Capitulo 15: mudança na sorte e no coração

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                                                  (31/08/2090,23:57 terra, Festa do casamento)

- a não sei, ela é fofa, mais não tenho certeza, a gente se conhece a tanto tempo, e... - essa ai não me convence que não quer ficar com a amiga, vamos acabar logo com isso

- não venha com desculpas querida, vou dar uma boa ajuda, qual o nome da sua amiga - pergunto, eu sabia já quem era, mas n tô com presa.

- Miranda - ótimo! tenho o nome.

- ei Miranda - falo puxando uma mulher meio bêbada, que está de crush na amiga de infância solteira, que uma análise da mente, já me comprovou estar a fim da amiga, então vai ser na velocidade - sua amiga - puxo a que eu estava conversando com. Ela estava vermelha como um pimentão - disse que te ama, e não como amiga, se entende o que eu quis dizer - e dou uma leve risada - eu estava tentando ajudar mas, ela não tava colaborando - a mulher me olha com uma reação que eu já tinha visto várias vezes, mas eu não era o foco dela, me aproximo do ouvido do pimentão que eu estava segurando - agora, não jogue a oportunidade fora - e um toque de magia pra acalmar a criatura - vai lá e viva porra - e dou um empurrãozinho, ela cai nos braços da Miranda, que agora parecia estar me ignorando, chame do que quiser, mas não é trapaça usar uma leve influencia, os cupidos fazem a mesma coisa, só são mais discretos.

E meia noite! o alarme do meu celular diz, sendo abafado pela música, e o bolo foi uma maravilha e um tiro no pé, mal consegui vinte casais, mas aquela cupido conseguiu vinte, num passo que eu quase perdi, e essas duas foram o empate... odeio admitir mas ela é boa.

Vou calmamente andando a varanda onde o acordo foi feito, a tranquilidade sendo nada mais que superficial, a esse ponto já me decidi, eu vou ter esse beijo, e vou tirar o batom dos lábios dela, nem que seja só um pouquinho, se bem que a esse ponto não me importaria que ficasse apenas no terno.... se mantenha calmo poha!

A boa e velha brisa do mar me acerta e me traz paz ao pouco que ainda preciso de esperar.

- então fiz vinte casais e você? - a voz doce acerta meu pobre coração descongelado.

- você não vai acreditar, mas fiz vinte e um - eu falo me aproximando dela, nem tentando esconder a mentira.

- você realmente vai mentir pra um anjo? - eu sorrio presas aparecendo, e crescendo um pequeno par de chifres negros.

- não estou errado, anjinho - no momento estava a um passo de distância dela.

- a é? - você vai entender logo o vinte e um - por que pelo que contei foram vinte também, como vamos resolver isso - ela tinha os braços cruzados.

- não sei - digo pegando o passo que restava, já alinhando ela com o parapeito, e como esperava ela recua um pouco, se apoiando no beiral, " o que ele vai faz..."", por lucifer como ela pensa alto! - o que você quer que eu faça? - ela fica vermelha, e agora que notei tinha uma mecha de cabelo querendo de rebelar, meu coração palpitava... a quanto tempo isso não acontecia? bom a última vez foi com ela... o nome que soa como mel na minha mente...

- você não está perto demais? - a anjinha fala nervosa, se ela não estivesse incrivelmente vermelha e a mente dela não estivesse imaginando coisas... ah por favor pense mais baixo...

- estou perto o suficiente - falo meio devagar, ajeitando a mecha rebelde do cabelo dela, tão macio quanto eu imaginava - se quiser que eu pare - me aproximo mais, passando meus braços com cuidado pelo quadril dela, sem nenhum impedimento - mas se eu ainda não estou vendo campos de fogo, acho que não tem problemas né? - meus olhos sem meu controle voltando as cores originais de âmbar cristalizado.

A resposta que recebi foi ela engolindo em seco.

- dica, siga seus instintos uma vez na vida - mal termino de falar, e ela já estava com os braços ao redor de meu pescoço, Deus, os olhos dela de perto são mais magníficos ainda, e os lábios, a essa distância, estava a todo meu controle para não me deleitar neles... mas ainda não - então eu...

E antes de eu terminar de falar já senti os lábios dela nos meus, eram macios como nuvens de algodão e doces como mel, a sensação do beijo era elétrica, mais do que eu já havia sentido em séculos, o mundo girava, meu coração morria e vivia de novo, pelo criador, essa anjinha beija bem demais!

Mas não fiquei um segundo atrás, e respondi o beijo, deixando ela ter um gostinho, da paixão mais forte, do amor mais poderoso, do mais quente e forte que eu já dei na minha vida, meu desejo, minha vontade, eu sabia o que queria normalmente, mas com ela, eu estava louco para descobrir, e eu deixei ela saber, deixei minha magia dançar, deixei as fagulhas feitas de brasa explodirem, deixei queimarem, deixei fluir para a pureza, não a manchando mas apenas a embelezando com chamas douradas e faíscas brilhantes.

O problema foi o se afastar, deixar a eletricidade pura da magia dela.. não... da energia dela se soltar de mim, o problema for deixar que ela ficasse longe mais um segundo, eu conheço o beijo dela, eu já o vi antes, eu já senti o mel puro e eletrizante, o mel mais perto de ambrosia que eu já havia provado, vindo de um nome que já rolou de minha língua a tanto tempo atrás como se fosse leve, lindo e magnifico, eu lembro, pelos deuses eu lembro o nome e sei dize-lo por Deus eu quero grita-lo! quero que o céu vá para o inferno e o inferno vá para o tártaro!

Por deus como eu me deixei esquecer desse nome, o nome da mulher que mais acertou meu coração partido e destruído, Beatriz como eu me atrevi a isso? por que eu fiz isso!

- vinte e um - a anjinha fala quando fica a uma distância - entendi agora - ela diz meio paralisada com meu beijo, a mente dela quieta.

- não é? - eu respondo com um maldito sorriso bobo no rosto, e possivelmente levemente vermelho como uma pimenta, ao menos fazendo jus a ser um demônio - explicado certinho?

O olhar dela por um momento, me fez crer que viria um tapa, ao invés disso um abraço

- você tem muita coisa para me explicar - ela diz meio confusa, meio alegre, com tantas emoções misturadas que me perguntava se mais um beijo ajudaria ela com isso.

- eu sei - lágrimas de sangue corriam no meu rosto - e não teve um dia que não me arrependi... eu ... - ela aperta mais o abraço, também chorando, as lágrimas meio que sem querer transformando meu terno numa cor branca.

- por que você se foi? por que.... - ela solta o abraço um pouco, e a ideia dela parar de me abraçar, me faz abraçar ela mais forte.

- porque eu não tinha escolha - eu falo sentindo minhas lágrimas pegarem fogo por um breve momento.

- eu achei que você... tinha morrido eu.... Augusto... eu - ela fala sem se mover muito, as lágrimas dela, me fazendo querer quebrar a cara de alguém, no caso a minha.

- sinto dizer, esse nome, é meio passado Bia - falo rindo um pouco - na época era um bom nome pelo fato de eu ter saído de Portugal.

- então do que eu chamo você? - ela pergunta rindo um pouquinho também, talvez mais nervosismo que outra coisa.

- Me chame do que quiser - digo soltando ela um pouco - contando que me chame - e pude sentir a dor das minhas lágrimas mudar e aos poucos e se tornarem água - eu... eu te.. - a palavra vinha e parava, até que eu respirei fundo - eu sempre te amei, e não importa o que aconteça - e então a beijei de novo, o beijo ecou profundo, e tão poderoso quanto antes, eu me afasto do beijo - e nada, nem ninguém vai tirar você de mim... ou eu de você - eu abraço ela forte no meu peito - e que o criador tenha piedade de quem o fizer.

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