Nós & Vinte e Oito Patinhas || Chanmin

⊱⋅ ─ Capítulo 06

CAPÍTULO 06
CONVERSA ENTRE ÔMEGA E ALFA

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ㅡ Oh! Banggie, você finalmente chegou! ㅡ Seungmin esboçou um enorme sorriso ao ver o companheiro entrar no quarto, deixando o livro que lia ao seu lado na cama ㅡ E então, como foi na cachoeira? Deu tudo certo?

ㅡ Hm. Sim. ㅡ Balançou a cabeça, começando a desabotoar os botões de sua camisa ㅡ Foram encontradas quatro cercas quebradas nos fundos do terreno, por isso, uma parte do gado conseguiu fugir e só agora consegui chegar em casa; estava ajudando os peões a consertá-la.

ㅡ Oh! ㅡ Entreabriu os lábios, abaixando o olhar e começando a brincar com os dedos das mãos ㅡ Pensei que estava demorando, porque queria evitar chegar em casa e me encontrar acordado.

ㅡ Hm. ㅡ Negou fracamente com a cabeça, se sentando na beirada da cama para tirar suas botas ㅡ Você fez o que pedi mais cedo?

ㅡ Sim. Descansei praticamente o dia inteiro, banggie. ㅡ Afirmou, comprimindo os lábios e acenando com a cabeça ㅡ Ah! E como não sabia quando iria chegar em casa, pedi que um empregado trouxesse nosso jantar para o quarto. Está ali na mesinha.

ㅡ Você ainda não jantou? ㅡ Questionou-o com um tom sério, parando de abrupto ㅡ Seung-

ㅡ Não se preocupe. Não estou com tanta fome assim. ㅡ Suspirou em receio, intercalando o olhar entre as costas do maior e suas mãos ㅡ Er..

ㅡ Seungmin, você sabe que não pode ficar sem se alimentar, principalmente, porque está grávido! Fará mal para o bebê!

ㅡ Ya! Como quer que eu tenha ânimo para comer, se continua me tratando dessa forma? ㅡ Questionou-o um pouco alto e entredentes, prendendo o lábio inferior entre os dentes para conter a vontade repentina de chorar ㅡ BangChan, nos últimos dois dias venho fazendo o possível para ganhar uma mísera atenção sua. 'Tá! Eu já entendi que errei!

ㅡ Seun-

ㅡ Já pedi desculpas; já tentei conversar; já repensei minhas atitudes; já chorei e você continua me evitando! Até mesmo nosso filho! ㅡ Continuou, sentindo lágrimas se acumularem em seus olhos ㅡ Eu já entendi! Agora, para com isso! Por favor!

Ponderando por alguns minutos em silêncio e escutando o barulho de choro do ômega, o alfa, depressa tirou suas botas e deixou-as espalhadas no chão, tomando iniciativa para se levantar dali e rodear a cama, sentando-se ao lado do menor e tomando-lhe uma de suas mãos ㅡum tanto trêmulasㅡ para si; estava inseguro.

ㅡ Me perdoe. Sei que cometi um grave erro com você agindo desta maneira, mas, tente primeiro escutar o meu lado. Estava perdido em mim mesmo. ㅡ Confessou em um tom de voz angustiado, encarando diretamente nos olhos do ômega ㅡ Seungmin, ouvir aquelas palavras vindo de você, foi mais doloroso do que sentir uma adaga sendo fincada ¹ no meu peito seguidas vezes. Era como se a culpa de estarmos juntos, fosse totalmente minha.

ㅡ Não foi isso que eu quis diz-

ㅡ Ah, foi. Foi isso que você quis dizer. ㅡ Interrompeu-o, observando o menor abaixar a cabeça e engolir em seco ㅡ Já conversamos sobre isso diversas vezes e sabemos que não temos culpa, quer dizer, além dos nossos pais.

ㅡ Me desculpa. ㅡ Pediu mais uma vez.

ㅡ Seungmin, pare de me pedir desculpas. Nós dois erramos, essa é a verdade. ㅡ Suspirou rendido, negando fracamente com a cabeça ㅡ Nesses últimos dois dias, acabei tomando esse problema apenas para mim e deixei que minha raiva acabasse descontando em você e no nosso filho. Me perdoa.

ㅡ Como você mesmo disse, nós dois erramos. Precisamos nos auto-perdoar. ㅡ Comprimiu os lábios, erguendo o olhar na direção do maior ㅡ Você me perdoa? Prometo jamais repetir aquelas palavras.

ㅡ Só se você me perdoar por ter lhe evitado nesses últimos dois dias. ㅡ Sorriu anasalado, inclinando a cabeça para o lado ㅡ E então?

ㅡ Eu te perdoo. ㅡ Sorriu.

ㅡ Eu também te perdoo. ㅡ Acenou com a cabeça, aproximando-se para mais perto ㅡ Agora, que tal um beijinho para findarmos ² ainda mais o nosso perdã-

ㅡ Não. ㅡ Franziu o cenho, cruzando os braços em frente ao corpo e empinando o nariz ㅡ Estou chateado.

ㅡ Ah! ㅡ Exclamou em voz baixa, balançando fracamente a cabeça ㅡ Nem mesmo um beijinho na bochecha?

ㅡ Não.

ㅡ E na pontinha do nariz? ㅡ Aproximou-se um pouco mais para perto ㅡ Hm?

ㅡ Não. ㅡ Desviou o olhar, sentindo os chutes do bebê aumentar de repente ㅡ Yah! É sério que você está do lado desse alfa boboca? Hm?

ㅡ Viu? Ele aprova meus beijinhos. ㅡ Sorriu arteiro, negando fracamente com a cabeça ㅡ Aigoo! E que tal um beijinho na testa?

ㅡ Não quero. ㅡ Franziu ainda mais o cenho, sentindo o chute do bebê aumentar outra vez ㅡ Não adiantar, bebê. Não vou ceder as vontades dele.

ㅡ Nem mesmo com um beijinho no cangote? Hm? ㅡ Arqueou a sobrancelha, percebendo as bochechas do ômega ficarem roseadas ㅡ Ahá! Te peguei!

ㅡ Ya! Nem venha com essa ideia. ㅡ Recuou um pouco para o lado, usando a barriga como barreira entre ambos ㅡ Na última vez que fizemos, fiquei com dores nas pernas por dois dias.

ㅡ Whoa! Mas foi você quem disse que queria cavalgar no meu-

ㅡ BANGCHAN! ㅡ Ralhou, estapeando seu braço ㅡ Nosso filho está acordado, sabia?

ㅡ Desculpa, bebê. ㅡ Sorriu arteiro, mas logo franzindo o cenho ao escutar o barulho grotesco no estômago do ômega ㅡ Yah! Você precisa comer.

ㅡ Não estou com fo-

ㅡ Está. ㅡ Disse sério.

ㅡ Não estou. ㅡ Rebateu.

ㅡ Está. Pare de teimosia.

ㅡ Ya! Não estou. ㅡ Revirou os olhos.

ㅡ Seungmin, se você não se alimentar, vou voltar a agir como nos últimos dois dias. ㅡ Ameaçou com um falso tom sério, levantando-se da cama ㅡ Você quer isso? Hm?

ㅡ Não. ㅡ Retraiu o olhar, comprimindo os lábios ㅡ Não quero, banggie.

ㅡ Ótimo! Chegamos a um acordo. ㅡ Sorriu ㅡ Está na hora de alimentar meus dois bebês.

ㅡ Hm? O que? ㅡ Franziu o cenho, arregalando os olhos ㅡ Estou grávido de dois bebês?

ㅡ Aigoo! Não. ㅡ Negou com a cabeça, exibindo um sorriso ladino nos lábios ㅡ Estava falando de você e do nosso bebê.

ㅡ Sinceramente, BangChan..

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[1] Fincada: pregar, cravar, implantar.

[2] Findarmos: ter como realizado; concluir.

Sobre a questão do "conflito" entre os dois personagens, remete-se ao casamento arranjado; muito comum para a época.

ㅡ> O casamento arranjado é um casamento em que a iniciativa de selar a união não parte dos noivos, e sim de seus pais, ou outra pessoa responsável. Na maioria das vezes, faz-se uso de um(a) profissional, o casamenteiro(a), para encontrar um parceiro ideal.

O casamento arranjado é um costume que data já dentre as primeiras tribos humanas.

Prática muito comum no passado recente, era feita muitas vezes por motivos políticos ou financeiros dos pais. É comum na história, ocasiões onde reis casavam seus filhos com filhas de nobres vizinhos, ou até mesmo de um inimigo, para celebrar uma alianças entres os reinos.

O casamento arranjado persiste até hoje em algumas sociedades, notadamente na Índia e em países de regiões adjacentes. Atualmente as expressões love marriage (casamento por amor) e self-arranged marriage (casamento autoarranjado, quiçá uma expressão socialmente menos confrontacional e, daí, menos estigmatizante), utilizadas na língua inglesa mesmo, são reconhecidas praticamente pela maioria das pessoas, dada a modernização progressiva da sociedade indiana.