Capítulo 13

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O barulho da moto atraiu Chimia para a porta e o cheiro o fez circular vezes e vezes na frente da porta, até ele começar a latir desesperadamente e pular como um louco para segundos depois estar indo puxar a manga da blusa de Natsuro e o acordar de um sono que parecia estar sendo bom.

Ele sacudiu as mãos tentando afastar Chimia do caminho e abrindo os olhos quando a campainha se fez ouvir. Era noite e frio lá fora, não devia ter ninguém na sua porta essa hora.

- Chimia ...pare...- então ele sentiu, foi como uma onda calorosa envolvendo cada célula de seu corpo e depois veio o perfume que nunca ia esquecer. – Não pode ser!

Natsuro saiu do sofá como uma bala, tropeçando na barra da calça do pijama e com um sorriso na face, seus olhos já tinham lágrimas que nem sabia quando começaram a se formar, e seu coração batia como um louco no peito. Chimia já estava latindo de felicidade na frente da porta e corria ao redor do próprio rabo esperando que seu dono colocasse os dedos na fechadura.

E quando o loiro abriu a porta, quem estava parado na sua frente com meio sorriso nos lábios e olhos vinhos encobertos pelo capuz negro...

- SHINEN! – ele deu um berro tão grande de felicidade que provavelmente acordou toda a vizinhança, mas não interessava, porque Shinen estava ali na sua porta depois de quase um ano que tinha saído por ali.

Yanagi parecia ter emagrecido um pouco e isso deixou todo o seu corpo mais presente no longo casaco que vestia, e quando baixou o capuz para encarar Natsuro, os olhos vinhos eram de um brilho reluzente e exalavam um fogo que ele não imaginava ver depositado na sua direção. Sua face morena tinha adquirido a mesma felicidade que Natsuro exalava ao vê-lo, na verdade ele tinha soltado um suspiro de alívio ao notar que o amigo ainda o queria. Sua energia era a melhor recepção que esperava ter naquela casa, o sorriso e os olhos verdes brilhando de lágrimas que agora desciam sem parar por seu rosto deixavam o coração do moreno batendo desesperadamente dentro do peito e na sua mente só uma coisa gritava "Ele é meu!".

Shinen se deixou envolver por aquele cheiro tão conhecido, por saber que agora estava realmente em casa, que aquela dor no peito tinha evaporado só de sentir a presença de seu amigo...não...seu amor...sua paixão...seu desejo!

Ele deixou os braços estenderem com um impulso ao ouvir seu nome, deu dois passos para dentro do portal da casa e agarrou Natsuro pela cintura com tanta vontade que seus corpos se chocaram e o esgar de surpresa do loiro se tornou no convite para ter seus lábios envolvidos com um beijo tão forte que o ar sumiu. A surpresa de Natsuro ao sentir sua boca sendo dominada pela de Shinen não foi maior do que a língua que em segundos estava adentrando pela sua e os dois disputando uma guerra por território que não interessava o vencedor.

Shinen sentiu aquele fogo crescendo pelo estômago, subindo pelo peito e explodindo em seu coração! Quando ele lembrava das noites que esteve sentindo saudades daquela boca, não parecia que era a mesma, na verdade era muito melhor, porque agora ele conseguia definir exatamente o que eram todas as sensações que brotavam em sua mente, deslizavam por suas células e explodiam como fogos de artificio por seus olhos. PAIXÃO!

Oh sim...era algo que não se comparava com nenhum parceiro sexual seu, não se comparava com o que Setsuna provocava nele, era maior, era tão grande que ele não conseguia parar de se aprofundar por aquela boca quente, de lutar por espaço com sua língua, de agarrar seu corpo como se eles dois fossem um só. Ele afastava segundos para puxar ar e deixar que Natsuro respirasse, depois retornava a envolver em um novo ângulo os lábios já vermelhos e molhados do loiro. Suas mãos tinham agarrado o pijama e enfiava dedos curiosos por toda as costas de Natsuro causando arrepios em sua pele e gemidos displicentes em sua boca. Shinen sabia o quanto ele queria aquela pessoa ali na sua frente e era o desejo incontrolável que nunca teve com ninguém com apenas um beijo, era como se ele tivesse esperado muito por Aquele beijo, por sentir aquela pele debaixo de seus dedos, como se fosse a repetição da noite que o fez abandoná-lo. Só que desta vez ele não estava sendo conduzido por nenhuma força maior, a voz da sua mente simplesmente girava como a sua, em um único fluxo e em um único desejo.

Reencarnações parte 2- Uma vida dois amoresOnde histórias criam vida. Descubra agora