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What the fuck

- Limpa isso devagar, Ada - Falei sentindo o maldito pano com álcool ardendo no meu rosto, o desgraçado fez um estrago.

- Se acalma. John, limpa o ferimento do Arthur - Disse Ada concentrada em mim.

- E desde quando você manda em mim? - Perguntou ele.

- Eu estudei enfermagem - Falou Ada se virando pra John - Sei o que estou fazendo.

- Ada, você só foi a uma aula, do curso de enfermagem na igreja, só não continuou porque foi expulsa por estar rindo - Disse John risonho.

- Antes disso acontecer, eu aprendi a salvar alguém de um sufocamento. - Ada se defendeu.

- E eu estou sufocando agora, Ada? - Perguntou Arthur irônico.

- Eu deveria deixar você aí todo machucado, sabia? - Disse Ada desafiando Arthur.

- Mas não será necessário, tia Polly, me ajuda pelo o amor de Deus.

- Agora sou requisitada aqui?! Interessante - Falou já pegando os panos molhados pra limpar os ferimentos de Arthur. Nessa hora Thommy passou pela porta, trazendo uma garrafa de álcool.

- Bebam os dois, ameniza a dor - Entregou a garrafa pra mim, bebi uma boa quantidade, e passei pra Arthur, que fez o mesmo.

- Cacete, Thommy ele disse que quer a nossa ajuda, tinha nosso histórico de guerra, falou que somos patriotas, como ele - Revirei os olhos nessa hora - Ele disse que podemos informar sobre um tal roubo, e depois ele vai embora.

- Eu duvido, ele tinha um olhar macabro, vai querer as nossas cabeças quando isso tudo terminar, tenho certeza - Falei olhando diretamente pra Thommy, ele sabia exatamente o que eu queria dizer, mas ele permaneceu em silêncio.

- Vamos ajudar ele, Thommy? Entregamos os desgraçados, ajudamos a achar as armas, e nos livramos daquele cara - Continuou Arthur, mas Thomas não respondeu, o silêncio perdurou, até Arthur quebrar novamente - Que merda é essa, Thommy? Porque você não me responde? Porque tá calado? O que tá acontecendo com você? Tia Polly, o que ele tem? - Ela também não respondeu, apenas olhou fixamente pra Thomas, e depois pra mim.

- Se recupere primeiro, depois conversamos, Arthur. - Thommy encerrou o assunto, e se voltou pra mim e ajudando Ada a cuidar dos meus ferimentos - Ele tocou em você? - Perguntou com um olhar que me deu arrepios, Thommy sempre foi cuidadoso comigo e com Ada, até certa idade ele juntamente com Arthur e John espantava os garotos que queriam sair com a gente, mas depois de um tempo ele apenas passou a aceitar, Arthur ficou calado também, mas ele sempre esperava um deslize do cara pra surrar ele, o único que fazia aquilo por diversão era John, ele adorava esfregar a cara dos nossos pretendentes no asfalto sujo de lama.

- Se tocar, você se refere a sexo não consensual, a resposta é não! - Percebi um alívio em seus olhos - Mas de resto, ele me tocou totalmente, ainda teve coragem de fazer carinho no meu rosto, aquele seboso - Chester Campbell está no topo da minha atual lista de pessoas execráveis, eu quero ele morto.

- Vamos nos livrar dele, querida - Disse tia Polly ainda cuidando de Arthur - Ele vai pagar caro por ter feito isso com nossa família.

- Tomara tia, tomara...

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Já era noite, eu estava em meu quarto, ainda com dores, Thommy me obrigou a ficar aqui. Isso tudo era uma loucura. Ouço o barulho da porta abrindo, e Polly entrando com um prato em mãos.

- Trouxe sopa, pra esquentar um pouco o estômago.

- Obrigada, tia - Falei me levantando, e sentando na cama, pegando o prato de sopa, logo em seguida. Ela se sentou na ponta da cama, me olhando.

- Conversei com seu irmão, ele me disse que vai devolver as armas.

- Ele disse isso? - Perguntei surpresa, não foi isso o que Thommy me disse.

- Sim, claro que depois que dei uns bons tapas nele - Falou com satisfação. Continuei calada, olhando pro prato - O que foi, querida?

- Ele me disse outra coisa, mas parece que os planos mudaram, e a anta aqui, não foi avisada - Falei com rancor.

- Oh querida, sei que você e Thomas possuem um pacto, mas eu tenho certeza que ele virá conversar com você sobre isso - Falou se aproximando pegando minha mão esquerda - É o melhor a se fazer, sei que ele tem um projeto ambicioso, mas temos que ser cautelosos, esse inspetor mostrou que não tem medo de nós, isso o torna ainda mais perigoso.

- É, a senhora tem razão - Falei ainda com a cabeça abaixada.

- Preciso finalizar o serviço, mas volto mais tarde, querida - Disse se levantando e beijando minha testa - Coma e descanse, brigue com Thomas depois. - Apenas acenei a cabeça, logo ouço a porta sendo fechada.

Porque ele não me avisou? Custava dizer "Ei, mudei de ideia", mas não, ele prefere agir sozinho, geralmente quando ele faz isso, acontece uma confusão enorme.

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Ferro Velho do Charlie.

- Fechado, Thommy. O barco está carregado, já podemos partir - Disse Charlie Strong, dono do ferro velho e tio dos Shelby's.

- Mudei de idéia - Falou Thomas Shelby, líder dos Peaky Blinders, ele carregava uma feição sombria.

- Como assim? Você ficou louco? Vão nos caçar quando acharem isso! Thommy, pensa direito.

- Não estou louco, apenas pensando no futuro da nossa família, e pode ter certeza, ele vai ser grande - Disse com uma grande confiança - Leva o barco pra um local escondido e seguro - Falou se virando, e indo embora.

- Que Deus nos ajude - Falou o tio, já pensando nas consequências dessa escolha.

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