46.1. Choque

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CARLA

Acordei na segunda vivendo num inferno. Essa merda nunca ia acabar? Já não bastava toda a dor de estarmos separados eu ainda precisava passar por isso?

Eu sai com esse cara mas não era nada do que todo mundo estava pensando. Ele me convidou pra sair pra falarmos sobre uma forma de ajudar na divulgação das suas ONGs.

Confesso que achei estranho ele marcar num restaurante tão intimista, mas fui mesmo assim porque era questão de trabalho.

Ele foi simpático e me tratou muito bem. Claro que percebi os flertes dele mas não respondi nenhum, eu só tentei ser simpática com uma pessoa que era comigo também.

Me filmaram num momento da conversa e pronto, o caos foi formado porque mais uma vez as pessoas deduzem o que querem.

Depois que terminamos de jantar ele me ofereceu carona até minha casa, mas achei melhor e mais seguro ir embora de uber sozinha mesmo.

Cheguei em casa e fui direto pro banho. Assim que volto pro quarto e me arrumo pra dormir pego o celular e como sempre estou acompanhando por aí vários videos nossos.

A distância tava dando porrada e a saudade tava matando. Decidimos nos separar mas eu já começava a me questionar se era a coisa certa a se fazer. Principalmente porque se fosse certo não doeria tanto, né?!

Enquanto estava navegando por aí recebi uma mensagem dele que não estava pronta pra ler.

Meu corpo inteiro tremia, minhas mãos soavam, o coração disparou no peito. Ele viu os malditos vídeos e também deduziu um monte de merda.

Que universo paralelo era esse??

Minha primeira reação foi ficar brava com ele, mas logo depois entrei em desespero mesmo. O choro veio fácil, e veio com tudo. Era uma profusão de lagrimas que me deixaram com a vista embaçada.Eu soluçava e gritava sentindo a dor consumir meu corpo.

Apesar de estarmos separados eu ainda o amava muito.

Durante minha crise de desespero minha mãe entrou no quarto me abraçando e tentando me acalmar.

Mara: Filha, calma! Me explica o que aconteceu. - ela me abraçava em desespero.
Carla: Mãe... eu perdi ele pra sempre mãe... - me agarrava a ela como se ela fosse minha salvação.

Ela conseguiu me acalmar depois de um tempo e acabei dormindo em seus braços. Acordei no outro dia e meu corpo todo doía. Meus olhos estavam inchados e minha vontade era de me afundar na cama e não sair mais. Mas eu não podia, eu tinha que trabalhar e trabalhar muito hoje.

Minha mãe foi meu suporte o dia todo. Eu só queria largar tudo e ir atrás dele, ainda mais quando eu liguei milhões de vezes e ele não me atendeu e não respondeu minhas zilhões de mensagens, simplesmente sumiu.

Me restou passar a semana toda acompanhando ele pelo twitter e pelo insta na tentativa de saber o que ele fazia da vida.

Na sexta veio a notícia que o Brasil não esperava, a morte da Marília Mendonça. Foi tudo tão rápido e sem sentido que me fez pensar no que estávamos fazendo da nossa vida.

Eu fiquei arrasada igual ao Brasil todo e decidi me recolher. Como tinha acabado meus compromissos em São Paulo decidi voltar pro Rio correndo.

Assim que chegamos lá deixei mamãe em casa e fui direto pro prédio dele mas acabei tomando um banho de água fria. Seu Pedro, o porteiro que me conhecia, me avisou que ele não estava e tinha viajado.

Voltei pra casa desnorteada, onde eu ia achar ele?

Mara: Conseguiu filha? - ela chega na sala assim que entro em casa.
Carla: Ele não está aqui mãe... viajou! - meus olhos já estavam cheios de lágrimas - Eu tô com um aperto no peito, um sentimento ruim! Preciso encontrar com ele, ver o rosto dele... - ela senta ao meu lado afagando minhas costas.
Mara: Calma amor!
Carla: Não mãe, você não entende! - me levanto exasperada - Olha o que aconteceu com a Marília... da noite pro dia ela se foi... deixou um monte de coisa pra viver, um filho, um cara apaixonado por ela! - meu choro era intenso - Eu não quero esperar chegar esse momento pra pensar no que a gente podia ter sido, não quero perder ele! - paro no meio da sala a encarando NÃO ACEITO! - grito.
Mara: Se acalma Carla! - ela se levanta e me abraça - Vamos usar a cabeça agora! - ela me alcança meu telefone - Liga pra Thais e pergunta onde ele está.

Enquanto sento no sofá ela busca na cozinha um copo de água. Depois de me acalmar um pouco consigo ligar pra irmã dele, mas assim que ela atende as coisas desandam um pouco mais.

Carla: Thais, oi! - falo tensa.
Thais: Oi Carla! - ela responde fria.
Carla: Preciso de uma ajuda sua... - só escuto seu silêncio - Thais?
Thais: Oi, estou aqui...
Carla: Eu preciso saber onde seu irmão está! - falo desesperada.
Thais: Dessa vez não posso te ajudar Carla. - ela é incisiva - Ele não está bem e não quero piorar a situação do meu irmão.
Carla: Não Thais, por favor! - meu choro volta...
Thais: Desculpa, mas dessa vez meu irmão precisa de mim. - ela diz triste e desliga o telefone.

Olhei minha mãe ao meu lado e me joguei em seu colo...
Chorar era minha única opção agora...
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Oie,

Gente, deixa eu falar um negócio...
O outro post foi um desabafo meu de tudo que eu estava sentindo, eu precisava desabafar e foi aqui...
Doeu em mim mas agora tô melhor... e pelo menos por aqui as coisas vão melhorar rápido.

Confiem!

E ahh, a linha temporal dessa fic tá toda trocada de propósito, ok?!

Se vcs quiserem mais me deixem saber e comentem...
Volto só amanhã agora.

Beijinhooos💋
Rafa🦋
@ConduruRafa

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