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Jimin

Beau Maxwell mora fora do campus com quatro colegas do time de futebol americano.

A casa fica a poucos quarteirões da minha, mas é muito maior e está lotada feito uma arena de hóquei em dia de jogo quando Jisele e eu entramos. Um hip-hop ensurdecedor ecoa do sistema de som, e vários corpos suados e quentes nos empurram à medida que seguimos casa adentro. Tudo o que posso sentir é cheiro de álcool, suor e água-de-colônia.

Parabenizo-me mentalmente por ter convencido Jisele a usar o suéter vermelho, porque, minha nossa, ficou incrível nela. O tecido é tão fino que acompanha cada curva maravilhosa do seu peito, e o decote… Cacete. Os seios dela estão praticamente saltando para fora, como se estivessem tentando sair e dizer oi. Não sei se está com um sutiã para levantar tudo ou se eles são mesmo tão grandes, mas, de qualquer forma, estão pulando feito loucos a cada passo que ela dá.

Várias pessoas vêm me cumprimentar, e há uma porrada de olhares curiosos na direção de Jisele. Ela se mexe do meu lado, obviamente deslocada.

Meu peito derrete mais que manteiga quando vejo o brilho assustado em seus olhos.

Pego sua mão, o que a faz olhar para mim, surpresa.

Levando os lábios para junto de sua orelha, murmuro: “Relaxa”.

Foi um grande erro me abaixar, porque o cheiro dela é fantástico. Aquele mesmo perfume adocicado de cereja com um toque de lavanda ou algo unicamente feminino. É preciso muita força de vontade para não apertar o nariz em seu pescoço e inspirar o aroma. Ou prová-la com a língua. Lamber e beijar a pele quente de seu pescoço até ela gemer. Cara. Estou ferrado.

Não consigo parar de pensar naquele beijo. Toda vez que a memória me vem à cabeça, meu pulso acelera e meu saco se contrai, e tudo o que quero fazer é beijar essa menina de novo e de novo.

O desejo avassalador, no entanto, é acompanhado por uma sensação esmagadora de rejeição. Porque, obviamente, fui o único afetado pelo maldito beijo. Se Jisele tivesse sentido alguma coisa, por mais leve que fosse, não teria enfiado a língua na garganta de Jin dois segundos depois.  Jin. Um dos meus melhores amigos. Mas ela não está aqui com Jin, está? Não, está comigo, e estamos aqui para fazer ciúmes em outro cara — por que  não  ceder à tentação? Pode ser minha última chance.

Por isso deixo um beijo suave na lateral de seu pescoço, antes de sussurrar: “Você vai ser o centro das atenções esta noite, gata. Sorria e finja que está gostando”.

Roubo outro beijo, desta vez no canto de seu queixo, e ela prende a respiração. Seus olhos se arregalam, e, a menos que esteja imaginando coisas, noto um vislumbre de calor neles.

Antes que possa interpretar o que estou vendo, um dos jogadores da defesa do time de futebol nos interrompe. “Park! E aí, cara, bom ver você!” Ollie Jankowitz se aproxima, me dá um tapa nas costas, e o contato balança todo o meu corpo, porque o cara é um gigante.

“Oi, Ollie”, digo, antes de acenar para Jisele com a cabeça. “Conhece a Jisele?”

Ele adota um olhar vazio por um instante. Então seus olhos descem até o decote, e um sorriso lento se abre por todo o seu rosto barbudo.

“Agora conheço.” Ele estica a mão imensa. “Oi, meu nome é Oliver.”

Jisele aperta sua mão, desajeitada. “Oi. Prazer.”

“Tem alguma coisa para beber neste lugar?”, pergunto a Ollie.

“Os barris de cerveja estão na cozinha. E tem várias outras coisas mais interessantes rolando por aí também.”

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