Adormecida durante o trajeto da viagem, Emma acabou sendo bruscamente despertada com a voz do cocheiro, gritando na janelinha:
– Srta. Dashwood, chegamos em Rosings. Gostaria de dar uma pausa para esticar as pernas ou tomar um ar fresco?
A garota abriu a sua janela e observou a vista da cidade, era exatamente como ela imaginava. Todos andam muito arrumados nas ruas e as residências são do nível de Windsor e Mansfield Park. Emma tentou tirar esses últimos dois nomes da cabeça, pois, senão, acabaria sentindo saudade.
– Não precisa parar, senhor.
O homem assentiu, e continuou seguindo o caminho. Emma ficou com a cabeça na janela, admirando a cidade e seus detalhes, parecia um lugar de primeiro mundo, até a padaria era bonita.
Quando Emma colocou seu rosto para fora, para observar uma raça de cachorro que nunca havia visto antes, tomou um susto com uma voz vindo da rua:
– Srta. Dashwood?
A garota se virou para ver de onde essas palavras vinham, e seu chapéu foi levado pelo vento.
"Droga", pensou. Emma ordenou que a carruagem parasse imediatamente e desceu para ir em busca do que era seu. Quando pisou no chão, notou que o seu chapéu estava nas mãos do homem que a chamou: Fitzwilliam Knightley.
– Sr. Knightley, que surpresa o encontrar aqui – disse a morena, sem jeito. – Pensei que ainda estivesse hospedado em Londres.
– Cheguei a pouco tempo. Acho que isso é seu.
De todas as coincidências do mundo, ela tinha que encontrar justamente com ele. Queria perguntar sobre o seu irmão, mas não achou apropriado, queria tirar Gerald da sua cabeça e mostrar que não se importava. Ela pegou o seu chapéu, e pensou que seria melhor ir embora.
– Está vindo ficar em Rosings, srta. Dashwood? – ele indagou, curioso.
– Na verdade, não. Estou de passagem, meu destino é Bath. Vou ficar na casa do meu irmão por um tempo.
– Então, ele se casou com a srta. Preston. Felicidades para eles, seu pai deve ter ficado feliz com a união.
Emma não entendeu se aquilo foi dito em tom de deboche. A garota, até então, não se esqueceu das duras palavras de Fitzwilliam em relação a sua família, acusando seu pai de interesseiro, no parque de Bridgerton.
– Todos da família estão contentes com essa união, é uma pena que vocês não puderam comparecer ao casamento.
O clima da conversa deles pareceu ficar desagradável após essa última frase de Emma. Fitzwilliam deu uma tosse seca, e resolveu mudar de assunto:
– Li no jornal, que sua tia esteve hospedada em Meryton. Tive a chance de ir a um concerto de seu marido, ele era muito talentoso. Meus pêsames para a sua perda.
– Eu nunca o conheci, para falar a verdade – Emma resolveu contar a novidade: – Mas, você sabia que a minha tia levou Anne para França?
– Não tinha ideia. Bom, deverá ser bom para a srta. Anne conviver com uma mulher mais íntegra e respeitável como a sra. March.
Emma novamente pensou que ele estava debochando de sua família. Seu pai também era íntegro, apenas um pouco indecente, sem querer. Fitzwilliam percebeu que estava a ofendendo inconscientemente, de novo, deu mais uma tosse seca, pensou que seria melhor mudar o rumo da conversa, mas a morena prosseguiu:
– Acho que já está na hora de partir. Foi um prazer vê-lo, sr. Knightley.
– Srta. Dashwood, espere.
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Desejo e Reparação
Lãng mạnA família Dashwood estava em estado de êxtase com a chegada precoce do filho, Charles, do exército. Jane Dashwood, a filha mais velha, era reconhecida por sua beleza estonteante, e estava intrigada com a visita do melhor amigo misterioso de seu irmã...