Prólogo

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Josie

O que eu poderia falar sobre o destino?

Eu posso dizer com todas as letras que ele é uma merda. Foi o destino que me colocou nessa situação, dentro do avião, indo para longe da Hope, quem eu amava, foi o destino que colocou a fusão no meu caminho.

Escutar minha mãe e o meu pai discutindo sobre aquilo foi um choque, pela expressão deles, nenhum tinha a intenção de contar para mim e para minha irmã, a Lizzie. Eu e ela estávamos destinadas a matar uma a outra e eu não quero perder a minha irmã daquela forma, mesmo que ela ganhasse.

Foi um alívio para mim quando minha mãe contou que achou uma solução, mas que teríamos que viajar para Londres, saindo de Mystic Falls, saindo da escola onde nossos amigos estudam e que eu conhecia a minha namorada.

Mas era um preço a se pagar para me manter viva, para nos manter viva.

- Você está bem? – Lizzie se sentou do meu lado, ela tinha se levantado para utilizar o banheiro do avião. Eu desviei minha atenção da janela e a olhei.

- Eu estou sentindo falta da Hope – Confessei antes de deitar minha cabeça no ombro dela. Minha irmã apenas começou a fazer um carinho, sem falar nada porque sabia que eu precisava de um tempo em silêncio.

Foram longas horas dentro do avião até que pousamos em Londres. Era um lugar mais frio que Virgínia, as pessoas estavam andando com casacos, com toucas e alguns até ousam colocar um par de luva também. A minha mãe já estava nos esperando quando saímos do portão de desembarque, ela era a pessoa que usava menos roupas de frio de todo o aeroporto.

Ela estava segurando dois sanduíches, porque a Lizzie mandou mensagem, avisando que a comida do avião era horrível e que estava com fome. Mas a minha irmã tinha razão, a comida era horrível dentro daquele avião.

- Mãe – Lizzie correu para abraçar a mais velha e eu apenas caminhei atrás, empurrando o carrinho com as nossas malas - Sanduíche – Ela exclamou ao ver o mesmo na mão da nossa mãe, eu gargalhei com a felicidade dela.

- Oi, mãe – Parei o carrinho na frente da minha mãe antes de me aproximar, dando um abraço na mulher - Como a senhora está?

- Estou bem, apenas buscando respostas – Ela empurrou o carrinho da mala enquanto a gente caminhava para o lado de fora do aeroporto - Vamos ter uma longa conversa – Ela nos informou, me fazendo trocar um olhar com a minha irmã, que estava confusa e com a boca cheia também.

- Tudo bem – Eu cantarolei confusa e continuamos a caminhar.

O apartamento em que minha mãe estava morando ficava perto do centro, a sala tinha uma vista maravilhosa para a Tower Bridge, é um apartamento de dois quartos, mas como eu e Lizzie sempre compartilhamos o quarto não sentimos problema em fazer de novo. Eu aproveitei que a minha mãe saiu, falando que buscaria alguém, para tomar um banho quente.

Metade do meu cansaço foi embora no banho, eu vesti um short preto com uma blusa vinho antes de me juntar a minha irmã na sala de estar. Ficamos alguns minutos assistindo algumas coisas na televisão e também mandando mensagem para MG perguntando de como estão as coisas na escola.

Eu me controlei para não perguntar sobre a Hope, não terminando da uma forma boa, tinham brigado ontem por causa da Penélope e quando meu pai avisou que estávamos de partida, eu e ela não tivemos uma conversa muito agradável, depois eu fui embora para o aeroporto junto da minha irmã.

Eu sei que ela vai guardar rancor. Eu, ela e a Lizzie nos conhecemos há muito tempo, desde que éramos crianças e éramos melhores amigas, o trio que o meu pai não aguentava mais ver dentro da diretoria. Eu e a Hope acabamos nos apaixonando durante esses anos, ela foi minha primeira namorada e eu fui a primeira namorada dela, o primeiro amor, podemos assim dizer.

- Meninas – A porta do apartamento foi aberta, tirando a nossa atenção da televisão. A minha mãe não estava sozinha, duas mulheres vinham atrás da mesma, uma era loira como ela, usava um suéter bege com uma blusa social por debaixo e uma calça jeans azul escuro, ela também usava uma sapatilha da mesma cor do suéter. O cabelo estava preso em um rabo de cavalo e ela usava um óculos de grau, que eu tinha quase certeza que não tem grau.

A outra mulher era ruiva, usava blusa e calça pretas e uma jaqueta de couro da mesma cor, os cabelos estavam soltos e ondulados nas pontas, ela usava um par de coturnos pretos também, dava para perceber que está armada.

- Essas são Kara Danvers – Minha mãe apontou para a loira - E Natasha, elas não são daqui – Ela apontou para a ruiva também, ambas acenaram para a gente e eu retribui o aceno enquanto minha irmã levantava do sofá.

- Kara Danvers não é o nome da Supergirl? – Lizzie me olhou em dúvida, ela gostava de histórias em quadrinhos, apesar de não admitir em voz alta e eu sabia que era aquilo que aproximava ela do MG - Tipo, a prima do Superman que também pousou na Terra – Ela tentou me explicar, mas dei os ombros, totalmente confusa sobre o que ela estava falando.

- Eu posso contar uma história para vocês? – Kara falou caminhando para o centro da sala, eu franzi o cenho, mas assenti junta da minha irmã - Você já conhece a história da Supergirl, então deve ter uma noção sobre multiverso e essas outras coisas – Ela olhou para a Lizzie, que fez mais ou menos.

- São terras diferentes, realidades diferentes – Eu comecei a contar, apesar de raramente lê histórias em quadrinhos, eu gosto de ler teorias sobre todo o universo, como o multiverso - Elas ocupam o mesmo lugar no espaço, mas vibram em frequências diferentes, então uma não vê a outra – Eu completei a frase e recebi olhares confusos das outras mulheres, sorri sem mostrar os dentes - Eu gosto de teorias sobre o universo, tem algumas que tem sentido e outras que são apenas bobagens da mente humana.

- Minha irmã é uma nerd – Lizzie comentou antes de se jogar ao meu lado.

- Bom, continuando, é exatamente sobre isso – Kara apontou para mim - Só que são reais, realmente existe realidades diferentes, eu e Natasha viemos de outra, chamamos ela de terra prime – Ela continuou a contar, chamando mais ainda a minha atenção, me ajeitei no sofá, a olhando melhor - Mas na minha realidade também tem uma mulher chamada Diana Prince, ela é uma heroína também, eu e ela somos amigas, nunca fomos além disso, mas um homem, que antes era um vilão e agora é um aliado, fez um experimento e acabou juntando o meu DNA com o dela... – Kara tentava nos explicar, está indo com muita calma, parecia com medo de tropeçar nas palavras.

- E vocês tiveram filhos, meus parabéns – Lizzie interrompeu ela, mas não é só aquilo e eu entendi apenas pela expressão da mulher loira.

- Não apenas isso. Ela estava com medo, porque essas crianças têm a parte do DNA dela e a parte do meu DNA também, então ela resolveu se esconder e veio para essa realidade, para 2014, diferente da época em que ela estava quando engravidou – Ela foi com calma, parecia escolher cada palavra, suas mãos se moviam freneticamente e eu percebi seu nervosismo - Quando ela conheceu os seus pais, foi no hospital, eles tinham acabado de perder seus filhos e ela resolveu fazer um acordo com eles – Kara revelou e eu olhei para a minha irmã, sabendo exatamente o que viria em seguida - Eles cuidariam das filhas delas, quer dizer, duas delas, para elas crescerem em segurança...

- E essas crianças eram a gente? – Questionei inclinando a cabeça, a Kara só assentiu, meu olhar foi para a minha mãe que estava de cabeça baixa, meus olhos foram para a minha irmã que estava de boca aberta.

- Eu não sabia sobre vocês, eu só fui saber há uns dois anos – Kara falou, se aproximando um pouco do sofá - Antes de ficar presa nessa realidade – Ela parou poucos passos perto do sofá, nos olhando atrás de alguma resposta.

- Você falou duas delas... Cadê a outra? – Perguntei.

- Não sei...

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