Já havia se passado cinco dias e eu podia afirmar com toda certeza: EU AMAVA O THOMAS E O QUERIA PARA MIM!
Nossa convivência melhorou muito depois que fomos tomar sorvete e quando andamos de bicicleta pela rua, como duas crianças, com nossas risadas altas e sorrisos largos. Eu podia sentir sua felicidade, sua liberdade. Eu queria poder tocá-lo sem roupa, sem nada, eu queria que ele me tocasse, que ele entrasse dentro de mim.
A lista já estava quase completa, assim que cheguei em casa, depois que fomos tomar sorvete, eu fui para meu quarto e peguei o meu diário nunca escrito.
Tomar sorvete ( confere )
Ir no cinema
Assistir séries até tarde
Andar de bicicleta ( confere )
Passear no parque ( confere )
Tomar banho no lago
Ver o pôr do sol
Se beijar novamenteEra bizarro eu estar me sentindo orgulhoso por está finalmente realizando os desejos, aquilo era tão idiota que chegava a ser fofo. O incrível é que nem precisei fazer esforço para tentar andar de bicicleta, o próprio Thomas fez isso por mim, e aquilo queria dizer que o destino estava do nosso lado.
Depois de um dia, Thomas e eu realizamos mais 2 desejos; assistir séries até tarde e ir no cinema, só que não fomos realmente ao cinema.
Meu pai, minha mãe e eu estávamos na sala, vendo TV. Há horas eu esperava uma ligação de Brick, mas a maldita sequer mandou mensagem.
- Olá! - ouvi aquela voz, era ele. Olhei para o Thomas e ele estava sem camisa, apenas em uma samba canção.
- Olá, querido! Como estar sendo sua convivência aqui? Faz tanto tempo que está aqui e nem te perguntei. O está te tratando bem?
- Mãe! - repreendi.
Brad sorriu e olhou para mim, piscando o olho em seguida. Ai meu coração!
- Tá sim, tia. Seu filho é um anjo. - ele disse, ainda sorrindo.
- Eu sempre falo isso à ela, mas ela sempre duvida - falei.
De repente o telefone tocou, meu pai atendeu e disse ser para meu primo. "seu pai", ouvi meu pai dizer.
Ele se afastou para poder conversar em paz, mas em alguns minutos ele voltou, aparentemente preocupado.
As horas pareciam não passar, eu estava deitado no sofá, meus pais já haviam saído para um retiro, e não voltariam naquele dia - pais irresponsáveis -. Brad não apareceu mais depois do seu aparecimento na sala, achei bem estranho.
Levantei do sofá e subi as escadas, parei na sua porta e bati duas vezes.
- Quem é? - ouvi ele gritar
- Sou eu. Cold.
- Pode entrar
Assim que entrei, o quarto estava vazio, mas o chuveiro estava ligado então era bem óbvio onde ele estava. Observei novamente o quarto e vi que suas coisas não estavam no mesmo lugar, seus gibis estavam em cima da cama, suas roupas também. Ele ia embora? Fiquei observando as roupas, a mala e me assustei com sua presença no quarto.
Ele estava somente de toalha e seus cabelos estavam molhado. Céus, como estava lindo.
- Você já está indo embora? - perguntei. Estranhamente eu estava com um aperto no peito. Por quê?
- Sim... Vou no sábado. Era meu pai me ligando, aquela hora. Ele disse que estava precisando de mim na fazenda deles, não sou muito fã do campo, mas vai ser legal. Aí eu decidi ficar mais essa semana, ficar perto dos meus tios... E de você. - eu sorri, eu só queria abraçá-lo e dizer que eu o amava, que eu não queria que ele fosse embora. - Até porque temos uma festa para irmos!
- É, temos sim. - falei, e então sentei. - Brad, eu queria falar com você.
- Pode dizer. - ele de repente tirou a toalha, revelando seu pênis exagerado e seu corpo nú. Meu coração acelerou e eu senti meu rosto queimar. - Ah, qual é? Tu já viu meu amiguinho aqui, não precisa ficar com vergonha.
- Não estou com vergonha, só... Esquece! Só vim aqui te chamar para irmos ao cinema, tem um filme legal em cartaz. - por que eu não disse queria mais do que tudo aquele pedaço de carne? Que eu amava cada parte dele, cada membro, seu sorriso.
- Cinema? Não vai dá, estou sem grana. E não gosto muito daquele ambiente. Mas eu tenho DVD, e é ótimo! Podemos assisti por ele - DVD? Sério?
- Meu pai, que retrógrado!
- Nada a ver. Só acho legal.
Eu já havia assistido um filme em DVD, era pornô, mas eu não gostei. Mas eu tinha que conferir o ítem da lista, então eu tinha que aguentar.
- Pode ser. Mas qual é o filme?
- Me Chame Pelo Seu Nome?
- Já vi.
- Com Amor, Simon?
- Vi semana passada com a Brick.
Ele ficou em silêncio por alguns segundos.
- Primos?
- Primos? Que filme é esse?
- Pelo menos um que você não tenha assistido. - ele disse, terminando de vestir seu pijama e indo pegar o filme na sua mala. - É muito legal, gostei bastante. A história é linda, os personagens são marcantes. Você vai ver.
Sorri para sua explicação.
Ele colocou o filme e o mesmo começou a rolar. O filme era até legal; era sobre dois primos que se apaixonavam, bem que aquela poderia ser minha história, Brad deveria se apaixonar por mim e assim sermos felizes, aquela deveria ser a nossa história de amor. Mas nem tudo é como queremos.
O filme estava já estava quase no fim, a parte em que a mãe do protagonista dançava provavelmente bêbada, não sei. Os dois protagonistas estavam na escada, observando tudo.
"Eu te amo, sabia? Eu não quero que você vá embora. Nunca mais. Você mudou muita coisa nessa casa, nesses últimos tempos"
Olhei para Brad e ele prestava atenção no filme, ele sorriu pelo o que o outro falou, sorri por ver seu sorriso lindo. Era arriscado, mas fiz o que queria fazer há tempos; pus minha mão no chão e deixei próximo a sua, era possível sentir suas vibrações... Arrastei à minha mão e enfim toquei à sua, ele olhou para mim e seu rosto tomou uma coloração vermelha, mas ele apertou minha mão da mesma forma que eu apertava a dele, e assim seguiu o filme, ficamos de mãos dadas até à madrugada, enquanto assistíamos um seriado.
- Caralho, são 3:00horas da manhã! Preciso ir dormir. - falou ele, se levantando. Eu poderia ficar de mãos dadas com ele à noite inteira. - A gente nem viu a hora passar!
- Como? Se estávamos aqui parecendo neandertais vendo Stranger Things - falei, me levantando e encarando sua cara de sono, sorri. - Quer ir amanhã comigo tomar banho de lago? Lá tem um pôr do sol incrível!
- Vamo tomar banho pelado? - ele perguntou, e não era bem aquilo que eu tinha em mente.
- Se você quiser! Meu pai trabalha lá, então temos o lago só para nós dois. Levamos comida e vemos o pôr do sol só de sunga - ele gargalhou. Era incrível como minha vergonha tinha ido embora, agora eu sentia que devia falar o que sentia. - E tem mais uma coisa.
- O que? - se deitou na sua cama, ajeitando o travesseiro, não era possível ver seu rosto, e aquilo era até bom.
- Eu... - demorei alguns segundos para falar, devido ao nervosismo. - Eu tô sentindo coisas por você que nunca senti por alguém antes, e. E talvez seja até errado por sermos primos, mas eu não ligo, eu realmente não ligo. Brad, eu acho que te amo. - falei, e então só pude esperar à resposta, meu coração a mil e na minha cabeça se passava um filme. Mas, nada saiu dele, apenas o silencio.
Um ronco. Ele estava roncando. Ele dormiu e não ouviu minha confissão? Não sei o que deu em mim, só senti um alívio por dentro, talvez eu estivesse precipitado. Ele provavelmente nem sentia o mesmo por mim. Mas e se sentia?
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Era Uma Vez Nós Dois
RomansaLenny Izaguire se ver em um dilema quando o ódio que sentia pelo seu primo, Thomas , se transforma em algo maior.