobiar.  Quando ele me ligou, eu não questionei sua urgência, eu apenas ignorei o cansaço e vim o mais rápido que eu pude.  

Quando passamos pela porta automática, Guggie se estressou e começou a chorar. Ele encontrou semelhança com a clínica onde costumava receber as vacinas. Os dias da vacina eram muito estressantes para todo mundo.

Os bebês não sabem o que os tranquiliza, então, mesmo que os pais não saibam o que oferecer,  devem se manter tranquilos. Eu não era uma pessoa tranquila, mas me esforçava por Jimin e pelo meu filho. 

Falei ao pequeno com a voz amorosa:

-- Desculpe assustá-lo, Guggie, mas o titio Jimin está em apuros. Família é assim, a gente precisa cuidar um dos outros.

Beijei sua bochecha macia. Guggie parou de chorar e enfiou o dedo na boca.

Encontrei Jimin sentado com os cotovelos fincados nos joelhos, a cabeça entre as mãos. Sentir medo era ruim, me angustiou encontrá-lo acossado e indefeso daquela forma. 

-- Jimin? Vim o mais rápido que pude. 

As mãos do mais novo se afastaram dos ouvidos. Ele levantou a cabeça lentamente, seus olhos úmidos e inchados demonstrando gratidão por eu estar ali. Seus braços fortes esmagaram a minha cintura enquanto balbuciava palavras desconexas:

-- Nevoeiro denso... "Eles" bloquearam a saída... 

Usei um tom calmo e caloroso com ele:

-- Por que está aqui, anjo? Deve ter sido por uma razão muito forte.

Jimin se recostou no assento da cadeira e esfregou a base da nuca, a preocupação gravada em cada linha do seu rosto.

-- A Yoonji passou mal e teve que ser internada. 

Eu não esperava ouvir aquilo. Sentei numa cadeira e ofeguei como se tivesse corrido uma maratona. 

Jimin abanou o meu rosto com as mãos, enviando ar para meus pulmões. Eu me importava com ela e não podia ir embora sem vê-la. 

Ninguém reclamou quando furei a fila para falar com a recepcionista, pois eu estava com um bebê de colo.

A jovem atrás do balcão se dirigiu a mim com um sorriso. Diferente dos filmes, ela não era mal-humorada, nem inacessível.

-- Boa noite. Em que posso ajudá-los?

-- Uma amiga sofreu um mal súbito e deu entrada neste hospital há algumas horas. Eu gostaria de vê-la.

-- NÓS gostaríamos de vê-la - corrigiu Jimin, parado ao meu lado.

-- Como ela se chama? - a jovem perguntou de modo protocolar.

-- Min Yoonji - Jimin e eu respondemos ao mesmo tempo e nos entreolhamos de viés.

-- Só um minuto, vou checar no sistema.

Seus dedos ágeis se moviam sobre o teclado, até que parou e fez uma expressão de lamento:

-- O responsável proibiu o hospital de dar informações.

-- Deve haver um jeito, eu sei que pode fazer isso - eu pisquei.

-- Sinto muito - ela se desculpou.

Suspirei em desistência, retirando um cartão de débito de dentro da minha bolsinha Louis Vuitton. 

-- Vou pagar todas as despesas - afirmei de forma prática.

Os olhos da garota brilharam quando lhe entreguei um Amex Black:  

-- Só um momento, por favor.

Ela fez uma ligação e entrou num escritório. Depois de alguns minutos, ela voltou com uma expressão de derrota:

-- O irmão da paciente agradeceu a sua gentileza, mas não pode aceitar.

Eu me exasperei:

-- Quem ele pensa que é para recusar? Não tem um emprego, só a irmã trabalha! - sem querer eu escutei quando Yoonji falou do irmão para a mamãe. 

Jimin me acertou com uma cotovelada no braço: 

-- Ninguém precisa saber disso... está sendo arrogante.

Limpei a garganta: 

-- Resolva isso, querida. Por favor. 

Ela acabou cedendo. 

-- Que sorte ela ter um amigo tão generoso quanto o senhor - derreteu-se. 

Sorri envaidecido. 

Jimin bufou e foi logo retirando o seu cartão do bolso.

-- Debite tudo no MEU cartão, inclusive o serviço de streaming no quarto.

 -- Pode deixar, Jimin, eu pago - insisti despreocupadamente.

Ele levantou o queixo, tentando parecer intimidador e disparou súbita e inesperadamente:

-- Sou um namorado generoso.

Namorado? Eu precisei de alguns segundos para digerir a informação.

A recepcionista não conseguiu disfarçar um olhar àvido e um sorriso estúpido de surpresa.

-- Estão namorando? - Fiz a pergunta de maneira bastante neutra, ainda que minha alma tivesse saído do corpo.

Jimin colocou um sorriso petulante nos lábios e meneou a cabeça, enfatizando o que dissera: -- É para mim que ela vai ligar assim que puder fazer isso.

Havia um brilho possessivo em seu olhar que me deixou desconfortável. Merda! Tinha alguma coisa errada comigo?  Eu ainda me sentia pateticamente feliz por causa do encontro com AgustD e, no entanto, o ciúmes da babá mordia o peito.

Sussurros de piedade ecoavam atrás de mim. Eu me dirigi a Jimin com altivez, forçando um ar indiferente:

-- Não precisa falar assim comigo, não sou um rival - fiz uma pausa e prossegui:  -- Preste atenção, no seu lugar, eu teria muita certeza antes de oferecer tanto dinheiro a uma garota, pois pode soar ofensivo. Do meu jeito, seria um presente do Guggie para sua querida babá - usei meu tom persuasivo no final.

Jimin ficou um pouco ruborizado de contrariedade, mas após refletir um instante, ele concordou.

-- Vamos para a casa. Está com fome?

Jimin negou com a cabeça: -- Estou com o estômago embrulhado. 

-- Eu também, acho que comi muitas coisas diferentes, hoje - repliquei com uma careta.

Queria que aquele dia acabasse logo para me encontrar novamente com AgustD e ver o que iria acontecer.  A simples lembrança daquele quase beijo fez o meu estômago momentaneamente se contrair mais.

Sweet Red Life 2 🍷🎤 [sope/yoonseok]Onde histórias criam vida. Descubra agora