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                                              Patience

- Deixa ver se eu entendi, você pretendia jogar fora as armas, mas não fez porque pensou no nosso acordo? - Falei descrente, olhando pro sínico do Thomas.

- Exatamente, deveria ter vindo falar com você antes, mas eu estava ocupado. - Disse olhando para o chão pensativo.

- Hummm - Eu estava desconfiada.

- É sério, Lia. Agora levanta daí e vamos sair, tenho algo pra te mostrar, na verdade para os meninos também - Disse se levantando.

- E, Ada? - Me levantei já pegando as minhas roupas.

- Não sei onde ela está, aliás isso é um assunto que vem me incomodando - Ele estava de costas, olhando pra parede enquanto fumava, eu estava trocando de roupa - Ela vem sumindo do nada, sabe se ela tem alguém, Lia? - Parei de me vestir nesse exato momento, mas logo voltei a colocar a minha saia.

- Deveria perguntar pra ela, ela é maior de idade, sabe o que faz - Comecei a pentear o meu cabelo, e prendi meu cabelo em um coque alto.

- Então você sabe de algo, mas não quer me dizer, interessante, Amélia - Falou irônico.

- Olha, talvez eu saiba, sim. Mas não é assunto meu - Peguei minha bolsa - Pode se virar - Fez o que pedi e me encarou.

- É perigoso?

- Tenho minhas dúvidas, mas vamos logo, quero me distrair - Fui na frente, saindo do quarto e descendo as escadas, ele me seguia. Fui pra fora de casa e vejo os meninos encostados no carro da família - Olá, bundões.

- Isso lá é jeito de falar com seus irmãos, Amy? - Arthur está puto hoje, sei pelo seu tom de voz.

- Oh, que crime horrendo eu acabei de cometer - Me aproximei dele, e apertei suas bochechas, fazendo John e Finn sorrirem alto. Ele pega minhas mãos e as tira do seu rosto.

- Odeio quando você faz isso, faz eu parecer uma criança. - Disse emburrado.

- Arthur, você é uma criança, só que em um corpo de adulto. - Ele fechou a cara ainda mais.

- Chega vocês dois - Thommy surgiu perto da gente - Entrem no carro, quero chegar cedo.

- Finn você vai na minha perna, não vou me espremer aí atrás, mas também não quero você espremido com esses dois brutamontes - Falei já me sentando no banco do passageiro, ao lado de Thomas, que iria dirigir.

- E o show de ofensas continua... - Falou John risonho.

- O bom é que a viagem vai me fazer pensar em frases ofensivas bastante criativas, vocês irão adorar - Finn estava sentando nas minhas pernas, ele era tão pequeno - Você tem comido direito, Finn? - Falei apalpando sua barriga - Tá tão leve e magrinho.

- Tenho sim, mas tia Polly disse que eu não devo exagerar - Falou deitando a cabeça em meu colo.

- Todos prontos? - Perguntou Thommy olhando pra gente, logo em seguida para Arthur e John que estavam no banco de trás - Ótimo, então vamos.

- Aliás, você não me disse aonde estamos indo? - Perguntei.

- Feira - Ele olhou pra mim com aquele olhar sínico, quando está preparando uma surpresa.

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- Arthur, você deveria cortar seu cabelo, daqui a pouco ele vai estar maior que o meu. - Falei provocativa.

- Como você é exagerada, Amy. Mas já deixo como aviso - Falou apontando o dedo para todos no carro - Ninguém, eu repito, ninguém, toca no meu cabelo, estão me escutando? - Houve um balançar conjunto de cabeças. - Ótimo, e a propósito, pra onde a gente tá indo? A estrada da feira é pro outro lado, Thommy.

- Já estamos chegando, falta alguns minutos - Disse Thomas concentrado na estrada.

Logo mais aparece um campo esverdeado, tinha um acampamento a beira do rio, havia belíssimos cavalos também. Thommy estaciona perto de uma carroça, e nós saímos de dentro do carro.

- Prestem atenção e fiquem atentos - Thommy falou se virando pra gente, e logo depois olhou pra mim - Principalmente você, Lia.

- Achei que estávamos indo pra feira, Thommy- Falou Arthur.

- Temos negócios a fazer irmão.

- Que droga - Disse John - Eles são da família Lee - Falou olhando para os homens a beira do rio.

- Mas que porra, Thommy - Arthur falou exaltado - Somos inimigos deles, o que a gente tá fazendo aqui? - Thomas ignorou ele, e começou a andar.

- THOMMY - Gritou um homem vindo em nossa direção.

- Jhonny Dogs - Thomas respondeu.

- Thommy, que bom reencontrar você amigo - Disse o cara de braços abertos, apertando a mão de Thomas - Achei que você fosse importante demais pra sair da cidade.

- Eu precisava espairecer. - Falou sorrindo.

- Estou viajando com os Lee agora.- Comentou Jhonny.

- Eu soube, eu preferia viver com os porcos, do que conviver com eles. - Disse Thomas.

- Ei, sem brigas - Jhonny Dogs respondeu - É a sua primeira feira desde que voltou da França?

- E o que você sabe sobre a França? Seu cigano medroso desgraçado - Thomas respondeu irônico - Então esse é o cavalo.

Havia um cavalo branco perto da carroça, ele era magnífico. Thomas se aproximou dele, e começou a inspecionar a sua musculatura, patas, pernas e focinho.

- E esse é o carro - Johnny Dogs falou inspecionando o nosso carro.

- Espera um pouco - Eu disse já imaginando o que estava acontecendo - Você vai trocar o nosso carro, por um bendito cavalo, Thomas?

- Claro que não, isso seria ridículo - Disse Jhonny Dogs, passando entre a gente e indo para perto do cavalo.

- Vamos apostar na moeda - Falou Thommy, então os dois jogam a moeda, e quando elas caem no chão, ambos se abaixam, e olham o resultado dessa palhaçada masculina. Logo se levantam, cospem em suas mãos, como forma de respeito, e apertam a mão um do outro, depois Thomas entrega a chave do carro pra Dogs.

- Eu sabia, eu sabia! - Arthur fala irritado.

- Thomas, seu idiota desgraçado - Falei indignada.

- Calem a boca os dois, eu ganhei, prometi pra Jhonny que se ganhasse, deixaria ele dar uma volta no carro - Respirei aliviada. Então ouvimos risadas, olho pra frente e vejo os homens do rio, Thomas também percebe, e se vira pra eles - Ei, estão rindo dos meus irmãos? - Falou sério, indo em direção até eles e os peitando.

- Calma, Thommy! - Dogs correu até ele, e o parou ficando em sua frente - Você não quer iniciar uma guerra sangrenta aqui - Depois se virou pros idiotas - Parem já com isso, o avô deles era um rei, ouviram? O avô deles era um rei cigano - Então nos viramos pra ir embora.

- É, mas a mãe deles era uma cigana vagabunda - Disse um dos homens - Quem garante que essa aí - Falou me olhando - Também não seja?! Na verdade, a gente pode pagar bem por alguns minutos na nossa carroça gracinha - Os outros voltaram a rir.

Nessa hora tudo parou, aquilo me causou um ódio profundo. Minha mãe, foi a mulher mais incrível que eu já vi na minha vida, ela fez de tudo por nós, só deixou de cuidar da gente quando adoeceu, e logo em seguida veio a falecer, mas antes? Ela era quem estava sempre disponível, a nos dar amor, carinho e educação.

Não notei quando ou como, mas de repente, eu estava em cima de um deles, rasgando a sua cara, com a navalha que ficava na boina de Finn, não lembro como peguei rápido da cabeça dele, mas eu já estava cortando o sujeito, ele gritava, mas eu não parei por aí, quando vi seu rosto todo ensanguentado, voltei meu olhar pra baixo, e pisei em suas partes íntimas, eu estava de salto, deve ter doído bastante. Não me importo. Olhei pro lado e vi meus irmãos fazendo o mesmo que eu, com excessão de Finn. Eles mereceram, ninguém fala mal da matriarca falecida da família Shelby, é uma questão de honra, defender a sua memória.

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