A conversa

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Laurel sorriu ao entrar no apartamento que dividia com Sara, pelo menos durante metade da semana quando não estava com Ally, e se jogou no sofá ao lado do pai enquanto a irmã vasculhava a geladeira em busca de algo doce. Eles tinham ido até o bar do Mick, tomaram algumas cervejas e assistiram o futebol enquanto conversavam sobre qualquer coisa que não fosse importante o suficiente.

Ainda era um pouco difícil deixar Ally e Riley, principalmente com a lua cheia há poucos dias de distância, mas sua namorada garantiu que ficariam bem e teriam uma noite do clube do livro. Laurel buscaria a menina no dia seguinte, levariam Nala para tomar vacina e teriam uma manhã animada, principalmente porque ela sabia que sua namorada não estaria nas melhores condições. Era o suficiente que Ally tenha feito tudo sozinha, com a ajuda e apoio de Ava é claro, todos aqueles anos.

 - Quando vou conhecer as namoradas de vocês? – Quentin perguntou quando Sara finalmente se sentou com uma barra de chocolates em mãos.

- Depois da lua cheia – Sara resmungou com a boca cheia – Elas tem planos para a noite também.

- Que tipo de planos?

- Reunião de família – Laurel se apressou em explicar – Nada demais, mas vai consumir algum tempo.

- Ok. E a garotinha?

Laurel sorriu. Ela sabia que o pai estava tentando, e depois de tantas conversas onde mencionava Riley, Quentin se acostumou a perguntar pela criança.

- Ela está bem, não fala mais sobre o sequestro, tem alguns pesadelos, mas a Ally acha que é normal.

- Ela está certa – Quentin suspirou – Queria poder fazer algo pra pegar o cara.

- Vamos conseguir – Sara tranquilizou o pai – Se ele aparecer, estaremos prontas.

- Ninguém mexe com nossos filhotes, sei bem como é; ainda me lembro de vocês duas quando eram pequenas, Sara teve pesadelos por semanas depois que vocês assistiram Poltergeist escondidas – Quentin sorriu com a lembrança – Bastava fechar a porta do quarto pra ouvir os passinhos dela no corredor, dormiu na cama da Laurel por quase dois meses.

- Eu me lembro disso – Laurel sorriu com a lembrança – Ela carregava um cobertor e o tubarão de pelúcia até a minha cama, e eu tinha que levá-la ao banheiro no meio da noite.

- Ei! – Sara protestou – Vocês dois estão proibidos de contar essas coisas pra Ava.

- Ah, querida, eu tenho milhares de histórias constrangedoras pra contar pra sua namorada.

- Está oficialmente decidido, você não vai encontrar minha namorada.

- Então, nesse caso, serei obrigada a contar – Laurel provocou a irmã – Incluindo episódios de treinar beijos no seu urso de pelúcia.

- Eu te odeio, Laurel.

Uma batida soou na porta no exato momento em que Laurel estava prestes a confirmar que Sara a amava demais pra confessar. Elas não estavam esperando visitas, e era totalmente irracional da parte dela, mas Laurel se perguntou se havia algo de errado com Ally e Riley; mesmo sabendo que a namorada ligaria ou mandaria mensagem se precisasse ela, uma parte dela esperou que algo tivesse acontecido.

Sara atendeu a porta com uma carranca no rosto, talvez pensando o mesmo que Laurel quanto a quem estava do outro lado.

- Mãe?!

- Sara. Como vai, querida?

Laurel respirou fundo ao ouvir a voz da mãe, ela estava adiando aquele encontro por tempo suficiente agora. Sara deixou Dinah entrar no apartamento e bastou um olhar para Quentin para saber que seu pai estava tão, ou mais confuso, do que ela; até aquele momento Quentin estava tentando intermediar a situação, evitando que Dinah aparecesse enquanto Laurel se adaptava à sua nova vida, e então teve toda a situação com Riley e aquele encontro estava apenas sendo adiado.

Fome de Loba (Fanfic Avalance)Onde histórias criam vida. Descubra agora