58. 11 anos

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CARLA

11 anos. Esse foi o tempo que passei fora do Brasil vivendo minha vida da melhor forma possível. Depois do escândalo em que fui envolvida pelo meu ex marido preferi sair do país e recomeçar em outro lugar.

Danilo tinha me feito laranja de sua campanha e eu cai igual uma pata em todos os contos que ele me contava. Na época eu estava completamente arrasada pelo término repentino e catastrófico do meu relacionamento com Arthur que nem percebi.

Eu e Danilo nos casamos e dois anos depois eu saia do Brasil divorciada e com um bebê de colo. Ele nunca se importou com nosso filho e desde então a única pessoa responsável por ele era eu.

As vezes minha mãe viajava pra me ajudar, mas depois de tantos desencontros nossa relação ficou bem abalada e o máximo que eu pudesse evitar da intromissão dela eu fazia.

Então hoje, 11 anos depois eu finalmente voltava a pisar no Brasil. Fui convidada para estrelar uma série documental na Globo e depois de muito pensar achei que seria legal voltar. Eu sentia falta dos meus amigos, do meu país, do calor, de tudo.

Acabei comprando uma casa em um condomínio fechado na Barra, onde sempre morei. Era uma casa grande o suficiente para mim e Bernardo. Ele teria espaço pra correr e brincar tranquilo.

Matriculei ele numa escola bilíngue perto do condomínio, indicação da Pocah. Ele começaria na escola na próxima semana e apesar de toda a mudança ele estava feliz de estar perto da 'família' novamente.

1 SEMANA DEPOIS

Carla: Qualquer coisa você me liga, entendeu! - dizia enquanto dirigia em direção à escola.
Bê: Mãe, para! Vai dar tudo certo! - ele diz sorrindo. - Você tá mais nervosa do que eu.  - ele me olha sorrindo.
Carla: Tá certo! - paro o carro em frente à escola. - Vou tentar me acalmar. Mas qualquer coisa você me liga.
Bê: Tchau Mãe! - ele diz me dando um beijo e saindo do carro batendo a porta.

Alguns meninos do condomínio estudavam na mesma escola e ele já tinha se enturmado. De longe o acompanhei até que ele sumisse dentro dos portões da escola e segui meu caminho para os compromissos que me esperavam.

Um mês depois eu e Bernardo estávamos mais do que adaptados a nossa nova rotina. Minha mãe veio ficar conosco alguns dias e como sempre acabamos discutindo e ela foi embora mais cedo do que o esperado.

Ela insistia em querer decidir e mandar em todos os pontos da minha vida, inclusive em como eu criava meu filho. Há muito tempo não conseguíamos ter um relacionamento tranquilo.

Hoje eu estava na casa da Pocah me distraindo um pouco enquanto esperava a hora de buscar o Bê na casa de um amigo do condomínio.

Pocah: O que você tá achando? - ela diz bebericando a taça de vinho. - Tudo muito diferente?
Carla: Aaah... mais ou menos! - respondo depois de um gole. - A casa nova está sendo uma delícia, principalmente decorar tudo. - digo sorrindo. - O Bê está amando tudo, a nova escola, os amigos, a praia... eu fico feliz só de vê-lo feliz assim!
Pocah: E você? - ela pergunta séria. - Como você está se sentindo?
Carla: Tô bem amiga, juro! - digo abaixando a cabeça e respirando fundo. - Já passou muito tempo, as coisas mudaram.
Pocah: E o coração Dona Carla? - ela diz me cutucando de lado. - Desde que você se separou nunca mais me falou sobre nenhum carinha.
Carla: É porque não teve! - ela arregala os olhos. - Eu foquei total no meu filho...
Pocah: E... - ela diz me encarando.
Carla: E... e nada! - viro o resto do vinho e me levanto pegando minhas coisas. - Preciso ir buscar o Bê. Depois a gente conversa.

Abraço e beijo minha amiga e saio praticamente correndo dali. Assim que entro no carro respiro fundo tentando controlar sentimentos e pensamentos que estavam muito bem guardados e continuariam assim.

Dirijo em direção ao condomínio e paro em frente a casa que meu filho tinha enviado o localizador. Caminho pelas pedras do jardim chegando até a porta e toco a campainha.

Assim que a porta se abre meu coração dispara no peito e minha voz some. Flashs de anos atrás passam por meus olhos e pisco rápido sem entender se estava no passado ou no presente. Aqueles olhos que eu conhecia tão bem me olham com o mesmo espanto dos meus, estamos os dois sem palavras para a coincidência desse momento.

Carla: Ar.. Arthú?! - pergunto quase em transe.

Ele pisca rápido e me encara quase como se fosse um fantasma, o clima estranho só é rompido quando duas cabeças entram correndo pela sala.

Bê: Oi mãe! - vejo a cabeça dele virar de uma vez olhando meu filho e logo depois me encarando.
Matheus: Oi tia Carla! - encaro o garoto ao lado do meu filho e finalmente a ficha cai, eles eram iguaizinhos.

Volto meus olhos para ele e ficamos nos encarando sem saber o que dizer um ao outro.
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Oieee,

O fogo cruzado tá bem difícil né gente??
Eu tô tentando viu?! Mas nossa, tá foda!

Então vamos começar a imaginar um futuro porque o presente não tá dando... kkkkkkkk

Espero que gostem e comentem.

Beijinhooos💋
Rafa🦋

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