Capítulo 8

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Santana Lopez

Estava dirigindo como uma lunática pelas ruas de NY, acho que ultrapassei uns cinco sinais vermelhos, pois queria chegar logo ao hospital central para ficar ao lado da minha melhor amiga nesse momento crítico. O Finn está no banco do carona, ele estava mais branco que um pedaço de papel e recitava uma oração qualquer, visto que estava com medo de sofrermos algum acidente e chegarmos ao hospital como pacientes em uma ambulância, mas por sorte, chegamos ao hospital sem contratempos ou acidentes.

Entramos no hospital como dois foguetes, não perguntamos sobre o Antony na recepção, apenas fomos ao encontro da Quinn que estava sentada ao lado de uma morena baixinha e uma loira um pouco mais alta com os olhos azuis, ela é muito bonita e com certeza vou tentar me aproximar dessa mulher maravilhosa.

—Vocês vieram mesmo! -Quinn veio nos abraçar e me tirou do transe imposto pela beleza da outra loira.

—Amigos são para todos os momentos, Fabgay! -Comentei enquanto abraçava minha melhor amiga.

—Como o menininho está? -Finn perguntou após abraçar nossa amiga e olhar no fundo dos seus olhos.

—Não temos notícias ainda... -Quinn comentou com tristeza. —Oh, Rach esses são meus amigos...

—Um prazer conhecer vocês... -A morena conseguiu forçar um sorriso em meio suas lágrimas.

—Essa é a Brittany... -Quinn apontou para a loira sentada em uma das cadeiras. —Ela é melhor amiga da Rachel.

—Um prazer... -A loira murmurou e continuou me encarando fixamente desde que cheguei ao hospital.

Após as apresentações formais nos sentamos nas cadeiras da recepção e esperamos algum médico aparecer para nos dar alguma informação sobre o pequeno, mas as horas foram passando, médicos entravam e saiam, porém ninguém parava com os seus afazeres para nos dar alguma informações. Nesse tempo acabei me enturmando com a morena e principalmente com a Brittany. A loira é um doce de pessoa, muito inocente e estou certa de que estou me apaixonando por essa mulher tão fascinante e maravilhosa.

—Antony Berry? -Um médico perguntou e logo a Rachel e a Quinn se levantaram com rapidez.

—Sou a mãe dele! -Rachel falou e o médico se aproximou da gente. —Como está meu filho? -Perguntou.

—Acho melhor a senhora se sentar... -O médico estava muito sério e nos deixou em desespero.

—O que aconteceu com o meu filho? -Rachel perguntou e não se sentou como lhe foi pedido.

—Seu filho foi diagnosticado com Mieloma múltiplo... -O médico comentou e deu um suspiro pesado.

—O que é isso? -Decidi perguntar, já que os outros estavam com medo da resposta. —Ele vai ficar bem?

—O mieloma múltiplo é o câncer de um tipo de célula da medula óssea, chamada de plasmócito, responsável pela produção de anticorpos que combatem vírus e bactérias. No mieloma múltiplo, os plasmócitos são anormais e se multiplicam rapidamente, comprometendo a produção das outras células. -O médico explicou, Rachel acabou caindo sentada na cadeira, pois havia ficado sem chão com o diagnóstico.

—Meu menino está com câncer? -Ela perguntou em um sussurro. —Não... não pode... pode ser verdade...

—Sinto muito... -O médico murmurou e todos olhamos para o chão da recepção.

—Existe algum tratamento? -Finn perguntou, pois sempre fora o mais positivo do pequeno grupo.

—Quimioterapia é uma das opções viáveis, o tratamento consiste em uso de vários medicamentos extremamente potentes no combate ao câncer com o objetivo de destruir, controlar ou inibir o crescimento das células doentes. -O médico nos deu a resposta junto com a explicação. —Mas o Antony é pequeno e as chances de sucesso são baixas, já que ele está em fase de crescimento... -Comentou de maneira profissional.

—Existe outro tratamento? -Brittany perguntou entre soluços e queria tanto abraçá-la no momento.

—Um transplante de medula óssea... -Ele parecia um pouco mais confiante. —Colheríamos as células saudáveis do próprio paciente, mas no caso do garotinho, ele vai precisar de um doador compatível.

—Como funciona o transplante? -Quinn perguntou com os olhos focados no médico.

—Antony será submetido a um regime de quimioterapia em altas doses, chamado de condicionamento, que tem o intuito de eliminar as células doentes, mas esse regime quimioterápico leva, consequentemente, á destruição da medula óssea do paciente. -Rachel encarou o médico por uns minutos e logo disse:

—Isso salvaria o meu filho? -Ela perguntou entre lágrimas e Quinn massageou os seus ombros.

—Possivelmente é a melhor chance do menino, Sra. Berry! -O médico suspirou pesadamente.

—Ele vai sofrer? -Quinn perguntou enquanto tentava controlar suas próprias lágrimas.

—Antony terá alguns sintomas devido a quimioterapia como per exemplo: enjoo, diarreia, obstipação (intestino preso), alteração no paladar, boca seca e feriadas na boca. A queda de cabelo também costuma acontecer, pois a quimioterapia atinge as células malignas e as saudáveis, em especial as que se multiplicam com mais rapidez, como os folículos pilosos, responsáveis pelo crescimento do cabelo. -Rachel chorou ainda mais ao ouvir aquilo. —Tanto na quimioterapia, tanto no transplante, esses sintomas estão presentes.

—A escolha está em suas mãos... -Quinn murmurou.

—Façam o transplante... -Rachel murmurou em resposta.

—Certo, mas precisaremos de um doador compatível. -O médico comentou.

—Farei o teste de compatibilidade! -Rachel assegurou.

—Ok, porém nem sempre a mãe é compatível com a criança... -Aquele médico estava me irritando.

—Também farei o teste! -Quinn comentou e fiquei orgulhosa da escolha da minha amiga.

—Também! -Brittany ressaltou e me apaixonei ainda mais pela loira.

—Quero ajudar de alguma maneira! -Finn foi o próximo a falar. —Odeio agulhas e sangue, mas é por uma boa causa!

—Podem contar comigo! -Ressaltei e o médico deu um aceno positivo.

Ele nos levou para a sala de coletas e um por um passamos pela coleta do material necessário, mas os resultados sairiam daqui a uma semana, contudo, asseguramos que estaríamos presentes no hospital.

Antony teria que ficar no hospital, pois em casa estaria propenso a infecções, mas internado poderiam contornar a situação e cuidar muito bem do menino. O pequeno vai ficar melhor no hospital por uns dias.

-Vou para o apartamento da Rachel... -Quinn comentou e queria fazer piadas, mas era uma situação séria e decidi apenas concordar. -Ah, Brittany pediu para te entregar isso... -Quinn puxou um papel do bolso da sua calça e me entregou com os seguintes dizeres:

"Amei te conhecer, por favor, me ligue, unicórnio"

O Número da loira estava logo abaixo e dei um sorriso caloroso para o papel em minhas mãos.

Inexplicável: FaberryOnde histórias criam vida. Descubra agora