O Palácio

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— BOM DIA, eu sou...

— Evangeline Stone, eu sei! — Não tive tempo para me preparar quando uma loira com lindos cachos chega me abraçando como se nos conhecêssemos há anos. Acho que seu nome era Irene Summers, uma Quatro de Paloma.

Irene tinha um rosto sincero e amigável, e no caminho ao palácio vi diversos cartazes com seu nome, mas não sabia o que esperar. Quando muito, um desejo cordial de boas-vindas por parte daquelas meninas que estavam prontas para lutar até a morte por um homem. Em vez disso, ganhei um abraço.

— Desculpe, meu nome é Irene. Essa é a Grace. — Reconheci seu rosto com traços asiáticos delicados, Grace Lee, uma Três de Carolina.

Ela me dá um aceno com a cabeça e me perguntei se sua mãe era uma governanta ou se vinha de uma família abastada, pelos modos de uma dama.

— É um prazer conhecê-las.

— Digo o mesmo, estava achando que nunca encontraria amigas tão diferentes de mim aqui. — Ela me puxa para sentar ao seu lado. — A equipe queria me mudar completamente, mas eu não estava pronta para tudo isso. Eles diminuíram um pouco o comprimento do meu cabelo e fizeram camadas.

— Eu acho que foi a melhor decisão, seu cabelo é tão lindo. É uma cor que te destaca. — E era. Nem muito claro, nem muito escuro e com leves mechas acobreadas. Ressaltava a pele de porcelana e os olhos azuis.

— Obrigada, espero que o príncipe goste. — Ela mexe timidamente nos cabelos.

— E quem não gostaria de uma loira estonteante?

Irene e eu nos demos bem logo de cara e não teríamos parado de conversar senão pelo som marcado dos saltos altos pontilhando o chão. Viramos a cabeça ao mesmo tempo, e pude ouvir a boca de Irene se abrir com um estalo.

Uma linda morena caminhava em nossa direção. Seus cabelos pretos e brilhantes balançavam a cada passo, e sua pisada reforçava uma marcha confiante. Ao contrário de Irene e Grace, ela não sorriu. Ela tinha foco e sua entrada foi pensada para intimidar. E funcionou com Grace, de quem escutei um suspiro de "Ah, não" à medida que a recém chegada se aproximava.

Essa é Victoria Bradshaw, uma Dois de Sonage. Uma de minhas amigas mais queridas, na verdade. Nos conhecemos em uma das várias festas oficiais de meu tio, o pai de Vicky começou a carreira com ele. Depois de um tempo, acabamos nos tornando amigas, por mais estranho que pareça.

Quando ela finalmente chegou até nós, Irene soltou um "olá" esganiçado, tentando fazer amizade em meio a toda aquela intimidação. Victoria apenas a olhou de alto a baixo e deu um suspiro.

— Victoria. — Eu levanto e lhe dou um abraço formal. — É sempre um prazer te ver.

— Eu digo o mesmo, Evie. — E por algum motivo senti mesmo que estava aliviada, apesar de tudo o que fazia para intimidar e manter as pessoas longe. Ela era decidida, faria o que fosse preciso para conseguir o que quer. — Estava sentindo falta de... um rosto familiar.

Irene torceu os lábios. Ela também notou a palavra "civilizado" escondida na frase, mesmo que estivesse surpresa com o fato de que nos conhecíamos.

— Não fazia ideia de que estaria aqui, Vicky. — Sorrio. — Algum motivo em particular?

— O de sempre. — Se resumia a seus pais. — Imagino que o mesmo sirva para você.

— Que bom que estamos acostumadas. — Indico as outras garotas. — Quanto aos rostos familiares, tenho certeza de que vai poder se familiarizar com alguns novos.

— Vou levar em consideração. — Ela inclina a cabeça e sai sem mais nem menos.

Irene suspira.

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