Capítulo 1

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29 de abril de 2011

Rachel Berry se encontrava nas arquibancadas, ansiosa, pois precisava urgentemente falar com o namorado, contudo, precisava esperar que o treino de futebol chegasse ao fim.

—Estava me esperando? -Noah Puckerman retirou a jovem judia dos seus pensamentos. —Você está bem, amor? -O moreno perguntou enquanto se sentava ao lado da namorada.

—Estou grávida, Noah! -Rachel não se demorou a falar. Aquilo estava tirando-lhe o sono. Ela precisava compartilhar aquilo com alguém, pois estava cansada de enfrentar sozinha.

—Quanto tempo? -Puckerman perguntou com amargura, sua voz gélida e olhos vagos.

—Três meses... -Rachel se permitiu chorar e envolver os braços ao redor do próprio corpo.

—Merda! -Noah Puckerman levantou-se das arquibancadas em um pulo e chutou o chão. —O que vai fazer com o bebê? -Pousou as duas mãos na cabeça e andou em círculos.

—Vou ficar com ele! -Respondeu a morena com convicção e encarou fixamente o rapaz. —Não tenho coragem de tirá-lo e nunca me perdoaria se fizesse uma atrocidade dessas!

Noah Puckerman ficou em silêncio por longo tempo. Ele precisava dissolver aquela notícia. A sua vida estava prestes a mudar drasticamente e ele ainda não está pronto para ser pai.

—Podemos colocá-lo para a adoção... -Puck sugeriu e se ajoelhou em frente a namorada.

—O quê? -Rachel perguntou com os olhos arregalados e a boca entreaberta em surpresa.

—Somos jovens demais para cuidar de uma criança, Rachel! -Puck pegou a mão da judia. —Lucro muito pouco com o negócio de limpezas de piscinas e você não tem um trabalho!

—Não posso acreditar que estou escutando essas coisas de você, Noah Puckerman! -Declarou.

—Você sabe que estou certo, sabe perfeitamente que estou dizendo essas coisas para o nosso bem e principalmente para o bem dessa criança! -Noah tentou segurar as mãos da namorada.
—Temos grandes sonhos e não podemos desistir deles por conta de uma gravidez inesperada.

—Não vou entregar o meu filho a desconhecidos! -Rachel se colocou de pé e cruzou os braços.

—Podemos pensar em ter filhos no futuro! -Puck também se levantou. —Quando realizarmos os nossos almejados sonhos e termos condições financeiras para cuidar de uma criança, amor!

—Já tomei a minha decisão e não pretendo retroceder... -Rachel comentou e tocou o seu ventre.
—Pode não ser um grande acontecimento para você, mas é um grande acontecimento pra mim!

—Você vai ter que escolher entre mim e essa criança! -Puckerman segurou seu braço com força.

—Sempre vou escolher o meu bebê! -Rachel puxou o seu braço das mãos do rapaz de moicano.
—Você é o pai dessa criança e tinha o direito de saber, mas não posso lhe obrigar a assumir as responsabilidades e nem preciso da sua ajuda para cuidar do meu filho! -Cuspiu as palavras.

Ela abandonou as arquibancadas em seguida, correu para casa aos prantos, contou aos pais sobre a gravidez e foi prontamente acolhida e apoiada por eles. O Puck arrumou uma nova namorada depois de dois simples dias e a escola tomou conhecimento da gravidez de Rachel uma semana mais tarde e sua vida se tornou um inferno, visto que ela seria mãe solteira.

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29 de abril de 2016

Rachel Berry

Havia recém completado os meus 21 anos e estou arrumando as minhas coisas, pois estou de mudança para New York com o meu filho, Antony Berry, que está para completar cinco aninhos.

—Tem certeza que está pronta para seguir em frente, estrelinha? -Meu papai veio perguntar.

—Não posso continuar empacada no mesmo lugar, papai. -Comentei enquanto fechava a mala.

—Você sempre pode voltar para casa se precisar! -Meu pai apareceu na porta do quarto com o meu filho (adormecido) nos braços. —Estaremos sempre de braços abertos a vocês dois!

—Obrigada! -Me aproximei para abraçar os três homens mais importantes da minha vida.

Meus pais me acompanharam até a estação de trem -Antony sempre ficava enjoado em voos- e nos demoramos a nos despedir de fato. O meu menino não teve a oportunidade de se despedir dos avôs, pois ainda estava adormecido, contudo, os três iriam se ver novamente em breve.

A viagem está sendo tranquila e muito agradável. Os contratempos foram muitos poucos.

—Mamãe... -Uma vozinha rouca e baixa me trouxe de volta a realidade e aquele momento.

—O que foi, meu pequeno? -Perguntei enquanto colocava-o sentado em meu colo.

—Onde estamos indo? -Perguntou enquanto coçava os pequenos olhinhos castanhos.

—Estamos indo para a nossa nova casinha! -Comentei e depositei um beijo em sua bochecha.

A cidade é mais bonita do que me lembrava. Meu filho está fascinado pelos prédios e as luzes.

—A gente vai morar aqui? -Tony perguntou assim que pisamos os pés no novo apartamento.

—Vamos sim! -Me agachei ao seu lado e um lindo sorriso escapou dos meus lábios. —Gostou?

—Eu amei, mamãe! -Tony comentou e abraçou o meu pescoço com força. —Podemos ter um cachorrinho ou um gatinho? -Perguntou com os olhinhos brilhando em esperanças.

—Vou pensar nisso com muito carinho, ok? -Perguntei com as sobrancelhas levemente erguidas.

—Tudo bem! -Respondeu o meu garotinho animado e saiu correndo para explorar a nova casa.

Meus pais haviam me comprado esse apartamento como presente de aniversário de 18 anos.
Ele fica localizado nas proximidades da minha universidade e também da escolinha do Antony. Meu trabalho será realizado através de home office, ou seja, posso arcar com as despesas da casa e ainda ficar pertinho do meu chicletinho.

"Nunca vou me arrepender por ter escolhido ficar com o meu filho" -Pensei enquanto olhava pela janela do apartamento e observava a movimentada cidade de New York. — "Será que o Noah se arrepende das escolhas que tomou?" -Sempre me fazia essa mesma pergunta.

—Mamãe estou com fominha! -Antony voltou correndo para a sala e abraçou as minhas pernas.

—O que acha de uma pizza? -Perguntei enquanto o colocava no colo para que pudesse ver a deslumbrante vista da cidade. —Uma de pepperoni com bastante queijo! -Dei um sorriso.

—Sim, por favor, mamãe! -Tony bateu palminhas e lhe dei um beijinho no rosto.

A nossa primeira noite no apartamento novo foi maravilhosa e tenho certeza que essa maravilhosa cidade ainda tem muitas surpresas reservadas para mim e para meu filho.

Inexplicável: FaberryOnde histórias criam vida. Descubra agora