Capítulo 27

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Elizabeth estava uma pilha de nervos para essa entrevista. Sabia que não teriam muitas vagas para o estágio e ela havia apostado todas as cartas para ter aquele emprego. Precisava daquele emprego para pagar suas contas sem mexer no dinheiro deixado pelos avós ou mesmo pedir ajuda ao seu pai, o que estava fora de cogitação. Era crucial para ela, pagar suas contas e se manter estudando e caso não conseguisse, teria que mudar todos os seus planos e arranjar qualquer emprego para se manter enquanto enquanto planejava os próximos passos. Bom, se tem uma coisa que Elizabeth Bennet não faz, essa coisa é desistir. Isso estava fora de questão, então restava usar todas as cartas para conseguir esse bendito estágio.

- Você vai vestida assim? – Pergunta Jane

- O que tem de errado com minha roupa?

- Não acho que jeans seja o ideal para uma entrevista de emprego... Lizzie, você tem peças incríveis no seu guarda-roupas e vai vestida como se estivesse indo ao mercado?

- Também não precisa esculachar.

Jane vai até o guarda-roupas de Elizabeth, procurando algumas das peças que a irmã mantinha ali. Havia uma variedade de roupas que serviriam para eventos muito elegantes, assim como peças casuais que serviriam para o dia a dia. Alguns dos looks foram organizados pelo amigo, contado com sapatos e acessórios. Ele sabia da dificuldade da amiga e preparou um manual elaborado com possíveis misturas e combinações entre cores e peças. Até uma criança conseguiria fazer um look incrível com base no manual, então ela sabia que acertaria fácil

- Você precisa se vestir muito bem aqui. Você vai estar em um ambiente de trabalho em que as pessoas se vestem bem para estar apresentáveis o tempo inteiro. Infelizmente, muita gente leva em consideração, a aparência e a apresentação das pessoas para dar credibilidade ao que elas estão fazendo. Por isso é tão importante saber escolher bem as roupas que pretende usar conforme cada ambiente.

- Nossa, Jane... não conhecia esse seu lado superficial

- Não é isso, irmã. Você sabe que não julgo ninguém pela aparência, mas esse é o mundo e não podemos nos deixar prejudicar por algo tão idiota como uma roupa. Me diz, vale a pena perder a oportunidade porque as pessoas são bobas e preferem acreditar na primeira impressão?

- Sei que não vale, mas é chato ter que se arrumar para os outros. Acho que as pessoas precisam mudar essa visão fútil e passar a ouvir antes de julgar. Certo que uma roupa legal pode ser bom para autoestima, mas tem que ser algo que parte de você e para você e não por causa do julgamento dos outros.

- Então se arrume por você. Vamos, escolha a roupa que você mais gosta. Uma que eleve sua autoestima e te faça sentir bem consigo mesma

- Não é que eu não goste... na verdade eu gosto muito de tudo aqui. Segundo o próprio Louis, todas as peças foram criadas ou escolhidas conforme a minha personalidade, mas quando visto essas roupas, me sinto como uma copia da Anne Hathaway em o Diabo Veste Prada – disse, fazendo Jane dar uma gargalhada – É sério. Ele fez umas coisas lindas demais. Mesmo tendo se inspirado na minha personalidade, não acho que eu seja assim, essa pessoa glamurosa e chique. Até usei quando estava na França, mas ai voltei pra casa e vesti minhas antigas roupas... não sei se combino com essas coisas não

- Lizzie, você gosta das roupas?

- Claro que sim

- Então não se importe com mais nada. Apenas vista-se com o que há de melhor e o resto você se acostuma. Se te ajudar, pensa que é uma forma do seu amigo estar com você nesse momento importante da sua vida. Sei que leva nossos avós com você, exatamente por esse motivo - fala olhando para o colar no pescoço de Elizabeth e se volta para a gaveta ao lado, recolhendo um objeto - Sei que vai ajudar se, de alguma forma, tiver pessoas que te amam ao teu lado. Por isso eu quero que leve minha pulseira da sorte com você também - retira o delicado objeto, prendendo do pulso da irmã

Orgulho e Preconceito: Primeiras ImpressõesOnde histórias criam vida. Descubra agora