NO LIMITE
Era noite de quarta-feira eu estava no meu quarto estudando um pouco, tentando colocar o máximo de coisas em dia. Minhas matérias não eram muito difíceis, mas eu me conheço e se eu não fizesse isso agora, deixaria pra última hora; não que eu não desse conta, mas sempre que eu fazia isso me tornava um zumbi e perdia horas e mais horas de sono antes da semana de prova. Se eu adiantasse tudo agora não precisaria me preocupar muito na hora da verdade.
Estava concentrado na leitura de umas apresentações quando escutei alguém batendo na minha porta, ao passo que levantei a cabeça da tela do computador vi meu irmão parado na porta do meu quarto.
- Atrapalho? – Perguntou.
- Claro que não, Yago. Entra ai. – Disse colocando o computador de lado.
- Você estava concentrado nisso ai, porque eu bati umas dez vezes e você não me escutou. – Ele disse balançando a cabeça.
- Só estudando um pouco, você me conhece e sabe como gosto de deixar as coisas pra última hora. – Eu ri de mim mesmo.
- É genético isso só pode, porque eu faço a mesma coisa. – E ele começou a rir também.
- Isso é mesmo. – Concordei com ele. – Mas me fala, o que que você queria comigo?
- Nada de importante, mamãe mandou avisar que o jantar fica pronto em 20 minutos, e agora que você voltou pensei que eu podia te irritar um pouco. Ontem estava esperando você chegar, mas você passou como um trovão pela sala e não quis comer com a gente. Aconteceu alguma coisa?
Minha mente vagou de volta pra ontem à noite, pro momento que minhas mãos encontraram com a do Eduardo e o que eu senti. Eu tinha chegado em casa e ido direto pro meu quarto falando que não estava com fome e queria descansar, mas na verdade eu queria ficar sozinho, minha cabeça estava cheia de pensamentos e nenhum deles levava a terra prometida ou a solução da fome mundial, nada disso, eu estava reprisando o que eu senti quando toquei a mão dele.
Eu tinha prometido pra mim mesmo que não iria mais pensar naquilo, mas toda vez que minha mente se encontrava desocupada ela ficava repetindo aquele momento sem meu consentimento. Por isso eu resolvi estudar, pra manter minha cabeça longe de pensamentos que eu não devia estar tendo.
- Não, só estava cansado mesmo. Acho que ainda não me recuperei totalmente da viagem. Eu cheguei em um dia e no outro já estava na faculdade, não tive muito tempo pra descansar. – Menti pra ele. Eu não iria discutir isso com Yago, porque nem eu mesmo sabia o que era isso.
- Pensei que tinha acontecido algo entre você e a Marjorie. – Ele disse olhando pra baixo.
O tom de voz dele me disse que ele estava nervoso com alguma coisa e ele queria me contar mas não sabia como fazer isso. Ele balançava as duas pernas pra cima e pra baixo e passava a mãos pelas pernas. E eu ficaria mais que feliz em mudar o foco do assunto.
- Yago, tem alguma coisa que você quer me perguntar? – Perguntei genuinamente preocupado, mas também com esperança que ele não perceba minha sutil mudança de assunto.
Yago levantou o olhar até mim e me encarou decidindo se ele falaria mesmo o que estava passando pela cabeça dele. Ele estava numa batalha interna e realmente estava me fazendo rir a cara de preocupação que estava estampada no seu semblante, porque eu nunca o havia visto preocupado com nada. Não era típico de um garoto de 17 anos ficar preocupado daquele jeito.
- Como, como você sabe que gosta de uma pessoa? – Ele disse isso tão baixo que eu quase não escutei.
- Como assim gostar?
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Forbidden Love
RomanceO que se faz quando não se sabe mais quem você é. Depois de passar 2 anos em intercâmbio, Gabriel volta pra sua casa, sua família, sua velha rotina e claro sua namorada, mas nem tudo está como antes. Alguma coisa parece fora do lugar, ele não se sen...