59.2 Padrinho

1K 101 58
                                    

CARLA

Arthur: O que você tá fazendo aqui?

Foi a pergunta que ele me fez assim que me viu.
Meu coração batia acelerado, quase me sufocando. Seu cheiro me invadiu alertando as borboletas no meu estômago. Que saudade eu sentia disso, dele...

Desde meu encontro com a Senhorinha no aeroporto não consegui parar de pensar um minuto nele, acreditei fielmente que aquele encontro tinha sido um alerta de Deus.

Mas agora aqui, em sua frente, vendo seu rosto me encarar com confusão e mágoa, fiquei sem palavras. O que eu diria a ele? Eu fui responsável pelo nosso fim, me afastei me preocupando com minhas feridas sem olhar pra trás, e agora estava eu aqui querendo o que? Uma segunda chance?

Carla: A gente pode conversar? - digo num fôlego só pra não perder a coragem.
Arthur: Conversar? Agora? - ele diz e percebo a raiva contida em suas palavras. - Acho que a nossa hora de conversar já passou Carla.
Carla: Arthur... - o que ele diz é um soco certeiro no meu coração. - Por favor. - sinto meus olhos começarem a marejar.
Arthur: Acho melhor você ir. - a indiferença dele é pior do que a ira. - Eu tô esperando uma pessoa.

Minha respiração acelera e já não consigo controlar as lágrimas. Eu não conseguia mais reconhecer o homem que eu amava ali e isso me destruiu.

Passei por ele correndo e entrando no elevador que ainda estava parado ali. O choro aumentou assim que entrei na caixa metálica e tenho certeza que ele ouviu meus soluços antes da porta fechar. Eu só queria ficar sozinha enterrada na minha tristeza até essa dor passar.
——————————————————————
ARTHUR

Vê-la ali na minha frente foi mais do que eu pude suportar. Meu coração estava acelerado e assim que ela me pediu pra conversarmos várias memórias dolorosas me atingiram em cheio.

Eu não queria passar por isso de novo e não ia.

Inventei uma história qualquer e vi em seu rosto a mudança que me quebrou. Eu a estava machucando igual ela tinha feito comigo tempos atrás, então porque não melhorava em nada o que eu estava sentindo?!?

Assim que ela passou por mim correndo entrando no elevador fechei meus olhos com força tentando controlar as minhas lágrimas, mas foi impossível assim que ouvi seus soluços.

Entrei correndo em casa deixando as sacolas no chão ao lado da porta e indo em direção ao sofá. Assim que me sentei Dummy se aproximou deitando a cabeça em meu colo.

Passei quase uma hora ali tentando entender o que eu sentia depois de vê-la daquele jeito. Mas nada do que eu pensava parecia ser certo, então decidi ligar pra única pessoa que me ajudava com relação à ela nesse tempo todo.

Padrinho: Fala Junior! - ele me atende animado.
Arthur: Acho que fiz merda! - falo de uma vez e escuto sua risada.
Projota: Quando você não faz?? - me permito rir um pouco com ele. - Carlinha? - ele pergunta e confirmo. - Me conta.

Dedico uns bons minutos contando a ele toda a história desde a garotinha do mercado até a saída dela daqui.

Arthur: E foi isso... - suspiro jogando meu corpo no sofá.
Projota: A menina chamava Maria Clara? - ele diz pasmo e não controlo o sorrisinho.
Arthur: Sim.
Projota: Caraca! - ele diz e suspira. - E logo depois você encontrou com ela ai na porta da sua casa? - confirmo mais uma vez. - E é sério que você não entendeu os sinais? - ele me pega de surpresa.
Arthur: O que? - me sento pensando no que ele falou.
Projota: Mano, se liga! - ele diz sério. - Qual a probabilidade de você encontrar com uma criança no mercado perguntando pela Carla, que chama Maria Clara e logo depois você encontrar com ela na porta do seu apartamento?? - me permito pensar em tudo e arregalo os olhos.
Arthur: Putz! - assim que exclamo ele gargalha. - Fiz merda?
Projota: Você ainda ama a baixinha, não adianta negar. E se te deram essa nova chance meu amigo, eu não deixaria passar. - suspiro fundo.
Arthur: O que eu faço agora? Acho que caguei tudo. - me levanto deslizando uma mão pelos cabelos.
Projota: O que você quer fazer desde que a viu? - na hora meu coração dispara, fico em silêncio por uns segundos pensando em tudo.
Arthur: Abraçar ela e implorar por uma nova chance. - ele gargalha mais uma vez.
Projota: Então vai atrás dela agora. - me viro indo em direção à porta. - E não esquece de se humilhar bastante. Depois de dizer que ia se encontrar com outra você vai precisar.
Arthur: Merda! - exclamo lembrando do que tinha dito à ela. - Obrigado... por tudo!
Projota: Não precisa me agradecer. - ele diz rindo. - Só resolve esse b.o. logo.

Desligo o telefone e em menos de 5 minutos estou parado na sua portaria.
——————————————————————

Oie,

Obrigada por todo o carinho e pelas mensagens, vcs quando querem alguma coisa são porreta! Kkkkkk...

Voltei mais cedo do que eu pensava só porque vcs comentaram muito e me deixaram feliz. 🥰

Vcs já sabem o que fazer e eu volto.

Beijinhooos💋
Rafa🦋

One Shots CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora