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Yaku
[...]
Passei a mão pelos cabelos frustado, havia errado mais um recebimento. Kuroo tentou me consolar, mas saiu como piada.
E o culpado disso estava em minha frente me encarando com um sorrisinho
— Tudo bem, Yaku-san — abraçou meus ombros — todos tem algum dia ruim.
Pedrifiquei pela aproximação repentina e evitei encarar aquele sorriso e olhinhos brilhantes.
— Acho melhor você se afastar ou ele se transforma em uma pimenta, [Nome] — Kenma disse enquanto passava atrás de nós e o garoto riu se afastando
Eu estava tão vermelho assim?
— Quando você se tornou tão atrevido, Kenma!? — falo alto vendo um sorriso ladino do falso loiro.
— Não precisa se envergonhar de ter um fraco pelo [Nome], Yaku-san — Lev sussurra para mim e não hesito em lhe dar um soco forte que o faz recuar.
O pior é que sequer era mentira. Talvez eu tivesse um fraco pelo [moreno/loiro..], com esses braços fortes, personalidade divertida e inteligente, rosto fofo, essa farta bund-- Melhor parar, agora.
Balancei a cabeça negativamente tentando focar em algo que não seja [Nome], mas quando viro a cabeça estava lá o dito cujo de costas para mim falando com Yamamoto.
O que eu não faria para dar uma apertadinha... Não, isso é errado, ele é meu melhor amigo e protegido, apesar de intimidador ele é só uma criança, gente.
[...]
O treino havia acabado e havia sido deixada comigo a responsabilidade de fechar a quadra já que fiquei para tomar banho.
Assim que abri a porta me assustei, [Nome] estava deitado no banco do vestiário olhando para o teto
— O que você tá fazendo aqui?! — gritei agudo, o assustando
— Te esperando, ué — disse como se fosse óbvio enquanto se sentava corretamente
— Por que? — arqueei a sobrancelha
— Pra você não ir sozinho e alguém te matar no caminho — sorriu e não pude evitar imitar o ato, mas parei quando o vi analisar meu corpo, todo o sangue de meu corpo subiu para o rosto nesse momento
— M-me espera lá fora, eu já vou — me amaldiçoei por gaguejar e o vi se sentar de costas para mim
— Eu não vou lá fora, não. Eu prometo que não vou ver nada. — apenas murmurei "hum" em concordância pegando rapidamente minha roupa e a vestindo, errando alguns buracos uma hora ou outra, mas mesmo assim indo (tentando ser) rápido. Ele continuou na mesma posição o tempo todo, mas mesmo assim não tirei o olho dele.
— pronto, vamos? — digo e ele se levanta concordando
...
Caminhamos pelas ruas em silêncio, ele parecia ansioso não parando as mãos no lugar
— Tem alguma coisa pra falar? — perguntei diretamente e o vejo estar prestes a reiniciar
— Eu? Não. — respondeu rápido
Ele pareceu mais pensativo e resolveu abrir a boca
— Se eu fosse menina, você ficaria comigo?
Estava na ponta da língua o "ficaria com você de qualquer jeito", mas poupei palavras apenas concordando com a cabeça
— Entendi... — era só isso? não tem nada depois?
— Eu não sou hétero... — soltei na esperança dele perceber que aquilo não contava muito, ele pareceu raciocinar se eu estava dando passe livre
Mas mesmo assim, não chegou em lugar nenhum ficando quieto e claramente com a mente confusa.
Chegamos na parte que nossos caminhos se dividiam e ele apenas me deu "boa noite, me avisa quando chegar" em um sussurro. Aquilo sempre me aquecia o coração, seu jeitinho de se preocupar e como eu retribuo? Deixando ele confuso, ao invés de lhe tascar um beijo.
Quando cheguei em casa não demorei a agarrar o celular e ir no chat de Sugawara reclamar, e ele ainda me jogou na cara que [Nome] queria saber se a personalidade dele o agradava e seria o bastante para si ficar com ele.
Depois de umas boas horas de fofoca e julgamento nada pessoais a qualquer pessoa, fui dormir.
[...]
Tentei procurar [Nome] na hora da entrada, mas o desgraçado chegou atrasado e nem pra ser da mesma turma que eu, tinha que ser da de Kuroo.
Esperei (nem um pouco) pacientemente pelo intervalo, e assim que o sinal tocou e o vi saindo da sala o segurei pela mão e saí andando.
— Yaku-san? — questionou confuso e nos sentei em um banco afastado
Fiquei em silêncio enquanto encarava seu rosto vermelho
— Eu.. Gosto de você. —digo vendo-o arregalar os olhos e abaixar o olhar
— Eu também gosto de você, Yaku-san... — ele respirou fundo e deixou sair por um fio de voz — A gente já pode se beijar?
Seria estranho dizer algo, então apenas coloquei as mãos em suas bochechas e o puxei para um beijo, um beijo de verdade.
Quando percebi havia um homem de 1,84 no meu colo e minha mão estava a centímetros daquele lugar que eu sempre quis tocar, estávamos pouco ofegantes e com sorrisos bestas no rosto.
— Eu sei que você ficava me secando, pode tocar — sussurrou em meu ouvido e acabo ficando animado e muito envergonhado ao mesmo tempo.
Olhei em volta rapidamente, deslizando mais para baixo e de mão cheia o apertei sentindo-o estremecer em meu colo.
— Desculpa, é que eu ansiei demais por isso... — digo baixo em seu ouvido
— eu estaria mentindo se dissesse que não estava também. — o vejo corar fortemente e sorrio
— Posso, de novo?
— Sim. — disse convicto demais para alguém que não quer muito isso o que me rir e o outro corar violentamente.
Deixo um beijo em sua bochecha e o aperto novamente.
— isso é bom demais pra ser verdade.
— acho que você vai ter que se acostumar com sua nova verdade então.. — selou nossos lábios.
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