Capítulo 12

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CORAGEM

No domingo a situação com meu pai não havia alterado em nada, o que ele queria ter me falado ontem não veio à tona hoje, e ele muito menos se preocupou em lançar um olhar na minha direção. Era como se eu nem mesmo estivesse ali.

Pensando assim eu resolvi ir embora mais cedo e ter um tempo só pra mim sozinho em casa, era melhor lá do que aqui com meu pai me ignorando e Orlando dedicando cada minuto para me irritar.

Arrumando todas minhas coisas que havia trago junto comigo, coloquei-as dentro da minha mala de mão e peguei algumas outras roupas minhas que ficavam aqui na fazenda, arrumei tudo sem muito cuidado e sai do meu quarto fechando a porta atrás de mim. Passei pelo quarto da minha mãe, mas ela não estava lá e segui para o quarto do Yago, bati na porta e ele gritou para entrar.

- Aonde você está indo? – Ele perguntou ao notar a minha mala na mão.

- Eu vou voltar mais cedo, você se importa de ir com o pai e a mãe? – Eu disse sentando próximo a ele na cama.

Ele me olhou bem nos olhos e num instante ele estava me abraçando e me confortando com pequenas batidas nas minhas costas, eu segurei com toda força que pude reunir as lágrimas que juntaram nos meus olhos. Eu não choraria, pelo contrário, seria forte e enfrentaria toda as situações sem me deixar abalar. Eu estava cansado de ser um menininho assustado que não consegui enfrentar os próprios problemas e sempre chorava no colo de alguém.

- Ele vai entender, só dê tempo pra ele. – Yago disse me apertando mais forte, pra um moleque de 17 anos ele é bem fortinho.

- Eu sei disso. Só quero ficar sozinho mesmo e aqui o Orlando nunca vai me deixar em paz, então eu vou ir mais cedo e aproveitar a tranquilidade que é ter a casa toda pra mim. – Eu disse.

- Vai ficar sozinho mesmo? – Ele me soltou pra olhar nos meus olhos.

- É claro. – Eu disse não entendendo o que ele quis dizer.

- Por acaso você não ligou pra uma certa pessoa pra te fazer companhia em casa, ligou? – Ele disse com um sorriso zombeteiro no rosto fazendo meu rosto ficar vermelho na mesma hora.

- É claro que não, seu palhaço. – Eu disse empurrando ele de volta pra cama e me levantando. – Eu realmente só quero paz.

- Sem problema, eu volto com o pai, não se preocupe. – Ele disse voltando pro celular. – E pode deixar que eu aviso a mãe, ela saiu com o pai. Eles foram ver o maquinário e a produção, muito chato se você me entende, por isso resolvi ficar aqui.

- Valeu, Yago. Eu vou indo porque são boas 4 horas de viagem. Vocês vão sair no final da tarde não é? – Eu parei na porta e esperei ele responder.

- Isso. Por volta das seis e devemos chegar em casa por volta de dez. – Ele disse.

- Certo. – Eu disse e antes que me esquecesse. – E eu não esqueci sobre o que você me contou da mamãe, amanhã vamos conversar com ela.

- Claro, eu não queria te lembrar e trazer mais problemas pra sua cabeça, mas ainda bem que você não esqueceu. – Ele disse com um tom aliviado.

- Se tem uma coisa que eu percebi é que não podemos ficar chorando escondido pelos nossos problemas, temos que enfrenta-los. – Eu disse com um sorriso mais animado.

- Não esquece de me ligar dizendo que chegou. – Ele gritou antes que eu pudesse fechar a porta.

- Pode deixar. – Eu gritei já no corredor.

Forbidden LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora