33- Amanda

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— Ela é tão linda — Cheryl murmurou enquanto nós duas olhamos para Amanda deitada e dormindo serenamente no berço.

Ela estava com roupinhas que nós tínhamos comprado, com meias e luvas. Talvez fosse exagero já que o tempo lá fora não estava frio, mas ela parecia estar com frio quando a trouxemos no carro, então nós decidimos aquecê-la assim que chegamos no apartamento.

Depois de buscá-la no hospital, eu a registrei no cartório e viemos para casa.

A médica me passou várias instruções, alguns remédios e marcas de leite para ela. Tudo para nos ajudar, caso fiquemos confusas já que éramos como mães de primeira viagem.

Ela ainda disse que eu poderia ligar a qualquer hora, podendo ser de manhã ou de noite, que ela se disponibilizaria em nos ajudar. Eu acho que não seria necessário já que Penélope tinha nos dito que nos ensinaria o que precisássemos saber.

— Eu fico pensando se minha mãe viu ela, sabe, antes de... — deixei a frase se perder, suspirando logo em seguida — Se ela olhou para o rostinho lindo da Amanda e sorriu igual estamos fazendo agora.

Percebi que Cheryl ficou um pouco mais tensa quando citei minha mãe e eu não a culpava, ainda era um assunto delicado, e sempre iria ser.

— Eu 'tô bem, não precisa ficar assim tão tensa. Eu só penso nela o tempo todo, o que estaria acontecendo agora se ela estivesse aqui? Ela provavelmente estaria comentando com ela mesma o quanto a Amanda e eu somos parecidas.

— Não sei o que responder, me desculpe — Cheryl abaixou a cabeça.

— Não precisa se desculpar, eu só estou desabafando. Quando eu estava pesquisando, li que não era bom guardar os sentimentos só pra mim.

Nós ficamos em silêncio por um tempo, apenas observando o bebê recém-nascido à nossa frente.

Seu jeito fofo, o jeito que sua respiração era calma e suas mãos estavam juntas.

Eu pensei no que aconteceria quando ela acordasse.

A pediatra disse que ela praticamente só dormia. Acordava umas quatro vezes por dia, mamava ou reclamava da fralda e voltava a dormir.

Quando ela acordasse eu não saberia o que fazer. Eu deveria verificar a fralda primeiro ou correr para preparar o leite?

— Ligou para a sua mãe? Nós meio que precisamos muito da ajuda dela — ri, olhando para minha namorada.

Eu andei lendo muito sobre bebês recém-nascidos e crianças, mas nada é comparado com a prática, e eu nunca nem cuidei de um bebê na vida, nunca tive irmãos ou primos com quem eu pudesse "treinar".

Cheryl disse que se dava bem com crianças, e eu não duvidava disso, já que por dentro ela era como um bebê.

— Vou ligar pra dona Penélope agora — ela pegou o celular, discando o número da mãe.

Cheryl falou com a mãe ali mesmo, e depois voltou a olhar Amanda no berço.

Passou menos de dez minutos e a campainha tocou.

— Dona Penélope tem poderes de velocidade ou o quê? — perguntei soltando uma risada fraca e indo atender.

Quando eu abri a porta, não era Penélope quem estava ali e sim Joseph e sua esposa, Caroline, quem eu não via a um tempo.

— Oi, boa tarde — eu disse meio sem jeito, por não esperar vê-los ali.

— Boa tarde, podemos entrar? — Joseph perguntou.

— Sim, claro. Podem entrar — dei caminho e eles entraram de mãos dadas.

— Boa tarde — Caroline disse sorrindo amigável.

My dear teacher| Choni versionOnde histórias criam vida. Descubra agora