42

158 17 77
                                    

We can be the generation
Who learns how to love
Mistakes & empty promises
Will never be enough
To tear apart the giant hearts
That beat inside us now
Let's conquer the percentages
And rise above the crowd
No Matter Where You Are - US THE DUO


As tias dele eram expansivas e engraçadas, e eu estava bem ouvindo a conversa animada. Não entendia algumas piadas, principalmente quando falavam uns por cima dos outros, mas gostava do clima, era acolhedor, e elas estavam sempre tentando me incluir.

Nós já havíamos terminado de comer a algum tempo quando Tristan me chamou da roda de conversa. A mão quente segurou a minha, trazendo minha atenção ao meu, legalmente, marido.

— Quer conhecer um pouco da propriedade? — Seus olhos eram sérios, mas a tensão do início do dia parecia ter diminuído.

Ou não, pensei, quando o vi levar a mão ao pulso de novo.

O tic com as abotoaduras ainda estava presente, mesmo sem elas.

Quando eu concordei, começamos a caminhar pelo que parecia a continuação da trilha que tínhamos percorrido até o deque, passando entre as árvores que delimitavam a área.

O caminho era delimitado basicamente pelo uso. Com as marcas de caminhadas constantes passando ao redor das árvores que possuíam grandes raízes, fazendo várias curvas, se integrando ao lugar.

Eram árvores altas e frondosas, que deixavam poucos raios de sol passarem apenas e no final do verão, formavam um linda cortina de luz.

Depois de poucos minutos andando o pequeno bosque que nos cercava parecia quase intocado. Como um lugar isolado da civilização.

— Há uma trilha mais curta pelo lado sul, mas eu gosto mais desta — Tristan falou pela primeira vez, sua voz soando quase alta na quietude do lugar.

— É lindo... — sorri enquanto observava as árvores que me faziam sentir pequena. — É grande?

— A propriedade tem alguns hectares. O bosque não é muito, e estamos na faixa mais estreita... talvez mais cinco minutos andando. Meus pais tem um vinhedo a oeste, mas se quiser ir lá teremos que ir de carro, ou pegar os cavalos.

— Vocês têm cavalos aqui? — Perguntei, minha voz saindo mais animada involuntariamente.

— Sim. Você monta? — Suas sobrancelhas subiram um milímetro.

— Eu já andei a cavalo. Dizer que monto seria um exagero — sorri para ele e ele devolveu mais contido.

— Podemos ir lá depois. Vou te mostrar um lugar que eu gosto — ele disse, assumindo a dianteira novamente.

O calor começou a cobrar o seu preço e eu fiz uma careta pelo quanto eu comecei a transpirar. Além disso, ter vindo de sandália não foi a melhor escolha, mas eu não iria reclamar agora.

Nós seguimos por mais alguns minutos pela trilha. Mas, quando eu pude ver o gramado que se estendia no final do bosque, ele mudou a direção, nos mantendo entre as árvores e nos trazendo para fora da trilha.

— Eu espero que você saiba o caminho de volta — disse depois de mais de cinco minutos andando. — Porque se dependermos do meu senso de direção para voltar, é melhor começarmos a caçar o jantar — brinquei. Na maior parte.

Sua risada soou grave e o som reverberou pelas árvores.

Ele se encostou em uma árvore e me esperou percorrer os poucos metros que haviam entre nós, já que mesmo com ele diminuindo o ritmo, eu estava tendo alguma dificuldade com as raízes mais aparentes no caminho.

Simplesmente ComplicadoOnde histórias criam vida. Descubra agora