Capítulo 2

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Rachel Berry

A cinco anos atrás pensei que nunca realizaria os meus sonhos, mas estou em New York agora, sou estudante de uma das melhores escolas de artes do país, tenho um emprego que me permite uma estabilidade financeira e ainda posso passar um tempo de qualidade com o meu filhinho. Estou animadíssima para o meu primeiro dia de aula em NYADA e ansiosa para viver uma típica e movimentada vida nova-iorquina.

O Antony ainda está dormindo, mas vai ter que acordar daqui a um pouquinho, pois o meu pequeno vai conhecer sua nova escolinha hoje. Posso dizer que estou um pouco receosa, afinal, estamos em uma cidade diferente, ele vai conhecer novas pessoas, vai estar em uma escola diferente da que estava acostumado e terá uma professora diferente da sua antiga. Deus é testemunha da trabalheira que deu para o Tony se acostumar com a Sra. Gordon.

Estas mudanças podem ser bem assustadoras para um menininho de cinco aninhos. Eu sei. Estou sendo uma mãe super protetora, mas o Tony é a pessoa mais importante do mundo para mim. Pelo meu filho, somente por ele, eu desistiria da Broadway e viveria às custas de um emprego qualquer para manter a estabilidade e dar um futuro fantástico para ele.

Um futuro em que o meu bebê possa realizar os seus sonhos, um futuro em que ele possa ser um grande médico, advogado, engenheiro, astronauta, professor, ator ou jogador de futebol, mas que seja em algo que o faça muito feliz. Eu desistiria de tudo pelo meu filho.

—Mamãe... -Uma vozinha chorosa chegou à cozinha onde estava preparando o café da manhã e imediatamente percebi que o chamado veio do quartinho do meu bebezinho.

Deixei os ingredientes do nosso café da manhã sobre a bancada da cozinha e me coloquei a correr até o quarto de Antony. O percurso é cheio de obstáculos, acabei não vendo a mesinha de centro e bati o joelho com toda a força no móvel e quase cai de cara no chão.

—O que aconteceu, meu amorzinho? -Estava mancando quando cheguei ao quarto do Tony e meu joelho estava queimando como o inferno, mas estava tão preocupada com o meu menino que nem tive tempo de sentir aquela maldita dor no joelho.

—Mamãe... dodói... Tony... dodói... mamãe... -Meu filho balbuciava palavras desconexas.

Coloquei uma mão em sua testa para checar sua temperatura, ele não está com febre, isso é muito bom, mas ainda temos que resolver o quesito das dores. O Antony anda se sentindo fadigado nos últimos dias e não tem muito animo para brincar. Antes de saímos de Lima o meu pequeno passou por uma pediatra, pois estava tendo tonturas, dores de cabeças e náuseas constantemente, mas, segundo a médica, ele tem imunidade baixa.

—Vamos tomar um remedinho e ficaremos em casa hoje, ok? -Perguntei com um sorriso.

—Não quero ficar em casa, mamãe! -Antony começou a se debater loucamente na cama.

Antony é minha cópia desgarrada, mas puxou toda teimosia do seu pai, Noah Puckerman.

—Vamos tomar o remédio, tomar o café da manhã e iremos te arrumar para a escolinha!

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Lucy Quinn Fabray está em sua sala de aula cuidando dos últimos preparativos para receber o seu mais novo aluninho, Antony Berry, ela ama receber novas crianças em sua turma e tem uma paixão palpável pela sua profissão. A loira tem 24 anos, se formou na faculdade com 22 anos, exerce a profissão desde a formatura e se empenha imensuravelmente para dar o seu melhor.

A loira dos olhos verdes se assumiu lésbica aos 16 anos, recebeu total apoio dos seus pais, mas foi desprezada a partir daquele momento por sua irmã mais velha, ela era super apegada a irmã, entretanto, escolheu ser feliz com as suas escolhas e nunca se arrependeu disso. Hoje ela mora em um apartamento de luxo com os seus melhores amigos, o professor de música, Finn Hudson, e a renomada advogada, Santana Lopez.

Quinn teve poucas namoradas durante toda sua vida e depois de uma traição decidiu esperar pela pessoa certa, sua alma gêmea, sua futura esposa e mãe dos seus filhos. A loira estava tão distraída com os seus recorder para a placa de boas-vindas que nem percebeu quando uma morena baixinha entrou pela porta com um garotinho acanhado ao seu lado.

Rachel decidiu comparecer na escola do seu filho com vários minutos de antecedência, ela queria se certificar que as instalações do colégio são seguras, se os funcionários são capacitados e se a nova professora parecia uma daquelas bruxas de contos infantis que deixavam o seu filho sem dormir por noites. As dependências do prédio agradaram a morena, tudo era limpo, organizado e parecia muito seguro e os funcionários pareciam todos serem capacitados para exercerem as suas profissões naquele ambiente. 

Entretanto, ela ainda precisava conhecer a tal professora para saber se precisava se preparar para noites em claro em companhia ao seu filho ou não, mas a morena ficou de queixo caído quando entrou na sala de aula e deu de cara com a nova professora do seu pequeno. O coração da morena estava descompassado, ela estava sentindo coisas que não sentia por ninguém a muito tempo e aquilo a deixava assustada para um grande de um caralho.

Quinn olhou para Antony no primeiro momento e deu um meio sorriso para o menininho, mas abriu um sorriso ainda maior ao ver a mulher que o acompanhava, ela era uma deusa aos olhos de Quinn, seu coração estava errando as próprias batidas e inconscientemente a loira molhou a sua calcinha e se amaldiçoou por ter aquele tipo de comportamento na frente de uma criança. 

—Ahn... -Quinn murmurou enquanto saia do transe criado naquele momento. —Posso ajudar?

—Antony... -Rachel sussurrou debilmente e o menino encarou a sua mãe com um olhar confuso.

—Antony? -Quinn perguntou e o menino olhou em sua direção com um sorriso tímido no rosto.

—Mamãe! -Antony puxou a mão da sua mãe e as duas mulheres quebraram o contato visual.

—Mil desculpas! -Rachel se desculpou para com a loira. —Rachel Berry e sou a mãe de Antony! -Ela esticou uma das suas mãos para cumprimentar a mulher a sua frente e foi prontamente correspondida, mas as duas não esperavam que fossem ficar completamente arrepiadas com um simples encostar de mãos. —V-V-Você deve ser a professora dele, certo? -Perguntou corada.

—Sim! -Quinn sorriu encantada com a maneira que a morena ficava fofa corada. —Quinn Fabray!

—Só vim conhecer a responsável por ensinar o meu filhinho! -Rachel afagou os cabelos de Tony.

—É sempre um prazer receber os pais dos meus alunos, mas, geralmente, o pai da criança está presente no primeiro dia de aula da criança por ser o mais assustador, sabe? -Ela gostou mesmo da morena e teria que arriscar se quisesse saber mais um pouco sobre ela.

—Eu sou mãe solteira! -Rachel respondeu com um sorriso. —Sem namorado, noivo ou marido! -Comentou. A morena não perderia a chance e jogaria com todas as armas para cima daquela mulher atraente e que tanto lhe chamou a atenção. —Sem namoradas também! -Brincou e Quinn deu uma risadinha gostasa.

Antony assistia a interação das duas mulheres, eles não estava entendendo nada, mas o assunto parecia engraçado, pois a sua mãe até se esqueceu de que ele estava passando mal a uma horinha atrás. A loira percebeu a presença do menino e tomou uma postura mais profissional.

—Eu estava preparando um cartaz de boas-vindas para vocês, mas a sua mamãe acabou estragando a surpresa, Tony! -Quinn se ajoelhou ao lado do menino e fez um biquinho fofo.

—Mamãe odeia surpresas, Kim... -Antony comentou com um sorriso largo no rosto.

—Vamos ensiná-la a gostar? -Quinn perguntou com um sorriso e ele acenou positivamente.

Rachel estava admirada com aquela cena, pois o seu filho era muito tímido com todas as pessoas, mas ele parecia bem confortável na presença da loira dos olhos verdes e aquilo derreteu ainda mais o coração de Rachel.




[NA: Olha quem deu as caras por aqui rsrsrs]

Inexplicável: FaberryOnde histórias criam vida. Descubra agora