Sem pensar muito, estiquei meu braço e logo imaginei como se tudo estivesse rebobinando, como em uma fita cassete. O meu poder não funcionava desde que tudo aconteceu em Arcadia Bay, mas por algum motivo eu sentia que ele estava funcionando de novo naquele momento, e então eu senti, como se todo o mundo estivesse se rebobinando, e eu fosse a única parada naquele momento.
Enquanto tudo se rebobinava, naqueles pequenos instantes, de repente, senti como se alguma outra pessoa ali não estivesse rebobinando como o resto do mundo, mas não dava para saber exatamente quem. Finalmente o tempo se rebobinou por completo, senti um pouco de dor, mas era como antes, usar os meus poderes tinham suas consequências...
Olhei para frente, e lá estava o Jake, são e salvo na barraca, atendendo algumas crianças que pediam cachorro quente pra ele.
"Ótimo, consegui... Agora só preciso impedir o Ryan de descobrir que a Ingrid está traindo ele." - Pensei comigo mesma, enquanto me virava em direção ao palco.
Quando eu me virei, me dei de cara com a Alex.
- Como você fez isso? - Alex me pergunta, assustada.
- Espera... Você viu?? - Eu fiquei muito confusa.
- Aquele homem estava... morto?? - Alex aponta para o Jake, que estava distribuindo alguns cachorros quentes.
- Isso não importa agora. - Eu tento tomar consciência do que era mais importante ser feito naquela hora. - Ele não morreu ainda, então a gente precisa impedir que isso aconteça. - Eu começo a caminhar em direção ao palco onde a Ingrid estava.
- Espera. - Alex segura no meu ombro. - O seu nariz... tá sangrando.
E então, de repente eu comecei a sentir o meu nariz sangrar muito, eu não conseguia mais me aguentar em pé. E então eu desmaiei, e a última coisa que eu senti, foi aquela moça tentando me segurar.
Me sentia em um vazio infinito, como se eu estivesse caminhando no escuro absoluto, e não tivesse nenhuma direção para seguir. E então de repente, como se eu tivesse acabado de piscar, me vi em uma sala de aula. Me senti um pouco tonta, tentando descobrir onde eu estava e o que estava acontecendo, até que que comecei a ouvir uma voz masculina...
- Alfred Hitchcock disse que um filme é como "pequenos pedaços de tempo", mas ele poderia estar falando sobre a fotografia... - Eu já tinha percebido, mas mesmo assim olhei pra frente para ter certeza, e era ele, o desgraçado do professor Jefferson.
Não consegui pensar muito, eu já estava puta por ter que usar os meus poderes para salvar o Jake, e agora ainda voltei seis anos, justo para o pior dia da minha vida? Me levantei e comecei a caminhar para fora, interrompendo a aula.
- Max, aonde pensa que vai? - O Mark Jefferson me interrompe, segurando meu braço.
- Vai se fuder. - Empurro ele para trás com toda a minha raiva, e continuo caminhando, em direção ao banheiro. Consegui sentir todos da sala em choque, e até um pequeno suspiro vindo da Victoria, mas eu não me virei em momento algum, estava focada em ir atrás da Chloe, e acabar logo com tudo aquilo.
Caminhei pelo corredor vazio, já que ainda não tinha batido o sinal do fim da aula, tentando aceitar tudo o que tinha acontecido, só entrei no banheiro e esperei, escondida no fundo do banheiro, logo depois das cabines.
Alguns minutos se passaram e então a porta do banheiro se abriu, era o Nathan Prescott. Mais uma vez, eu estava vivendo aquele momento, era real. Congelei completamente, olhando para Nathan, eu não podia, não podia ver a Chloe morrer mais uma vez, não podia deixar ela morrer sem fazer nada. Quando a Chloe entrou no banheiro, não me segurei.
- Se afasta dela, Nathan! - Saí do esconderijo, pouco antes dele disparar contra a barriga de Chloe.
- Ma...Max? - Chloe me reconhecia, para ela faziam anos que não nos víamos, e pra mim também, mas de formas diferentes...
Nathan se afastava, percebendo que quase tinha atirado em uma pessoa.
- Droga, droga, droga. - Nathan batia com a arma algumas vezes na sua própria cabeça.
- Nathan, abaixa isso. - Chloe dizia, olhando nos seus olhos.
- Nunca mais me diga o que fazer. - Nathan parecia muito nervoso, saindo do banheiro e caminhando com as mãos na cabeça.
- Max!? O que você tá fazendo aqui?
- Eu senti tanto sua falta. - Eu corria, abraçando a Chloe bem forte, que não entendia muito bem o que estava acontecendo.
O abraço era tão perfeito, eu não trocaria essa sensação por mais nada. Só de sentir nossos corpos se tocando mais uma vez, eu me senti satisfeita, mesmo sabendo que provavelmente nunca mais teria esse sentimento de novo.
- Max, você tá bem? - Chloe me empurrava, olhando com uma expressão preocupada para mim.
- Seu nariz Max... Tá sangrando. - Minha visão se escurecia.
- Eu não... Eu não quero perder você de novo, Chloe... - Minha visão se escurecia completamente, sentia o chão gelado do banheiro tocando lentamente minha pele.
Eu sentia meus olhos pesados se abrindo lentamente com os raios de sol que atravessavam as cortinas. Pisquei algumas vezes, olhando em volta, eu estava na minha casa de novo em Wolf Creek. Droga, eu queria ter aproveitado mais esse sonho, mas o que aconteceu? O que foi real e o que foi sonho? Eu me perguntava confusa, me levantando da cama.
Abri a porta do meu quarto e caminhei pelo piso de madeira até a cozinha onde esperava encontrar alguma resposta sobre o que aconteceu ontem a noite. Mas então, percebi algumas vozes vindo de fora de fora.
Abri a porta, esperando encontrar Lyla e Warren, e encontrei, mas não esperava que teria outra pessoa de costas, conversando com eles.
- Bom dia Super Max! - Chloe se virava, com um leve sorrizo no rosto.
- Chloe!?
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Life Is Strange: Memories
AdventureEssa é uma história interativa, assim como o jogo Life is Strange, suas escolhas moldarão o futuro da história. Seis anos se passaram desde que Max teve que tomar a decisão mais importante da sua vida, vivendo em um novo lar, Max terá que lidar com...