Epílogo

616 53 7
                                    

8 anos depois

A porta da frente foi fechada com um baque, como se tivesse sido empurrada com força mas não exatamente com violência. As mulheres na cozinha trocaram um olhar, mas nada disseram a respeito.

- Você vai ou eu vou? – Ally perguntou depois de alguns segundos.

- Eu vou, você cozinha melhor do que eu – disse Laurel ao largar a faca – Pode terminar aqui pra mim, Sara?

Sara estava muito ocupada fazendo cócegas na menininha no colo de Ava, Katherine, Katie como era chamada por todos, gargalhou e escondeu o rostinho no peito da mãe.

- Claro que sim, minha mulher vive agarrada com outra agora – Sara brincou ao fazer cócegas na filha mais uma vez – Não é? Você vive agarrada com a minha mulher, vive sim!

Katie, que era extremamente parecida com Ava, sorriu de forma sapeca. Os dois anos estavam com tudo.

- É minha mamãe.

- Perdeu Sara – Laurel decretou – É mamãe dela, não sua mulher.

- Já me acostumei com isso – Sara declarou ao se levantar – Depois da terceira eu só sigo o fluxo, nem quero ver a próxima.

Ava riu e ajeitou a filha no colo.

- Não vai ter próxima, fechamos a fábrica com ela.

- Ah que isso, amor... Fazemos bebês lindos!

Laurel revirou os olhos em brincadeira e as deixou na cozinha, não antes de insistir que Sara tomasse seu lugar na preparação do jantar, pelo menos uma vez na semana elas se reuniam para uma refeição juntas; sua irmã e cunhada se mudaram para uma casa na vizinhança assim que as gêmeas nasceram, as duas queriam criar as meninas com mais liberdade do que um apartamento oferecia, assim elas estavam sempre juntas e Laurel adorava isso.

Antes de ir até o quarto da filha mais velha, Laurel parou junto a porta de Clary para verificar o que estava acontecendo lá dentro e um furacão teria feito menos bagunça; havia brinquedos espalhados por toda a extensão do quarto, era praticamente impossível encontrar um pedaço do chão livre para pisar.

- Tudo bem aqui?

- Sim, mãe.

Clary a chamava de mãe e Ally se mamãe, assim como Riley passou a fazer para evitar confusão ao chamá-las quando estavam no mesmo cômodo, e Laurel não se importava.

- Tudo bem, tia Laurel – respondeu Lilly.

- Tudo bem – Luna ecoou a resposta da irmã.

Olhar para Lilly e Luna era como ver duas versões em miniatura de Sara; para Laurel era como se sua irmãzinha voltasse sempre que olhava para elas e, aos oito anos, eram tão capazes de causar destruição em massa quanto Sara naquela idade.

- Comportem-se, o jantar vai ficar pronto logo.

Dessa vez não houve resposta, as três meninas estavam muito ocupadas em brincar com as peças de lego e criar figuras que até o momento parecia algo indefinido.

Laurel as deixou e seguiu até o quarto da filha mais velha, bateu na porta e esperou um sinal de que podia entrar. Riley estava jogada de bruços sobre a cama de casal, um presente de Ally pelos recém-completos dezesseis anos, com a cabeça embaixo do travesseiro.

- Ei – disse suavemente – Como você está?

Uma resposta abafada que Laurel não entendeu.

- Vai ter que fazer melhor do que isso.

Fome de Loba (Fanfic Avalance)Onde histórias criam vida. Descubra agora