3.4. Família IV

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CARLA

Depois de descobrirmos da gravidez tudo parecia uma loucura. Como assim eu estive grávida por 4 meses e não sabia? Que maluquice!

Eu e Arthur saímos do consultório aquele dia chorando e rindo igual malucos. Assim que entramos no carro me abracei à ele e me permitir chorar, mas dessa vez um choro de felicidade.

Arthur: Um outro filho Cá? - ele me olhou sorrindo.
Carla: Não tô acreditando! - eu disse limpando o rosto - Cheguei achando que era câncer e sai com a melhor notícia das nossas vidas lindo! Imagina o que a Maria vai achar??
Arthur: Vamos embora! - ele já ligava o carro - Quero pegar ela logo e contar a novidade! Ela tem que ser a primeira a saber.

Fomos direto pra casa da minha mãe buscar nossa filha e não teve jeito. Dona Mara nos interrogou e não dei conta, cai no choro indo pro quarto pra fugir do olhar assustado de Clarinha enquanto Arthur acalmava nossa filha. Acabei contando a novidade pra minha mãe e juntas vibramos e choramos no quarto.

Quando fui pra sala novamente Clarinha se agarrou ao meu pescoço e não quis mais me largar. Fomos pra casa grudadas e ela acabou dormindo no meu colo. Assim que chegamos à coloquei em sua cama e fui direto pro nosso quarto tomar um banho. Arthur desceu pro escritório e foi resolver suas coisas.

Quando terminei fui em direção ao quarto de nossa pequena ver como ela estava mas Clarinha ainda dormia, então só a ajeitei e desci pra encontrar Arthur. Ele estava sentado no sofá da sala, tinha tirado a camisa e os sapatos e assistia a tv distraído. Sentei em seu colo e o enlacei pelo pescoço olhando diretamente em seus olhos.

Arthur: Como se sente? - ele me segurou pela cintura e sorriu.
Carla: Parece que a ficha não caiu ainda!
Arthur: Nem a minha... é estranho pensar que daqui poucos meses vamos ter dois bebês aqui em casa. - eu sorri.
Carla: Dois lindo?
Arthur: Ela vai ser sempre minha bebê! - ele me puxou pra mais perto sorrindo.
Carla: Como será que ela vai reagir? - deitei minha cabeça em seu ombro me aconchegando em seu corpo.
Arthur: Acho que bem amor. - ele beija minha testa e começa um carinho em minhas costas. - Ela sabe que é muito amada.

Algum tempo depois subi novamente para ver como ela estava e a encontrei sentada perto da cama brincando com suas bonecas. Era sempre assim, ela acordava e ficava ali brincando sem fazer barulho.

Carla: Oi princesa! - disse entrando no quarto e me sentando ao seu lado. Ela me olha e vem para o meu colo.
Maria Clara: Mama... - diz sentando em minhas pernas, deitando sua cabeça em meu colo e levando a mão ao meu peito. Era sempre assim.
Carla: Tudo bem amor? Dormiu bem? - dei um beijo em sua testa.
Maria Clara: Uhum. - ela diz fechando os olhos e levando o dedo a boca. Clarinha tinha começado a chupar o dedinho havia pouco mais de 1 ano e nem eu nem o pai conseguimos fazê-la parar ainda.
Carla: O que foi? Ainda tá com soninho? - acariciei suas costas.
Maria Clara: Não... quero a mama... - ela se aconchegou mais em meu corpo. Apertei mais meu abraço dando um cheirinho em seu pescoço. Eu amava fazer isso.
Carla: Meu neném tá dengoso! - comecei a dar uns beijinhos em seu pescoço e a escutei rir baixinho.
Maria Clara: Não mama! - ela se encolhe rindo.
Arthur: Foi daqui que pediram pipoca? - Arthur chega no quarto com um balde enorme de pipoca e senta ao nosso lado.
Carla: Huuum... olha filha! Papa fez lanchinho pra gente! - ela pula pro colo dele e ele me entrega a pipoca.
Arthur: Oi bebê! Dormiu muito? - ele segura seu corpinho e ela segura os dois lados de seu rosto lhe dando uma beijoquinha na boca.
Maria Clara: Uhum! - abraça o pai pelo pescoço e enrola as pernas em sua cintura deitando a cabeça no ombro dele.
Arthur: Ela é um coalinha igual a você! - ele me olha sorrindo. - Filha, mama e papa precisam conversar com você. Senta aqui um pouquinho. - ele disse sentando ela em seu colo. Ela olha dele pra mim chupando o dedo e fala.
Maria Clara: A Maria não fizo nada. - eu sorri.
Carla: Eu sei amor, é outra coisa! - fiz um carinho em seu rostinho e ela me olhou prestando atenção. - Lembra que falamos sobre ter outro bebê aqui em casa? - ela balançou a cabeça afirmando ainda me olhando.
Arthur: Então amor, agora tem um bebê aqui - ele estende a mão e toca minha barriga - a Mama está grávida. - ela encara nos dois e seus olhinhos se enchem de lágrimas fazendo os meus marejarem na mesma hora.
Maria Clara: Na barriga da mama? - ela desce do colo dele e nos encara. - E a Maria vai embora?

Na mesma era meu coração erra uma batida e encaro Arthur assustada.

Carla: O que?
Arthur: Não filha, como assim? - ele segura suas mãozinhas.
Maria Clara: É porque agora tem o bebê não precisa da Maria mais... - seus lágrimas escorriam finas pelo rosto - A Maria vai voltar pra casa antiga?
Carla: Claro que não! - meu rosto já estava banhado em lágrimas. Eu estava tendo um pequeno surto - De onde você tirou essa ideia?
Maria Clara: Na casa antiga da Maria... - a puxei para meu colo e a abracei apertado.
Arthur: Amor não... - percebi a voz dele embargada - Porque você acha isso? - ela se desprendeu do meu colo.
Maria Clara: A Maria não veio daqui... - ela disse tocando minha barriga - mas o bebê venho... e o Biel disse pra Maria que eles gostam só de quem venho da barriga!

Levei minhas mãos a boca tentando segurar o soluço que escapou. Arthur agarrou nossa menina chorando também e eu continuava em choque com o que ela tinha nos dito... Sabíamos de histórias de pessoas que devolviam crianças depois da adoção, mas ter certeza assim, com o relato de nossa pequena era muito chocante. Tentei controlar meu choro para que pudesse acalmar Clarinha que chorava abraçada a Arthur.

Carla: Amor... filha... olha pra mama... - ela virou o rostinho pra mim mas continuou deitada no peito dele que afagava suas costas. As lágrimas ainda desciam pelo rostinho vermelho do choro. - Você não vai sair daqui, ok? A mama e o papa amam você muito, mais que tudo na vida! - eu já chorava novamente. Cheguei mais perto dela e lhe dei um beijinho no nariz
Arthur: Você não veio da barriga da mama amor, mas veio de um lugar muito especial... - ela levantou o rosto do peito do pai o encarando.
Maria Clara: De onde? - ele limpou seu rosto sorrindo.
Arthur: Do coração do papa e da mama! - ela levou uma mãozinha até o coração dele e a outra ao meu.
Maria Clara: Daqui? - eu assenti com a cabeça - Mas como?
Carla: Porque a mama e o papa desejaram tanto você que o Papai do Céu deu um jeito de te colocar aqui antes da gente se encontrar amor... - ela me olhou atenta, coloquei minha mão por cima da dela - E quando você entrou aqui não saiu nunca mais.
Maria Clara: Verdade? - ela perguntou com esperança na voz que fez meu coração se quebrar um pouco mais.
Arthur: Sim princesa. - ele pegou a pequena mãozinha e beijou. - Papa não vai deixar você sair daqui nunca. Nem vai te devolver pra lugar nenhum. - Eu só assistia a cena chorando ao lado.
Maria Clara: Eu não quer ir embora. A Maria ama a mama e o papa muito. - ela abraçou nós dois ao mesmo tempo pelo pescoço. A peguei no colo ninando minha filha. Eu só queria protegê-la do que quer que fosse e não vê-la chorando nunca mais.
Carla: Você não vai embora amor! - comecei a distribuir beijos em seu rostinho - Você vai ser a irmã mais velha mais linda do mundo, vai ajudar a mama a cuidar, trocar fralda e dar mamadeira... você vai ter um irmãozinho! - a apertei no meu abraço e Arthur se juntou logo depois apertando nós duas.
Maria Clara: Mama jura? - ela me apertava com seus pequenos bracinhos - jura de dedinho? - ela saiu do nosso abraço e me estendeu o mindinho.
Carla: Juro de dedinho! - estendi o mindinho pra ela e apertamos os dedinhos. Ela sorriu e abaixou a cabeça até minha barriga. A surpresa foi tanta que meus olhos marejaram na hora. Arthur me abraçou de lado com os olhos marejados também e só ficamos ali observando nossa menininha. Ela então levantou minha blusa e sorriu acariciando de leve minha barriga.

Maria Clara: Oi! Tudo bem? Eu sou a Maria Clala! A mama e o papa contaram de você... a Maria já que te conhecer! Não demora tá! - ela disse e deu um beijinho na minha barriga. - Eu te amo! - depois ela subiu no meu colo, se aconchegou ali e fechou os olhinhos com o dedo na boca.

Eu sorri olhando pra Arthur e nós dois chorávamos. Tínhamos uma menininha linda e muito especial e esperávamos um baby que viria completar ainda mais nossa alegria. Não podíamos estar mais felizes! Ele me deu um selinho e deitei minha cabeça em seu ombro, ficamos ali um bom tempo só desfrutando da nossa família...
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Oiee,

Quando eu comecei a escrever sobre a família Diaz Picoli era aqui que eu queria chegar... chorei escrevendo? Chorei! 😢

Espero que vocês gostem desse capítulo tanto quanto eu gostei...🥰

Quem sabe a família não volta pra sabermos quem vem por aí... 🙈

Beijinhooos 💋
Rafa🦋

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