Well, I got a feeling
Darling, it's possible
'Cause love's got no ceiling
Now, that it's just so strong
And I got a feeling
Like everything is possible
I'm trying to change
M-m-m-m-m
Like Gold - Vance Joy


Tristan Prescott

Manuella encarava o prato quase vazio, como se ele tivesse as respostas para minha pergunta.

O que eu não entendia, por isso estava fazendo um interrogatório, era por que ela não me contava o que realmente havia achado sobre a infeliz mulher que indiquei como personal Stylist.

Sinceramente, esperava que ela já tivesse sido demitida, depois de ouvi-la chamar Manuella de oportunista e até de prostituta, indiretamente. O que minha irmã havia pensado indicando aquela mulher?

Caroline ia me pagar.

E Manuella ouviu tudo aquilo e ainda me vêm com "ela é competente"?

— Talvez... nossos estilos não batam muito — falou sem me encarar.

— Então não gosta do estilo dela? — Devolvi, fazendo sinal para que Ed, que nos servia aquela noite, saísse da sala.

— Ela é muito elegante... — Manuella continuou como se aquilo explicasse algo.

— Então qual o problema? — pressionei.

— Não há problema, só somos diferentes — ela suspirou.

— Sim, mas você não gostou dela — apontei. Não era possível que ela houvesse gostado.

Já a vi calma em situações ruins e aguentar pessoas difíceis, mas nem ela poderia ser tão passiva.

— Eu não disse isso — ela me encarou mas logo desviou o olhar.

— Então o que disse? — me aproximei mais dela com o corpo, me debruçando na mesa.

— Que nossos estilos são diferentes e às vezes é difícil conversar — mas ela não olhou em meus olhos.

— Então ela é inflexível. E difícil de trabalhar? — Continuei.

— Não... Sim... Não é bem assim — suspirou, — ela deve ser ótima no trabalho dela...

— "Deve"? Então você não tem certeza disso? — Isso com certeza era mentira.

— Não é isso... ela... — ela não estava gostando disso, mas eu não iria deixar de lado.

— Então o que é? — Estava quase gritando "fale!".

— Ela só tem ideias muito claras sobre como se vestir.

— Ideias que você não gosta — pelo menos o que esperava. Até a cadeira que ela estava sentada já entendeu o que ela estava querendo dizer, mas precisava que ela confirmasse com a própria boca.

— Não foi isso que eu disse!

— Então o que você disse? — Mentalmente implorei para que ela olhasse para mim, quando o fez eu não gostei nada do que vi.

— Que ela é difícil, que diminui suas clientes, que insiste em passar por cima dos meus gostos — foi despejando sem tomar fôlego. — Que finge que somos amigas e julga minhas escolhas como se eu fosse uma criança. Que exige padrões corporais quase impossíveis e que acredita que sou uma oportunista por que não acredita que pessoas ricas podem se apaixonar por pessoas de uma classe social diferente! — Manuella expirou com força. — Era isso que você queria?

Simplesmente ComplicadoOnde histórias criam vida. Descubra agora