Capítulo 10

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Depois da conversa com o pai, Elizabeth se sentia revigorada, como se um peso enorme saísse de suas costas e agora ela se sentia pronta para lutar contra qualquer coisa, pois o seu pai estava ao seu lado e seu apoio era a melhor coisa do mundo.

Ela sobe para o quarto e resolve passar parte do seu tempo fazendo uma das coisas que mais amava. Ela coloca sua Playlist mixada com algumas bandas favoritas de rock dos anos 80, essas eram algumas das muitas bandas que gostava então ela coloca em um som baixinho e pega o livro "Caixa de Pássaros" que ganhara de Do-Yon antes da viagem, senta-se sobre o acento da janela admirando a linda vista do seu quarto e mergulha na leitura.

Ela estava tão envolta na história que nem se dera conta de que havia se passado tanto tempo. O clima na casa estava pesado e ela não desceu para o almoço, ficando sentada naquela posição sem ser incomodada por suas irmãs ou pela mãe, que estavam envolvidas demais em seus dramas particulares para se preocuparem com ela.

A tarde já estava acabando e a pouca luz em seu quarto acaba por retirar Elizabeth de sua concentração. Ela sente o estômago reclamar por comida e lembra que não comeu nada o dia inteiro. A casa ainda estava barulhenta, pois Ayla exclamava a falta de sorte que tivera e ela se pergunta se valeria a pena descer as escadas e aturar as reclamações da mãe enquanto procurasse qualquer coisa para comer.

Da porta de seu quarto, ela escuta o barulho e conclui que Jane finalmente havia chegado em casa após um dia de trabalho, ela não costumava ficar no horário da tarde, mas era final de período letivo e as férias de verão estavam prestes a começar, então ela teve que ficar para uma reunião pedagógica e só agora conseguiu chegar em casa.

Lydia e Kitty não haviam ido à escola para cuidar de Ayla que estava em uma de suas crises de nervos. Elizabeth se enche de coragem e estava prestes a descer as escadas em busca de algo para comer, quando se depara com Jane e acaba sendo puxada de volta ao quarto para conversarem.

- Nossa, Lizzie! Eu não fazia ideia dos planos da mamãe.

- Ninguém fazia, parece que as únicas que sabiam eram Lydia, Kitty e a Sra. Lucas. Agora ela está sem falar comigo.

- Não fique com raiva da mamãe. Ela se preocupa muito com a nossa felicidade e para ela, só o casamento é capaz de fazer uma mulher feliz.

- Eu a entendo completamente, Jane. Eu não sou contra o casamento e acho que ele pode, sim, trazer muita felicidade, para quem deseja se casar, o que não é o meu caso.

- Você não deseja se casar? Nunca?

- Não! Eu não pretendo me casar, nunca. Não quero ninguém me tocando ou esperando que eu o me esforce para fazê-lo feliz. Não suporto esses relacionamentos cheios de dramas e dependência emocional mascarado por romantismo. Eu não vou passar minha vida me sentindo responsável pela felicidade ou frustração dos outros.

- Você fala de um jeito... - Disse - Um dia você vai se apaixonar perdidamente e vai querer se casar para pagar a sua língua.

- Estou determinada a não me envolver com ninguém, a menos que seja atingida por esse amor avassalador que você tanto fala. Como não acredito que isso acontecerá algum dia, ficarei feliz em ser uma tia que vai amar muito seus sobrinhos e ensiná-los sobre as coisas da vida.

- Pois estou certa de que acontecerá - Disse sorrindo - E você já quis se casar uma vez... Quem sabe, esse desejo não volta.

- Eu era uma criança idiota! Não vou mudar de ideia - Disse - Mudando de assunto, o que rolou com o Charles ontem? Vocês me largaram na casa da Suzana sozinha com aquele homem horrível e ainda tive que trazê-lo de volta para casa, enquanto escutava ele insultando a Little Baby.

Orgulho e Preconceito: Primeiras ImpressõesOnde histórias criam vida. Descubra agora