No começo, eu não era nada, eu nunca fui nada, mas após ser acolhido pelos meus amigos, pela minha família, eu me tornei alguém, Floky, uma fada e duende híbrido, não uma fada como todas as outras, mas uma fada sem asas. Quando as fadas nascem, elas são mandadas para Luhjar, um lugar que fica muito a longe, do que conhecemos do mundo, esse lugar, é responsável por ensinar as fadas a lerem, se defenderem e conforme vão crescendo, suas asas nascem e assim, aprendem a voar. Como toda fada, eu fui para Luhjar, mas não fui bem recebido por ser híbrido e além disso, não era uma fada feminina, mas sim masculina e se não bastasse, não possuía asas, com a idade de três anos, uma fada já cria asas e eu nunca tive as minhas, por isso fui discriminado e humilhado, tanto pelas outras fadas jovens, como pelos professores. A minha raça, não me amava e minha raça de duende, não existia mais, eu me sentia sozinho, sem ninguém, admito, eu ainda me sinto assim as vezes. Um dia na aula, a professora explicou sobre vários bosques e até reinos, que vivem espalhados pelo mundo, onde as fadas vivem escondidas, mesmo pequeno, já sabia muita coisa e não era ingênuo, como um humano, um desses bosques, estava em Lacus e o nome me chamou atenção, então decidi fugir, fugir para o mais longe que eu pudesse, e ir atrás do bosque de Lacus Herba, pois talvez lá, me aceitassem e assim eu fiz.
Em uma certa noite, quando as fadas guardiãs (um tipo de fada vigia, muito poderosa.) não estavam olhando, abri a janela e saltei, da mais alta torre de Luhjar, talvez poderia morrer, mas acabei sobrevivendo ao cair na água, com muita dificuldade, nadei até a margem e caminhei até uma estrada, onde uma carroça passava, parando um pouco a frente, escondido em um arbusto, vendo o dono da carroça ir até o rio pegar água, na mesma hora, corri em direção da carroça, para subir em cima dela, assim o fazendo, entrando embaixo do pano, que cobria vários barrios, comigo caindo dentro de um por acidente, o homem voltava para a carroça e continuava a se mover, para algum lugar distante, onde desconhecia. Depois de anoitecer e amanhecer, já sabia que estava longe de Luhjar, o que me deixava mais seguro, o homem entrava em um lugar, um reino, onde várias vozes eram ouvidas por mim, ao parar a carroça, o homem conversava com alguém, peguei algumas folhas estranhas, que estavam embaixo de mim no barril, as colocando em cima de mim, para me esconder, o pano era tirado e os barrios eram carregados para algum lugar, deixando todos próximos a uma bancada, o homem aparentemente, conversava com alguém, parecendo estar negociando, dizendo que alguém ou certas pessoas iriam buscar as folhas, algo do tipo. Vários guardas se aproximavam, todos aparentavam ser do castelo, um deles, carregava uma bolsa de couro grande, nessa bolsa, o guarda colocou maçãs,
legumes e verduras, que tinha comprado, perguntando ao homem, a respeito de uma certa folha, o mesmo pegava o baú, em que estava e mostrava para o guarda, que tampava o mesmo e colocava em uma carroça. Os guardas se dirigiam até o castelo, enquanto estava dentro do barril, ouvindo a carroça se mover, com a mesma parando, os guardas estavam conversando entre si, e antes que os mesmos pegassem as folhas, que estavam no barril, tentei abrir o mesmo, assim conseguindo, fechando novamente para não suspeitarem de nada, antes que fugisse, olhei a bolsa que estava jogada na carroça e aberta, com várias maçãs, legumes e verduras, minha barriga roncava, não resistindo a tentação, entrando dentro da bolsa para comer, os guardas se aproximavam e pegavam o barril, o levando para dentro, a carroça estava no estábulo e enquanto comia, me dava sono e então ali, dormi.
Depois de adormecer, eu era acordado por uma moça estranha, que me tirava da bolsa, um pouco assustado, observando em volta, percebendo estar, em uma casa meio estranha e pequena ao fundo, em uma cama dormia um bebê, a mulher me acariciava, me fazendo ficar menos receoso, a mesma me colocava em cima da cama, comigo olhando para o bebê, me virando para trás, olhando para a mesma e voltando a olhar para o bebê, que dormia, me aproximei do mesmo aos poucos, passando minhas pequenas e macias patas, no rosto do bebê, que tinha várias e pequenas sardas no rosto, com seu pouquinho de cabelo, sendo ruivo, sorri ao perceber que era uma menina, a mesma respirava forte e enquanto a observava, o cristal em meu rabo, brilhava com uma cor branca como a neve, a moça, observava a mim e ao pequeno bebê, e dizia:
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Várvagon e o Reino de Lacus Herba
FantasyStephanie conhecida como Ster, é uma garota de 16 anos que faz parte de uma família real, os Lacrun, que governam um dos reinos de Várvagon, Lacus Herba, ela perdeu o pai em um ataque de conspiração contra o trono, por conta disso, ela e sua mãe Lu...