56.1. Tranquila

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MARA

Carla: Mãe! Mãe, acorda! - vejo Carla em minha frente estalando os dedos e sorrindo. - Tudo bem?
Mara: Oi?! - pisco os olhos focando seu rosto. - Oi!
Carla: O que foi? Você estava longe! - passo o olhos pela sala do apartamento dela e vejo todos os convidados da festa do Diego. Várias pessoas que conheci hoje e no canto da sala o novo namorado dela que nos encarava de uma forma estranha. - Mãe?!
Mara: Oi! Estou bem... - respiro fundo. - Um pouco cansada. Você se importa se eu me deitar um pouco? - digo me levantando com Chaplin no colo.
Carla: Claro que não! - ela me encara. - Você está realmente bem?
Mara: Sim amor, fica tranquila!

Deixo um beijo em seu rosto e me afasto indo em direção aos quartos. Hernane do canto me acompanha com os olhos e sinto um arrepio na espinha com seu olhar sobre mim.

Entro no quarto colocando Chaplin no chão e fecho a porta. Vou direto ao banheiro passar uma água no rosto. Aquilo foi um sonho? Uma premonição?

Volto ao quarto e me deito na cama relembrando tudo que eu 'sonhei' agorinha. Depois da minha interferência para a separação dos dois, ela sofreu calada e continuou o amando e ele depois de um tempo seguiu a vida e estava feliz. O mais chocante foi descobrir que durante todos aqueles anos ela continuou amando ele.

Isso ficou martelando na minha cabeça e quanto mais eu pensava mais percebia que poderia muito acontecer. Ela poderia viver uma vida infeliz por causa da minha interferência e insistência em que ela fizesse tudo que eu queria. Eu precisava conversar com ela antes de tomar alguma atitude.

Um tempo depois a casa está silenciosa e quando chego perto da sala vejo Carla conversando com Hernane perto da porta.

Carla: Não. Minha mãe não está bem e quero ficar com ela. - vejo ela empurrar ele de leve.
Hernane: Mas linda, eu posso dormir aqui. Você fica com ela o tempo que for e eu te espero no quarto. - ele abraça ela novamente e mais uma vez sinto um arrepio descer pela espinha. - Você não vai se arrepender.
Carla: Hoje não Hernane. Hoje vou ficar com minha mãe! - ela o empurra novamente e ele a solta nervoso.
Hernane: Você que sabe, quem perde é você!

Vejo-o sair batendo a porta enquanto ela observa e suspira. Onde eu estava com a cabeça quando achei que essa pessoa era uma boa escolha pra minha filha? Eles não tinham nada a ver...

Entro na sala chamando sua atenção, ela se vira tentando sorrir e nós encaramos por um tempo.

Mara: Todo mundo já foi? - ela desvia o olhar.
Carla: Sim, acabaram de sair. - quando me olha novamente seus olhos estão marejados. Em dois passos estou abraçada nela.
Mara: O que foi amor? - a aperto em meus braços. - O que aconteceu?
Carla: Nada mãe, vai passar. - ela se solta de meus braços e me encara.
Mara: Espera, vem cá. - a puxo pro sofá onde nos sentamos. - Me conta o que está acontecendo.
Carla: Não sei se posso... - ela me olha como quando era criança e fazia alguma coisa errada, tinha medo e tristeza ali e isso me quebrava.
Mara: Porque? - insisto e seguro sua mão para encorajá-la. Ela suspira e desvia o olhar antes de me responder.
Carla: Eu não consigo mais... - e então o choro que se segue é de rasgar meu coração. Era desespero e dor que eu via ali, muito causado por mim.

A abraço apertado enquanto embalo seu corpo e ela chora em meu colo. Ficamos assim longos minutos até ela se acalmar.

Mara: Tudo bem agora? - pergunto ainda abraçada à ela.
Carla: Uhum... - ela se afasta me olhando.
Mara: Então me fala o que está te machucando tanto amor. - suplico e na mesma hora seus olhos enchem de lágrimas novamente.
Carla: Tudo que está acontecendo. - ela leva as mãos ao rosto. - Eu não esperava o block, não esperava vê-lo com outra pessoa e nem que fosse doer tanto assim.
Mara: Você o ama? - a abraço novamente.
Carla: Muito mãe. - ela deita a cabeça em meu peito e nos encostamos no sofá. - Eu sinto tanta falta dele. - e ela recomeça a chorar.
Mara: Tudo bem amor, vai ficar tudo bem! - digo a acolhendo em meus braços.

Quando ela se acalma a convenço de tomar um banho e ir deitar. Assim que ela dorme me permito ficar algum tempo velando seu sono, pensando no que poderia fazer para reverter todo o sofrimento que causei à ela e acabo tendo uma ideia.

Saio do quarto fechando a porta com calma para não acorda-lá e busco meu celular mandando uma mensagem para a única pessoa que poderia me ajudar no meio desse caos.

Mara: Boa noite querido, desculpe o horário mas é uma emergência. Assim que puder me retorna, preciso muito falar com você!

Desligo o telefone e volto para o quarto dela me deitando ao seu lado. Deslizo uma mão por seus cabelos e sorrio vendo-a dormir.

Mara: Vai ficar tudo bem amor, fica tranquila.
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Oiee,

Gente como vcs são dramáticos! Eu achei que tava sofrendo, mas vcs conseguiram sofrer mais do que eu. Kkkkkkkkkk

A real é que não teria continuação pro capítulo 'Diferente', era pra terminar ali e ponto. Mas vcs choraram tanto e as meninas do @SAutorasCarthur ficaram me ameaçando daí não tive escolha, vai a continuação pra vcs.

Só que não consegui escrever tudo hoje, tô morta de sono, então dependendo do tanto de comentários eu volto amanhã.

Beijinhooos💋
Rafa🦋
@ConduruRafa

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