Scream

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Allison suspirou ao se encarar no espelho do banheiro. Não conseguia se decidir se o barulho da torneira era mais desconfortável que o o total silêncio cometido desde que saiu da casa de Scott — aonde toda a tragédia havia acontecido. Suas mãos finalmente estavam limpas depois de forjar o cadáver de Malia na sala do seu escritório. Isaac, que a ajudou a pendurar a corda no teto e enquanto a mesma colocava a outra ponta em volta de seu pescoço, a esperava do lado de fora, enquanto encarava o chão de onde estava. A morena então fechou a torneira, secou as mãos e saiu do banheiro, fechando a porta em seguida.
Andou até Isaac, ignorando o cadáver de sua ex-cunhada bem no meio da sala, e os dois saíram do lugar. Após alguns segundos andando em completo silêncio, o loiro decidiu fazer a pergunta que já tinha uma resposta óbvia.

— Você está bem?

— Ela me deixou ficar na casa dela uma vez — respondeu, parando em frente ao carro novo que seu pai havia lhe dado algumas semanas atrás. — Eu estava bêbada e não podia voltar pra casa, se não meu pai me mandaria de volta para reabilitação.

Ela entrou no carro, esperando que ele entrasse em seguida, no banco carona.

— Ela não merecia isso. Então, não eu não estou bem, Isaac.

O silêncio voltou a governar o momento, mas logo foi interrompido pelo barulho do motor, assim que Allison girou as chaves na ignição. Ele a encarava, não sabia o que dizer.

— Isso tudo é minha culpa. Não é sua.

— Não importa. No final de tudo ela é só mais uma das mortes que eu vejo quando fecho os olhos.

Acelerou, finalizando a conversa.

...

— E aí? Sente alguma vontade de gritar ou algo assim?

Stiles, ou melhor, Darach perguntou à Lydia, que estava sentada em uma escada dentro do que se parecia ser um tipo de espaço embaixo da cidade, com canos de água e barras como as da cadeia. O lugar não cheirava muito bem, era sujo e fazia eco.
Lydia subiu a cabeça, o encarando com ódio. "Só pode estar de brincadeira comigo" — ela pensou, sem saco ou reação para aquela cena.

— Não? Nada? — ele continuou insistindo. — Tudo bem, parece que eu vou ter que te torturar um pouco.

A Detetive logo arregalou os olhos, preocupada com o que havia acabado de escutar, mas logo voltou ao normal ao perceber que Stiles prendia a risada.

— Estou brincando, não vou te torturar fisicamente. Agora mentalmente... — ele riu, abrindo a porta com barras, e assim que entrou ela se levantou, assustada. — Já é outro assunto, porque estou me sentindo um pouco fraco desde a pegadinha estúpida que vocês pregaram em mim.

Ele andava até ela, e ela se afastava, andava para longe dele procurando mais uma vez uma saída. Falhou na primeira, segunda e terceira tentativa.

— Não sou idiota, Lydia. Eu sei que essas vozeszinhas irritantes estão gritando em sua mente desde o momento em que chegamos aqui. Tem uma razão para isso, sabia?

Ele a seguia, mas sem pressa, conhecia este lugar da cabeça aos pés.

— Já houveram muitas mortes aqui. E as vozes das pessoas que morreram aqui são especiais... Eu sei disso porque matei todas elas. — disse, naturalmente, enquanto andava com as mãos para trás. — São suas ancestrais, elas tem o mesmo dom que você. Por isso fica cada vez mais forte, a vontade de gritar. Então não adianta fugir do seu destino, uma hora ou outra você vai me dar exatamente o que eu quero.

Ele sorriu de lado, vendo que há cada palavra que ele dizia ela ficava mais agoniada, tentando achar a saída daquele lugar. Aquilo o excitava, o alimentava, a agonia, angústia, aterrorização...

Suspicious Partner - 2ª Temporada.Onde histórias criam vida. Descubra agora