Capítulo 4

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A festa estava incrível e as pessoas pareciam se divertir, principalmente as gêmeas Lydia e Kitty que não paravam de dançar e flertar com os garotos da escola. Jane observava a cena com certa preocupação pelas irmãs. Nessas horas, Elizabeth fazia mais falta, pois ela sempre tinha alguma ideia para intervir na situação.

Elizabeth era uma nuvem que se formara recentemente na cabeça dela. Por mais que entendesse o desconforto da irmã por está cheirando a café e aparentemente precisando de um banho e uma noite de sono, ela sabia que Lizzie amava aquela festa e não sairia da presença dos amigos assim tão de repente.

Elizabeth era sempre animada e gostava de fazer suas análises da situação, sempre com bom humor. "Sou uma grande observadora do caráter humano", era o que ela gostava de falar e de fato, sempre estava tentando entender as pessoas e desvendar os mistérios do comportamento humano. Mas ela nunca fugia das coisas...

- Um doce pelos seus pensamentos – sussurra Charles em seu ouvido, trazendo Jane de volta – gostaria muito de saber o que os anjos costumam pensar.

- Estava pensando em Lizzie. E, eu não sou um anjo!

- Não é o que me falaram.

- O que te falaram? E quem o falou?

- Todas as pessoas dessa cidade, pelo menos as que tive o prazer de conversar. Todos falam muito bem de você, Jane! Parece que você é uma daquelas raras pessoas fáceis de conviver e de... se apaixonar.

Essas últimas palavras deixam Jane um tanto desconfortável e seu rosto rosado a entrega.

- Não sou assim tão fácil de se apaixonar – essa palavra incomoda um pouco e mesmo sabendo que não foi essa a intenção de Charles, ela sente um nó no estômago ao ouvi-la – mas e você? Me conta um pouco sobre você. O que gosta de fazer?

- humm... deixa eu pensar... são tantas coisas, mas eu acho que minha atividade favorita é viajar. Gosto de conhecer pessoas diferentes, histórias, cores e paisagens diferentes. As novidades são sempre encantadoras. Mas e você? O que você mais gosta?

- Então é um aventureiro! – disse – Bom, Eu sou professora em uma turma de crianças. Eu adoro crianças! Me encanta a forma como esses pequenos enxergam o mundo a sua volta, como eles conseguem superar a dor dos machucados e continuar brincado. Eu... amo a doçura delas.

A fala da moça deixa Charles ainda mais encantado, vendo como seus olhos brilhavam ao falar dos pequenos. Ele enxergava nela algo diferente, mais doce do que já vira em qualquer outra pessoa, além de seu pai.

Eles conversaram mais um pouco e logo retornaram a pista de dança para aproveitar o resto da noite.

...

A noite estava mais escura do que os olhos de Elizabeth estavam acostumados. Ela caminhava em direção oposta a festa e a cada passo se ouvia mais distante o som da agitação das pessoas dançando e conversando em meio ao show que não estava tão perto de acabar. Uma brisa fria alcança seu rosto, fazendo-a fechar os olhos e respira profundamente se permitindo sentir todo o frescor do ar puro do campo e o frio que a envolvia.

"Nenhuma cidade grande pode me dar isso"

A noite estava linda e o céu, mesmo em meio a escuridão, exibia algumas estrelas. Ela encarava aquelas estrelas projetadas acima da copa das arvores que balançavam levemente, trazendo uma paz interior que ela nem ao menos sabia que precisava.

Apesar da distância, caminhar sozinha lhe faria bem e era o que ela queria e teria feito, não fosse a insistência de sua amiga Charlote, que apareceu de repente, oferecendo uma carona para levá-la até as proximidades da fazenda. No início ele resistiu, mas a insistência da amiga acabou vencendo.

Orgulho e Preconceito: Primeiras ImpressõesOnde histórias criam vida. Descubra agora